Eu sou a dona (MÁFIA)

CAPÍTULO 2

Ellie

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Cada dia era uma lição, um passo em direção ao retorno que almejava. E sob a tutela de Xing Yang, eu entendia que o verdadeiro poder residia não apenas na força física ou na ambição desenfreada, mas na capacidade de compreender a complexidade deste mundo e, acima de tudo, de mim mesma.

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Após um dia intenso de treinamento, o jantar era o momento de relaxar e recarregar as energias. Sentados em torno de uma mesa iluminada por lanternas j*******s, compartilhávamos histórias e risadas, apesar do cansaço.

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Entre Kenji e eu havia uma dinâmica peculiar. Nossas implicâncias e provocações eram constantes, mas algo mais estava presente, algo que flutuava no ar como um segredo sutil.

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Kenji é altamente atraente, ele é alto, tem o rosto completamente masculino, maxilar aparente, é forte e infelizmente eu criei uma mania de apertar o braço dele, sentir os músculos de seu braço faz eu sentir coisas no qual nao deveria sentir.... Kenji poderia facilmente ser confundido com um desses cantores famosos de kpop, principalmente com Sota Fukushi.

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— Você só ganhou porque eu estava distraído hoje.— eu disse a Kenji, tentando disfarçar o sorriso que teimava em aparecer.

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— Ah, claro, a desculpa clássica de quem perde. — ele respondeu com um brilho travesso nos olhos.

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Cada troca de palavras era uma dança de sarcasmo e provocações, mas havia algo nos olhares, nos sorrisos de canto de boca, que indicava algo além da simples brincadeira.

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À medida que a noite avançava, eu me pegava olhando para Kenji de maneira diferente. Seus olhos expressivos, a determinação em cada movimento, a maneira como ele cuidava de mim durante o treinamento... Tudo isso despertava algo dentro de mim.

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Quando nossos olhares se encontravam, havia uma faísca, uma cumplicidade que transcendia as palavras. E, no meio das provocações, nas entrelinhas das nossas conversas, eu sentia algo que não conseguia explicar completamente. Um sentimento que borbulhava sob a superfície da minha pele, mas que eu não tinha certeza se estava pronta para admitir, nem mesmo para mim mesma.

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O jantar continuou, as brincadeiras persistiram, mas havia uma tensão palpável, uma energia que parecia estar prestes a se revelar. E entre as implicações e os risos, algo mais profundo estava se formando, algo que eu não podia mais ignorar. A paixão estava crescendo, silenciosa e intensa, criando uma teia de sentimentos que eu m*l conseguia compreender, mas que eu sabia que estava lá, entre eu e Kenji.

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O dia seguinte começou de maneira comum, o treino matinal seguido por uma rotina de estudos e prática. Mas algo estava diferente, uma espécie de nervosismo silencioso pairava no ar ao meu redor.

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Durante o treino, Derick parecia mais atento do que o normal, Kenji sorria de maneira mais doce e até Xing Yang me olhava com um brilho diferente nos olhos. Mas eu não entendia o motivo por trás dessas mudanças sutis. Eu sei que estou melhor nos treinos, até no treino de armas, mas isso está muito estranho.

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À noite, fomos todos convidados para um jantar especial. Quando entrei na sala de jantar, fui recebida com sorrisos calorosos e olhares cheios de significado. Até Marcus e Liam que estavam fazendo a segurança na porta estava sorrindo. Eu ainda não entendia o que estava acontecendo, até que alguém falou.

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— Feliz aniversário de desseseis, Ellie!— Derick quase grita e de repente, uma onda de compreensão inundou minha mente. Meu aniversário? Como eu pude esquecer? Em meio a tudo o que aconteceu nos últimos tempos, a data simplesmente escapou da minha memória.

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Olhei ao redor e percebi que todos haviam feito algo especial para mim. Kenji tinha preparado uma pequena apresentação de artes marciais com espadas lindas, Derick tinha escrito um poema sincero sobre força e perseverança, e Xing Yang trouxera uma bandeja de comidas ja.po.ne..sas que eu aprendi a amar, uma delas com um símbolo tradicional japones de boa sorte no qual ele e o Kenji fizeram especialmente para mim.

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Senti meu coração se encher de gratidão e emoção. Eles haviam se esforçado tanto para me fazer sentir especial, apesar de todas as dificuldades e dores que compartilhamos nos últimos tempos.

