A empregada

Parece que dormir uns seis anos, e acordei de maior, como não percebi que o tempo passou tão rápido, ainda me lembro quando fazia xixi na cama, ou quando brincava de bola em frente a casa de dona Bete, como eu não percebi meus amigos crescerem e se casarem? como não percebi que eu já estou com 19 anos tão rápido?. Completei ano ontem, e ontem mesmo meus pais já começaram a falar de emprego! eu sei que tenho a obrigação de ajuda-los, pois como diz minha mãe "Dinheiro não cresce em árvores" e infelizmente ela está certa. Mas não consigo me ver trabalhado em nada agora, talvez porque eu não saiba fazer nada. - Vai ficar ai sentada pensando na morte da bizerra Cloé!- ouço minha irmã mais nova falar. Clarisse tem uma vida social melhor que a minha tendo apenas quinze anos de idade, e ela não precisa arrumar um emprego, mas eu sim, se quiser continuar morando debaixo desse teto. _ Não estou nem ai para a Bezerra, estou pensando é na minha morte se não consegui um emprego.- digo colocando uma fatia de pão na boca, ela puxa uma cadeira e se senta ao meu lado. - Deixa de ser dramática Cloé, o papai e a mamãe só querem que você seja alguém na vida, não uma v*******a sem emprego!- ela diz enquanto mexe no seu celular. Ótimo com uma irmã dessa, não preciso de inimigo. - Não vou virar v*******a Clarisse, só que não se acha um emprego assim do nada, ou você acha que trabalho cai do céu?!- digo me levantando da cadeira, não estou com paciência para ouvir minha irmã mais nova falar baboseiras. _ Talvez se você saísse para procurar um...- ela diz, dando a entender que eu não estou procurando. _ Clarisse se você quiser viver mais alguns anos, acho melhor calar a boca antes que eu enfie um copo na sua garganta.- digo já sem paciência com ela, saio da cozinha e vou direto para o meu quarto, que mais parece o esconderijo do Batman de tão escuro que é. Poderia ligar para minhas amigas, desabafar ou algo assim, mas elas devem estar ocupadas demais cuidando dos seus filhos, ou trabalhando, o que me resta o Carret meu irmão mais velho, ele não mora conosco, mora em outra cidade por causa do trabalho que ele conseguiu como personal em uma movimentada academia, somos muito apegados desde criança somos unha e carne como diz meu pai. Então talvez Carret possa me ajudar por onde começar. Pego o celular e ligo para ele, no primeiro toque ele atendeu. -Fala maninha!- ele diz assim que atende, ouço um som de música eletrônica ao fundo, imagino que ele esteja no trabalho. - Oi Carret!- falo sem ânimo, e ele bufa do outro lado da linha -O que aconteceu dessa vez?- ele pergunta. - O papai e a mãe quer que eu arrume um trabalho!- digo ouvindo ele gargalhar. - E porque você parece que você foi condenada a morte? é só um trabalho Cloé!- ele diz. - A questão não é essa seu i****a, é só que não faço ideia por onde começar!- digo, espero uma resposta dele, mas ele permanece calado, depois da uma longa respiração e fala - Cloé acho que você deve começa indo em uma agência de emprego! Quem sabe não tem uma vaga para alguma coisa, você é bonita, inteligente, batalhadora, com certeza algo vai surgir!- ele diz, levantou minha moral maninho. - Pode ser, obrigada Carret!- digo sincera. - Vai dar tudo certo Cloé, e caso papai e a mãe ficar te enchendo muito, eu tento achar algo pra você aqui certo?- ele diz, é por causa disso que amo meu irmão. - Não se preocupe, vai dar certo, tem que dar certo. - Ótimo, agora tenho que desligar, minhas alunas gostosonas estão chegando!- ele diz, e percebo que ele está sorrindo. -Seu nojento! tchau!- digo e ouço ele gargalhar. - Tchau esquisita! diga a todos que mandei um abraço.- ele diz e desliga. Carrret é com certeza um dos melhores irmão do mundo e o mais galinha também, ele sempre foi o popular nos colégio, o mais pegador da vizinhança, e o mais amado pelo nossos pais. Mas levo isso na boa, aprendi a conviver assim, quem sabe amanhã não tenho sorte e meus pais possam se orgulhar de mim. É quem sabe eu tenha essa sorte.