4- Felipe

3926 Words
Adélia me surpreendeu saindo do meu apartamento sem se despedir, eu vi que ela ficou m*l quando falei em pagar para me tornar o seu cliente exclusivo, eu até pensei que talvez ela não quisesse mais ficar comigo, mas a julgar pelas suas reações quando toco nela eu sei que ela me quer, só não entendi o porquê ela se ofendeu, já que é uma garota de programa e já deve estar acostumada com isso. Quando constatei que ela havia ido embora eu me arrumei rapidamente e fui atrás dela, não consegui alcançá-la então liguei na boate já no meio do caminho, e consegui falar com Paulo e pedi para ele me esperar pois precisávamos conversar. Já no escritório dele eu expliquei a situação de Adélia e avisei que a ajudaria a sair da boate, expliquei que foi um pedido de Laura para cuidar da amiga após o acontecido, e até que ele foi bem compreensivo, pensei que teria problemas quanto a isso, mas não, por ser amigo de John e também por gostar tanto de Laura, ele aceitou numa boa sem muitos questionamentos. Mas ainda restava um problema para resolver, não quero Adélia saindo com outros caras enquanto ela estiver aqui, só estou fazendo isso pela segurança dela e também porque a amiga pediu, mas confesso que vou gostar de ser o único a ter essa mulher linda e gostosa na minha cama, mas assim como eu sugeri a ela, eu quero conhecê-la melhor. Depois de sair da boate eu sigo para delegacia e início os meus trabalhos, logo pela manhã tive duas ocorrências para liderar, mas foi moleza, nada que me deixasse espantado. No meu horário de almoço eu fui a um restaurante com o delegado Gusmão e o detetive Yure, sempre comemos aqui quando temos um tempinho sobrando na correria do nosso dia a dia, e hoje é um deles. — Em um mês e meio eu vou precisar me ausentar por uns dias, Sr. Gusmão, é o casamento do meu melhor amigo e eu não quero deixar de ir, por isso vou compensar com os últimos dias das minhas férias. — Comento enquanto comemos mas ele me lança um olhar surpreso. — Imagina, Felipe, não precisa compensar nada, tire os dias que precisar e depois veremos como fica... Você tem as suas férias acumuladas, então não precisa compensar nada, aproveite as suas férias e divirta-se, filho... Você merece. — Diz ele em um tom amoroso e mais uma vez isso me surpreende, mas não digo nada. — Obrigado, senhor, eu vou aproveitar, estou mesmo precisando me distrair um pouco. — Abro um sorriso largo já pensando com quem vou curtir essas férias, e sei que ela vai gostar. — A julgar pelo sorrisão do nosso companheiro, ele já tem planos para essas férias, não é Lipe...? E esses planos envolve a morenaça que estava esperando por você ontem, cara? Ela não é uma das vítimas daquele grupo de executivos que sequestraram algumas garotas de programa? — Pergunta Yure me deixando apreensivo com a sua pergunta. — Sim, Yure, é ela mesma... Nós saímos ontem e... Eu não vi problema algum nisso agora que o caso foi encerrado. — Afirmo encarando o delegado Gusmão, preocupado com a sua reação, mas ele me surpreende. — Garoto esperto, aquela menina é uma belíssima mulher... Vocês estão se envolvendo? Ou você está apenas investindo para ter momentos de prazer? — Pergunta curioso me deixando tenso. — Nós saímos e nos divertimos a dois, mas... Mas não foi um investimento, eu não paguei para ficar com ela porque foi apenas uma saída casual, mas ela está deixando a prostituição, ela está assustada com o que aconteceu e quer dar um rumo diferente para sua vida... Ela é amiga da Laura, a noiva do John Sarkozy, ela me pediu para ajudar Adélia e... Eu acabei me interessando por ela... Não vou negar que tentei resistir, mas, uma mulher como aquela não há homem que resista. — Comento meio sem jeito mas deixando claro que o nosso envolvimento não é nada sério, afinal só estamos nos conhecendo. Mas que merda! Porque estou me enrolando tanto para dar uma simples explicação? — Não precisa se explicar tanto, filho, a vida é sua e você tem todo o direito de fazer dela o que achar melhor... A garota é linda e ambos são solteiros e desimpedidos, se você não der atenção a ela, outro vai dar com certeza. — Dispara Gusmão me deixando sem graça como nunca estive antes, mas também não gostei dessa história de outro da atenção a ela. Adélia não vai mais se prostituir porque eu não vou deixar, essa vida de garota de programa já era para ela. Mudo o foco da conversa porque esse assunto já está me incomodando. Terminamos o nosso almoço e voltamos para delegacia, vou para minha sala e me lembro de fazer as reservas em um restaurante para o jantar de hoje, sei que garotas de programa não devem ligar para esse tipo de coisas, mas, como ela aceitou mudar de vida, talvez ela curta o nosso jantar. Depois de fazer as reservas eu foco a minha atenção nos relatórios de análise, de uma investigação de tráfico de drogas, uma quadrilha organizada que agia no Paraguai agora está no brasil, eles estão transportando todo tipo de drogas para vários estados do país, e nós estamos investigando junto com a Polícia Federal, mas não vai ser fácil pegá-los pois esses filhos da mãe são muito espertos, mas uma hora a casa vai cair e eu quero estar lá. A minha tarde passou tranquila e graças a Deus, sem nenhuma ocorrência grave. No final do meu expediente eu estava me preparando para ir embora, quando recebemos uma chamada para uma nova ocorrência, uma tentativa de roubo a um carro forte em frente a um supermercado a três quarteirões daqui, me juntei ao oficial Marcos e seguimos para o local da ocorrência, houve troca de tiros e dois dos bandidos foram baleados, além de um dos agentes do carro forte que foi socorrido e está em estado grave no hospital. Conversei com o gerente do supermercado juntamente com dois dos agentes do carro forte, e ao que tudo indica essa ação dos criminosos foi planejada pois eles já sabiam a hora de fazer o ataque, e também sabiam quando os agentes estariam desprotegidos fora do carro forte, mas os bandidos não esperavam que dois dos seguranças estariam a postos e armados para revidar contra eles, e seus planos foram frustrados. Encaminhei o caso para o delegado Gusmão pois amanhã será o meu último dia de trabalho antes de sair de férias, então não faz sentindo algum eu pegar esse caso, encaminhei também os seguranças e os agentes para prestarem depoimentos na delegacia, e esclarecerem alguns pontos das ações dos criminosos. Olho no relógio e vejo que falta vinte minutos para as oito, que foi o horário marcado com Adélia então saio voando para casa. Assim que chego na mesma corro para o banho mas não me demoro muito, eu já vou chegar atrasado e não quero fazê-la esperar ainda mais por mim, então me arrumo correndo e logo estou saindo de casa no meu Audi r5 preto. Levo uns quinze minutos para chegar na boate porque hoje tudo acontece para me atrasar, principalmente esse trânsito infernal, mas enfim, consegui chegar as oito e meia. A frente da boate está lotada com as vagas de estacionamento todas ocupadas, tive que dar a volta na boate para encontrar uma vaga e conseguir estacionar, quando enfim consegui tal façanha, eu saí voltando para frente da boate para entrar na mesma, os seguranças logo me reconheceram e me dão acesso livre para entrar. Entro na boate e já há muitos homens bêbados se agarrando com as garotas da casa, procuro por Adélia mas não a vejo em canto algum, avisto Paulo em uma mesa conversando com alguns empresários e resolvo ir até ele perguntar por Adélia, mas no meio do meu trajeto vejo Adélia em um canto tentando sair dos braços de um homem que não quer soltá-la, não penso duas vezes em ir até ela e já chego dando um Mata Leão no seu pescoço fazendo ele finalmente soltar Adélia. — Você deveria aprender a ouvir uma mulher quando ela diz não! Você está aqui para pagar pelos serviços de uma delas e ainda quer pegá-las a força? Que p***a de homem é você? — Digo no seu ouvido enquanto Adélia me encara assustada. — Eu paguei por essa v***a e ela não quer me atender... Eu não vou sair daqui sem o meu programa, cara! — Retruca tentando se soltar mas sou muito mais forte que ele, então o mesmo não consegue se livrar de mim. — Sugiro que você pegue o seu dinheiro de volta ou procure os serviços de outra garota, porque essa mulher linda na sua frente não está disponível... Te aconselho a ter mais respeito com essas garotas porque o fato delas se humilharem para t*****r com vermes como você, não significa que são vadias...! Se eu ouvir você se referir a elas dessa maneira mais uma vez, eu mesmo vou te mostrar quem é a v***a, ouviu bem? Agora suma da minha frente antes que eu resolva quebrar o seu pescoço! — O alerto entre dentes apertando um pouco mais o seu pescoço, mas logo solto-o, o homem me encara assustado e se apressa para sair dali. Encaro Adélia e ela me surpreende com um pequeno sorriso, mas tudo que eu consigo fazer é encarar a sua boquinha gostosa, me aproximo dela e abraço a sua cintura tirando ela dali, sem dizer nada saímos da boate e eu ainda estou puto por ter visto aquele cara agarrando-a daquele jeito. — Você está tão calado, está tudo bem...? Pensei que não viesse mais hoje. — Ela me encara atenta enquanto caminhamos até o meu carro. — Me desculpe pelo atraso, eu tive uma ocorrência de última hora e acabei me enrolando... Você está bem? Aquele cara fez alguma coisa com você? — Pergunto finalmente encarando os seus olhos brilhantes, ela me dá o sorriso mais lindo que já vi até agora. p***a! Por um momento fiquei sem ar! — Eu estou bem, obrigada por me defender... Aquele i****a queria sair comigo de qualquer jeito, mesmo eu avisando que não estava ali a trabalho... Mas, depois do seu gesto tão carinhoso com ele, eu tenho certeza que aquele i*****l não vai querer forçar mais ninguém a t*****r com ele. — Adélia gargalha de um jeito tão gostoso que me fascina. Paramos em frente ao meu carro e ainda estou sobre os efeitos das suas gargalhadas, ela me encara de um jeito tão doce que quando dou por mim já estou colocando-a contra o carro avançando na sua boca deliciosa, ela retribui o beijo na mesma intensidade e mais uma vez sinto o seu corpo estremecer, p***a porque ela tinha que ser tão gostosa? — Vai querer pular o jantar novamente? — Pergunto entre os beijos e ela sorrir na minha boca. — Não...! Dessa vez eu quero apreciar o jantar com você. — Afirma se soltando de mim me deixando surpreso com isso. — Sério...? Que bom, fico feliz por isso. — Acompanho o seu sorriso enquanto destravo o carro. — Porque está tão surpreso? Acha que uma garota de programa não tem sensibilidades? Que não podemos gostar de curtir um momento que não envolva sexo? — Dispara enquanto abro a porta do carro para ela, mas antes de entrar ela me encara novamente com aquele sorriso lindo. — Não só podem como devem... Quanto a você... Eu já percebi o quanto pode ser sensível, só não me agrada saber que outros homens também te deixam assim, tão vulnerável. — Acaricio o seu rosto e ela ofega me encarando surpresa. — É melhor irmos logo... Já nos atrasamos bastante. — A vejo envergonhada e mais uma vez esse fato me intriga. Ela entra no carro e eu fecho a sua porta dando a volta no mesmo, entro dando a partida e Adélia ainda me encara sem graça, mas sorrir daquele jeito me tirando o foco. — Não sorrir pra mim assim enquanto eu estiver dirigindo... Pode ser perigoso para nós dois. — Abro um meio sorriso e ela cora ampliando ainda mais o seu sorriso. Saímos dali e seguimos para um restaurante do centro, não é um dos restaurantes mais caros mas um excelente lugar para jantar a dois. Passamos o nosso trajeto conversando empolgados e nem vejo o tempo passar, logo já estamos parados em frente ao restaurante. O manobrista abre a porta para Adélia e eu saio dando a volta no carro entregando as chaves para o mesmo, abraço a cintura dessa morena linda e guio-a para dentro do restaurante, a recepcionista nos atende e nos leva até a mesa reservada para nós, um canto mais discreto e longe do foco de alguns olhares que vem em cima dela. Nos acomodamos à mesa e o garçom nos entrega o cardápio, Adélia tem um sorriso tão lindo admirando o lugar, tenho quase certeza de que ela nunca veio a um restaurante como esse antes. Como já está tarde e ambos estamos com fome, fizemos logo os nossos pedidos e eu peço também um vinho tinto para acompanhar, começamos a conversar enquanto aguardamos a nossa refeição, e até que ela tem um papo muito bacana, ela é alegre e extrovertida, é linda e gostosa. p***a! Com esses s***s lindos quase pulando do decote do seu vestido, fica impossível pensar em outra coisa além pegá-la de jeito, mas graças a Deus ela muda o rumo da conversa. — Como foi no trabalho hoje? Essa sua ocorrência de última hora foi algo muito grave? — Pergunta curiosa e eu sorrio. — A maioria das ocorrências são graves, furto, homicídios, sequestros, tráfico de drogas, agressão entre outras coisas... A minha última ocorrência