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Lágrimas se formaram em meus olhos quando percebi o quanto essas pessoas significavam para mim. A família que eu não sabia que precisava, que estava ali, apoiando-me, orientando-me, e agora, celebrando um momento tão importante em minha vida.

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Foi um aniversário que jamais esquecerei, não apenas pelo carinho demonstrado, mas por me lembrar do valor das conexões que fiz durante essa jornada. Ali, naquele jantar, percebi que não estava sozinha, que havia encontrado laços verdadeiros que transcendiam as fronteiras do que éramos antes.

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E enquanto a noite avançava, a gratidão preenchia meu coração, alimentando a certeza de que, apesar dos desafios que ainda estavam por vir, eu não enfrentaria nenhum deles sozinha.

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— Ellie... eu queria falar com você.— Kenji correu um pouco para me alcançar quando eu estava quase entrando no meu quarto.

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— Na verdade eu... queria te dar um presente.— Permanecemos um pouco parados no corredor, até abrir um pouco mais a porta para ele entrar e eu segui-lo.

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— Não é algo luxuoso, mas eu mesmo fiz para você.— Ele colocou no meu pulso uma pulseira preta e branca com os símbolos Ying e Yang.

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— É lindo Kenji, eu amei.— Eu disse passando a mão na pulseira que ele colocou em meu pulso.

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— Que bom que você gostou. Eu queria te dar um outro presente mas não posso.— Essa fala realmente me deixou em dúvida.

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— E que presente seria esse? — Ele simplesmente passou a mão no meu rosto, acariciou meu cabelo, beijou minha testa e saiu do quarto.

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Eu não sei qual o significado disso, mas gostei bastante de ser tocada por ele dessa forma e ainda sim queria o outro presente.

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No dia seguinte Xing Yang, iria atacar um grupo de traficantes americanos que estava roubando uma das cargas de uma droga experimental que o Japão exporta e ele decidiu me colocar para liderar a estratégia usada para pegar esse grupo. Minha estratégia foi simples, cercar o grupo por onde eles achavam que iriam sair, mas principalmente cercar o lugar por onde eles entraram.

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— Vai dormir agora? —Ouvi a voz de Kenji atrás de mim e virei para olhá-lo.

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— Você está... bêbado? — Ele riu, se aproximou mais ainda de mim, abriu a porta do meu quarto e fechou atrás de nós.

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— A vida é injusta não é? Você acabou de fazer 16 anos eu tenho 17 e nunca poderemos ficar juntos por conta da nossa vida na máfia. Seu lugar não é aqui e eu queria muito mudar isso.— Ele diz acariciando meu rosto, com o rosto dele bem próximo ao meu.

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Como de costume, minha mão foi ao encontro de seu braço forte.

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— O que você está...

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—Ellie, eu sei que você também gosta de mim. A forma com que você implica comigo, a forma com que você do nada me encara, os sorrisinhos que você me dá. — De fato eu gosto dele, mas nunca pensei em afirmar isso, nem para eu mesma e muito menos para ele.

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Ele me prende contra a parede segura minha cintura com uma das mãos e com a outra entrelaça seus dedos nos meus, o contato das nossas peles, suaviza seu olhar e o parece que estamos sobre algum tipo de encanto, uma paz que nos prendeu um ao outro, uma força incompreendida, algo inexplicável. Eu mergulhei no seu olhar, meus batimentos cardíacos aceleraram e nada parecia forte o bastante para desfazer esse nosso momento sublime.

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— Mas a gente não pode...— Antes que eu termine de falar, ele me beija de maneira doce e eu me rendo totalmente a ele.

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— Eu acho melhor...— Eu o empurro levemente, até estarmos um pouco afastado.

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— Eu também acho. Desculpa.— Ele me encara por alguns minutos, depois da um beijo na minha testa e vai embora.

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Eu não posso me permitir ter distrações agora, Xing Yang se tornou um mentor improvável, alguém que me desafia a expandir meus limites, a compreender as nuances da máfia e a adotar uma nova mentalidade. Sob sua orientação, mergulhei nos ensinamentos da cultura japonesa, aprendendo artes marciais, estratégias sutis e a importância do equilíbrio entre mente e corpo.

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Cada dia era uma lição, um passo em direção ao retorno que todos nos almejamos. E sob a tutela de Xing Yang, eu entendia que o verdadeiro poder residia não apenas na força física ou na ambição desenfreada, mas na capacidade de compreender a complexidade deste mundo e, acima de tudo, de mim mesma.