Beatrice Collalto Estou voltando do passeio com os cachorros. Ainda está tão frio que até eles estão agasalhados. Eu então, estou com toca, casaco, cachecol e luvas. Tudo que não posso é ficar doente agora. Paro na sinaleira para atravessar e não acredito no que meus olhos veem do outro lado da pista. Meu coração bate acelerado. É o mesmo carro do dia do Coliseu. Olho como se pudesse achar algo que me desse a certeza. Devem existir muitos carros desses aqui. Mas que ande pelas ruas em comboio assim acredito que não. — Por isso estou com os batimentos acelerados? — Sussurro para mim mesma. Vejo o carro se afastar. Minha mãe tem razão quando diz preciso me atentar a realidade. