Capítulo 5

1415 Words
Luiza Narrando Acordei com o Barata me chamando, já estava na hora de ir embora me despedi e sai. Assim que sai do presidio vi o Tico parado do outro lado, encostado no carro e quando me viu entrou no carro. - Tico: E ai, como foi? Sentei no banco da frente, coloquei o cinto, abaixei a cabeça e respondi - Luiza: Foi normal -. Fui quieta o caminho todo e pensando na situação que eu estava, quando o Tico parou o carro a um quarteirão da minha casa eu abri a porta do carro, entreguei a resposta do Barata pra ele, ele me entregou o envelope com o dinheiro e virei as costas. Entrei em casa e vi a Dani dando café da manhã para a minha mãe, a Dani me olhou e eu abaixei a cabeça passando direto pro banheiro, eu necessitava tirar o cheiro daquele lugar de mim, tirei a roupa e peguei a esponja eu passava em mim com tanta força que estava me machucando já, sentei no chão e chorei, chorei com saudade do meu pai, chorei pela situação da minha mãe, chorei porque passei a noite num presidio e quase perdi a minha virgindade com uma pessoa que eu nem conheço. Sai do chuveiro, me troquei e contei o dinheiro, o Tico tinha me dado 6.500 reais, guardei na minha gaveta de calcinha e fui pra sala. Sentei do lado da minha mãe e passei as mãos em seus cabelos que já começaram a cair - Dona Sandra: Como foi o serviço minha filha? -. Minha mãe pensava que eu estava trabalhando numa balada a noite. - Luiza: Foi cansativo mãe, mais é assim mesmo. Como a senhora está? - Dona Sandra: Estou bem, hoje as irmãs da igreja vem aqui me ver e a Dani ajeitou a casa. - Luiza: Que ótimo mãe, vou ir ao mercado e a farmácia buscar os seus remédios. Fui ao mercado e comprei tudo o que precisava, já não tinha quase nada então precisei comprar bastante coisas e o medico deixou claro que a alimentação da minha mãe teria que ser muito regrada de coisas saudáveis, passei pela farmácia e fui pra casa, pouco tempo depois o entregador do mercado chegou e eu recebi e guardei tudo. O dia passou rápido, minha mãe ficou feliz com a visita das irmãs, elas louvaram o hino da harpa que minha mãe mais gostava... Deus enviou seu Filho amado Pra perdoar, pra me salvar Na cruz morreu por meu pecado Mas ressurgiu e vivo com o Pai está Porque Ele vive, posso crer no amanhã Porque Ele vive, temor não há Mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida Está nas mãos de meu Jesus, que vivo está E quando, enfim, chegar a hora Em que a morte enfrentarei Sem medo, então, terei vitória Irei à Glória, ao meu Jesus que vivo está Porque Ele vive, posso crer no amanhã Porque Ele vive, temor não há Mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida Está nas mãos de meu Jesus, que vivo está Porque Ele vive, posso crer no amanhã Porque Ele vive, temor não há Mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida Está nas mãos de meu Jesus, que vivo está E ali no cantinho da cozinha eu chorei, chorei e pedi a Deus mais uma vez pra Ele salvar a única pessoa que eu tinha na vida. Os dias foram passando, minha mãe foi ficando mais debilitada, tivemos que raspar a sua cabeça e em 2 meses ela teria retorno no oncologista. 2 meses depois... O Barata nunca mais mandou me chamar, as coisas em casa estavam difíceis e hoje seria o retorno da minha mão no medico. Minha mãe estava fraca, m*l andava sozinha e aquilo estavam me preocupando demais, chamei um uber e ajudei minha mãe entrar, chegamos no hospital e em seguida ela foi chamada - Doutor: Como vai Dona Sandra? - Dona Sandra: Indo Doutor, não muito bem mais a minha fé em Deus é maior que tudo. - Doutor: Hoje pela manhã seus exames chegaram e o resultado da biopsia também, infelizmente Dona Sandra seu câncer progrediu e esta tomando conta do seu intestino, agora remédio já não fará mais efeito, teremos que partir pra cirurgia Eu respirei fundo, abaixei minha cabeça e deixei um as lagrimas cair. Levantei minha cabeça e olhei para a minha mãe, ela estava firme e eu sabia que era porque aquela mulher tinha uma fé tão grande que não estava com medo do que tinha acabado de ouvir. - Luiza: Doutor, ela irá fazer essa cirurgia. Como podemos marcar? - Doutor: Luiza, sua mãe irá morrer se esperar essa cirurgia pelo SUS - Luiza: Eu irei pagar, só me informar o valor-. Nessa hora minha mãe me olhou e negou com a cabeça. - Dona Sandra: Filha, não podemos, nós não temos dinheiro-. Olhei no fundo dos olhos e falei. - Luiza: Mãe, eu faço de tudo pela senhora .. então Doutor? - Doutor: Com a internação fica um total de 33 mil reais-. - Luiza: Pode marcar para a próxima data-. Me levantei e ajudei minha mãe entrar no taxi, o caminho inteiro foi de silêncio e eu pensando em como iria ter que arrumar esse dinheiro, chegamos em casa eu paguei o taxi e coloquei minha mãe sentada no sofá. - Dona Sandra: Como você ira arrumar esse dinheiro filha? - Luiza: Mãezinha, não se preocupa com isso eu vou dar um jeito. - Dona Sandra: Que jeito filha? Você está mexendo com coisa errada? - Luiza: Não mãe, fica tranquila. Eu ainda não sabia como fazer, não sabia como arrumar aquele dinheiro e então eu fui atrás da única pessoa que poderia me ajudar, conversei com a Dani e ela ficou com a minha mãe e o Tico estava lá do outro lado da rua me esperando, entrei no carro e olhei pra ele. - Luiza: Oi Tico - Tico: Fala ai, o que manda? - Luiza: Porque o Barata nunca mais me chamou? - Tico: Você sabe porque. - Luiza: Preciso voltar, minha mãe não esta bem e eu preciso dinheiro. - Tico: Já tem uma mina vendo ele, mais vou ver e mando a Dani te avisar - Luiza: Obrigada -. Sai do carro triste, essa era a única forma de conseguir o dinheiro e estava com medo de não conseguir. Passou dois dias e eu acordei com a Dani me ligando - Dani: Oi amiga, desculpa te acordar liguei pra te falar que sábado as 5:00 o Tico passa pra te buscar - Luiza: Obrigada amiga, você vem hoje? - Dani: Hoje não, mais sexta até a tarde estou ai para você ir tabom. - Luiza: Não sei o que seria da minha vida sem você. - Dani: eu te amo e vou te apoiar no que for preciso. Fim de ligação. Eu estava tranquila, mais eu sabia o que teria que fazer e dessa vez eu não poderia fugir. Eu estava com medo, eu estava confusão. Porque o Barata quis me ver novamente? Era sábado e eu me sentei na cama antes mesmo do meu celular despertar, fui tomar banho e colocar a roupa pra entrar lá. Me celular apita e vejo uma mensagem de um desconhecido, abri a mensagem e reconheci pela foto era o Tico - Tico: Cheguei. Respirei fundo, prendi meu cabelo, peguei meu Rg e sai. - Luiza: Oi Tico. - Tico: Oi Luiza, suave? - Luiza: Sim e você? - Tico: De boa, - Luiza: Porque ele me aceitou me ver? - Tico: Ele não sabe que você vai. - Luiza: Como assim Tico? Ele vai surtar. - Tico: Não vai não, relaxa. Chegamos na frente da penitenciaria, olhei pro Tico e desci do carro, abri a porta de trás peguei o jumbo e fui em direção da fila. Acho que a pior parte é a revista, chegou a minha vez e eu respirei fundo pois era a mesma guarda que estava aqui quando vim a primeira vez. - Guarda: Olha só quem voltou, a marmitinha de bandido.. bora lá, tira a roupa e abaixa três vezes de costa em cima do espelho. Dessa vez tirei minha roupa sem vergonha, virei de costas abaixei e virei de frente pra ela e a encarei. Peguei a sacola de comida e andei até a frente da cela do Barata e fechei os olhos e entrei.
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