foi um assalto a um carro forte que fazia a coleta dos malotes em um supermercado, teve dois bandidos e um agente baleados, e alguns cúmplices do assalto conseguiram escapar. — Conto encarando fixamente os seus olhos e ela está atenta a tudo que eu digo. — A amanhã é o meu último dia de trabalho e depois disso estarei entrando nas minhas férias... Pensei em aproveitar alguns dias na praia, balada entre outras coisas... Está afim de me fazer companhia? Você não vai mais trabalhar na boate mesmo, e além disso eu quero te levar em alguns lugares para fazer algumas entrevistas de trabalho... O que me diz? — Pergunto vendo ela ampliar ainda mais o sorriso em seu rosto, mesmo me encarando surpresa. — Seria perfeito sair para me divertir com alguém que não seja um cliente, bom, foi você quem disse para eu não te ver como um cliente, certo...? O cliente tem direitos de cobranças já que está pagando pelo serviço, mas você não terá o mesmo direito já que não é um cliente. — Me alerta erguendo uma sobrancelha e eu respiro fundo, me ajeitando na cadeira. — Certo...! Não quero ser o seu cliente e não vou te fazer cobranças, mas isso não significa que eu não vá querer sentir você algumas vezes... Eu não abro mão disso porque já estou te desejando nesse exato momento. — Encaro-a intensamente e mais uma vez a vejo ofegar mordendo o lábio inferior. Não é possível que ela seja assim tão vulnerável com os outros caras também, eu vejo o quanto ela está atraída por mim, mas será que ela se atrai assim com tanta facilidade com os outros também? Isso é um mistério para mim e eu vou desvendá-lo. O nosso pedido chega e começamos a comer, eu não consigo tirar os olhos dela e ela retribui o meu olhar com tanta intensidade, que me deixa e******o, p***a estou jantando com uma mulher linda e gostosa e estou de p*u duro em um restaurante cheio, comendo uma comida deliciosa mas não tão gostosa quando a mulher a minha frente. — Você tem algum hobby, Adélia? Algo que gosta muito de fazer mas não faz? Já trabalhou com alguma outra coisa fora da boate? — Pergunto curioso para saber mais dela. — Tem muitas coisas que eu adoro fazer, mas não faço, por exemplo, eu gosto de ir ao cinema, gosto de caminhar na praia, curtir uma balada sem o compromisso de estar ali com um cliente... A rotina das garotas na boate é muito corrida, porque os atendimentos não acontecem só a noite, tem cliente que prefere o programa durante o dia para não ficar em falta com a família durante a noite... Aquele lance do marido chegar em casa tarde? Para quem prefere o programa de dia não tem esse tipo de problema em casa. — Conta pensativa ao falar dos programas. — Eu gosto de curtir a vida, Felipe, seja com quem for, até mesmo sozinha, mas, a diversão não é a mesmo se você está ali a trabalho, por obrigação então é disso que eu mais sinto fala... De curtir a vida fora do trabalho, e respondendo a sua outra pergunta, eu já trabalhei como atendente de loja e também como garçonete, mas eu não dei muita sorte porque nos dois empregos que tive, eu fui assediada pelo chefe, tentaram me agarrar a força e eu pedi demissão... Denunciei os dois mas não deu em nada, e depois disso eu passei a ter dificuldades para conseguir trabalho, então eu procurei serviço em uma boate, e consegui uma vaga como dançarina, mas os clientes começaram a me assediar com frequência, oferecendo grana alta para sair comigo, então eu acabei entrando nessa vida sem perceber e quando dei por mim, não consegui mais sair, e foi nessa mesma época que eu conheci uma das meninas da Pleasure House, e fui trabalhar lá, e lá eu estou até hoje. — Diz com um pesar mexendo na comida sem vontade, pensar que ela sofreu tentativas de abuso em um local de trabalho, fez a denúncia e nada foi feito é algo que me revolta. — Você tem família? Pai e mãe? Irmãos? Algum parente por perto? — Pergunto tentando sair do assunto boate, pensar nela com outros homens começou a me incomodar mais do que deveria. — Sim, eu tenho pai, mãe e um irmão pequeno de dez anos, é por eles que estou suportando essa vida de garota de programa enquanto eu não consigo algo melhor... Meu pai sofreu um AVC no trabalho a dez anos atrás, ele era metalúrgico... Desde o seu acidente, nunca mais ele foi o mesmo e minha mãe teve que se desdobrar para cuidar