A empregada

Capítulo Quatro

Cheguei em casa e dou logo de cara com minha mãe e Clarisse na sala.

- Iai?- minha irmã pergunta assim que me vê entrar

- Não tinha vaga na agência. - digo e vejo minha mãe olhar f**o para mim dando as costas, já minha irmã fez uma cara triste

- Mas consegui um emprego. - minha mãe para e se vira para mim.

- Conseguiu? Mas você não disse que não tinha vagas? - ela perguntou confusa

- Sim não tem vagas, mas consegui outro trabalho. Sabe mamãe eu não sou tão emprestavel como a senhora diz!- digo, ela dá uma risada sarcástica

- Pelo visto não, mas não deveria estar se gabando filha, não acha cedo de mais? Do jeito que você é desastrada não vai demorar muito nesse emprego, que alias é fazendo o quê? - ela pergunta, que raiva, respirei fundo.

- Vou trabalhar como babá de uma garotinha. - digo e ela sorrir

- Babá Cloé?! Boa sorte. - ela diz e dá as costas, me sento no sofá e Clarisse se senta perto de mim.

- Não fica assim Cloé, a mamãe pode ser dura as vezes, mas só quer o seu bem!- Ótimo minha irmã mais nova querendo me dar conselhos.

- Não se preocupe, estou bem, nem a mamãe vai tirar minha alergia. - digo e subo para o meu quarto.

(...)

Acordo cedo, pois hoje é um dia especial, meu primeiro dia de trabalho, se estou ansiosa?! nem um pouco (mentira), consigo levar na boa, lidar com criança não é tão difícil, ainda mais a Cristal que parece ser mais esperta que eu, o que pode ser difícil de lidar é o irmão dela o Caio.

Abro minhas gavetas a procura de algo mais descente, pelo menos algo melhor que meus blusões e calças, e pela cara do meu "chefe" ele não gostou nem de mim e nem das minhas roupas. Escolho uns dos meus intocáveis vestido guardados a milênios no guarda-roupa, faço uma trança, já que meu cabelo é comprido e escorrido feito macarrão. Deço para sala e só vejo Clarisse sentada na mesa.

- Bom dia Clari, cadê a mamãe? - perguntei me sentando a mesa

- Saiu, não sei para onde, Cloé você está bonita. - ela diz me olhando supresa.

- Nada de mais. Só acho que o Caio não aprova o tipo de roupa que costumo usar para cuidar da sua irmã. - digo dando de ombro

- Caio? irmã?- ela pergunta confusa

- Sim, pelo que parece só moram os dois, e os empregados, Caio o cara que me contratou é irmão da garota que vou cuidar.- digo e ela sorrir

-Nossa! Ele é bonito Cloé? - ela pergunta animada, só o que me faltava

- Não, nem um pouco! - minto claro, não vou dizer que ele é um tremendo de um gato.

- Que pena! - ela diz brincando, abro a boca para responder mas me calo ao ouvir outra voz

- Quem é a garotinha do papai que conseguiu um emprego?- me viro e vejo meu pai entrando na cozinha, me levanto e vou em sua direção lhe dando um abraço bem apertado

- Que bom te ver papai, desculpe por não dizer nada ontem, mas dormir logo que cheguei.- digo ainda o abraçando

- Eu sei, sua mãe me contou, fiquei muito orgulhoso de você. - ele diz, e meus olhos enchem de lágrimas, papai sempre foi mais amoroso comigo, enquanto que a mãe sempre me deixou de lado.

- Obrigada papai. - só consegui dizer isso

- Cloé são sete e dez, que horas você vai para o trabalho? - Clarisse fala, m***a!! me solto do meu pai e pego minha bolsa e passo correndo feito o flash pela porta. Se pontualidade for um dos testes, com certeza estou reprovada.

Chego sete e meia e sim estou atrasada! Oh m***a. Passo pelo portão e vejo Cristal no jardim, me aproximo dela e meu coração acelera ao ver Caio sem camisa cuidando do jardim, um jardim enorme cheio de flores que nem sei o nome, tirando a rosa claro.

Cristal assim que me vê sorrir e corre em minha direção, me abaixo e lhe dou um abraço.

- Oi pequena! - digo e dou um beijo nela, vejo Caio se aproximar todo sério ainda mais sem camisa, eu estou tentando não olhar para sua barriga, nem para seu peitoral definido, como disse eu estou tentando, mas sinto que estou falhando.

- Atrasada!- ele disse, nossa nem percebi.

-Desculpa!- digo, ele continua me encarando, isso já está ficando constrangedor.

- Tudo bem, vamos entrar, tenho que lhe dar algumas informações antes de sair. - ele diz todo sério, me lança um último olhar e passa por mim com aquela bundinha fofa, minha vontade é um de aperta-lá e gritar fon fon! meu Deus quanta idiotice.

O sigo segurando a mão da Cristal, que aliás está muito calada, vou esperar o Caio sair para poder conversar com ela mas sossegada.

Entramos e eu e o Caio fomos para seu escritório, após ele abrir a porta e eu entrar ele saiu me deixando sozinha, minutos depois voltou vestido uma camisa, ainda bem por que eu não ia me concentrar em nada do que ele falasse.

- Senhorita Ubermam, vou ser direto, eu quero que você more aqui! - ele diz, e se eu tivesse com algo na boca morreria entalada.

- O quê? Na.. não entendi. - digo e ele bufa e me lança um olhar frio, mas que o deixou sexy

-Primeiro a Cristal ela não estuda em colégio como as outras crianças, os professores dela são particulares, todos os dias ela tem aula, mas aqui em casa, então preciso que fique o dia todo com ela, segundo: eu sempre chego muito tarde do trabalho e não quero que ela fique sozinha, e mesmo que a casa tenha alguns empregados sinto que Cris não se sente tão bem, e pelo que percebi ela gostou de você. - ele diz e me olha nos olhos, talvez me avaliando, abaixo minha cabeça, e ele continua - Então quero que se mude para cá, no finais de semana terá meio expediente livre. - ele concluiu, quero ver eu convencer meus pai disso. Estou totalmente lascada.

- Olha eu vou ser direta também, eu tenho que falar com os meus pais! - digo e ele sorrir de forma debochada

- Você tem quantos anos mesmo?- ele perguntou sarcasticamente

- 19!- digo secamente e ele dá gargalhada!

- Claro, claro! Uma menina ainda! Desculpa mas eu não posso esperar os "seus pais" autorizarem, tem muita garota querendo esse emprego!

- Tá, tá, não precisa fazer chantagem! - deixo escapar, ele me encarou, respirei fundo e prosegui - Eu venho morar aqui!

- Ótimo! O Xavier vai te levar na sua casa e te ajudar a pegar suas coisas! - ele diz se levantando da cadeira e passando pela porta.

- Ei..- gritei quando vi que ele ia me deixar sozinha, vi ele voltar

-Diga garota! Tenho uma reunião!- garota? Se acalma Cloé, respirei e inspire

- Primeiro me chame de Cloé! segundo é falta de educação deixar alguém falando sozinha. - digo me levantando e ficando de frente pra ele, ele me olha dos pés à cabeça. Depois volta a me olhar nos olhos.

- Não tenho tempo para isso Cloé!- ele diz e me deixa sozinha de novo, argh que i****a!

Como vou falar para os meus pais que vou ter que morar aqui?