do marido doente e seus dois filhos, eu e meu irmão que na época era só um bebêzinho... Eu não aguentei ver a minha mãe se acabar de trabalhar para nós sustentar, então eu comecei a trabalhar em uma lanchonete onde quase fui estuprada pelo meu chefe, eu tinha quinze anos e... — Revela com um olhar triste mas a interrompo. — Quinze anos...? Você tinha quinze anos quando tentaram te... Qual foi a delegacia que você fez a denúncia? Você por caso lembra o nome do delegado ou investigador que te acendeu? — Pergunto meio irritado só por imaginar uma garota de quinze anos sofrendo abusos. Mas espera? Qual é a idade dela agora? — Relaxa, Felipe! Isso foi a oito anos atrás e não vai adiantar mexer nisso agora... O importante é que eu fiquei bem, não fiquei traumatizada nem nada do tipo, mas o que me aconteceu recentemente sim me deixou com medo, eu não sabia se sairia daquele lugar viva até você e sua equipe chegarem... Você foi um anjo na minha vida, Felipe, eu sou muita grata a você por me salvar. — Adélia toca a minha mão sobre a mesa em um gesto de carinho que me desarma no mesmo instante. — Eu não vou esquecer essa história, Adélia, ainda vamos conversar sobre isso depois, ouviu bem? E não me pede para deixa pra lá, eu não sou desses que vê uma injustiça e fica quieto. — Solto em um tom firme e ela me dá um pequeno sorriso concordando. — Os seus pais sabem que você trabalha em uma boate? Adélia é o seu nome verdadeiro ou vocês têm aquela coisa de codinome? — Abro um breve sorriso devolvendo o carinho na sua, mas ela se afasta apreensiva. — Sim, eles sabem o que eu faço... Minha mãe não me quis mais em casa quando descobriu que eu sou garota de programa, mas mesmo assim aceita o meu dinheiro, dinheiro esse que eu ganho vendendo o meu corpo... Mas eu tento não me afetar com isso, minha mãe está desempregada já fazem alguns anos e também não pode deixar o meu pai sozinho com meu irmão, ela depende do meu dinheiro para se manter e manter a nossa família, então eu faço questão de mandar dinheiro para ela todo mês, e morar na boate me faz economizar ainda mais e assim eu não preciso ter gastos com aluguel, água, luz e comida, na boate a gente se sente em casa, ninguém é obrigada a nada e lá nós temos de tudo, talvez por isso eu tenha me acomodado tanto e não me desesperei para sair de lá... minha família depende desse dinheiro, Felipe, por isso estou confiando em você para me ajudar e sei que não vou me arrepender, eu estou literalmente nas suas mãos. — Desabafa ainda naquele seu tom triste mas logo abre um breve sorriso ao falar de mim. — Nós nos conhecemos em uma situação muito desagradável e constrangedora para mim, então eu quero começar de novo diante desse jantar maravilhoso... Quero que você conheça quem eu realmente sou... É um enorme prazer conhecê-lo, Inspetor Felipe Watson! Eu me chamo Paloma Martinez, esse é o meu verdadeiro nome. — Diz mais empolgada e com um largo sorriso no rosto, me estendendo a mão me fazendo retribuir ao seu sorriso no mesmo instante. — O prazer em conhecê-la é todo meu, Paloma... E para você eu sou apenas o Felipe, nada de Inspetor Watson, ok? — Abro um largo sorriso pegando a sua mão e me inclino beijando a mesma. Ela abre mais o seu sorriso então voltamos a comer, ela também me fez muitas perguntas querendo saber do que eu gosto e quanto tempo estou na polícia, se também tenho família e essa é uma parte chata da minha vida, eu não conheci o meu pai, minha mãe morreu quando eu tinha dezoito anos e desde então eu vivo sozinho, já tive algumas namoradas ao longo dos meus 34 anos, mas nada muito sério pois entrei na polícia cedo, e essa é uma vida arriscada e corrida. Não deixo os meus encontro irem além de sexo casual para não me sentir preso, e também para não fazer das pessoas que eu gostar, alvos dos meus inimigos, e com Adélia não será diferente, o sexo com ela está sendo maravilhoso, ela é uma mulher maravilhosa mas eu vou saber a hora certa de dar um basta, eu vou saber a hora de tirar o meu time de campo e sei que ela também deve pensar o mesmo, com tantos problemas que ela já teve, a única coisa que ela não deve querer no momento é se envolver com alguém além do profissional, eu posso estar errado mas não vou pagar para ver.
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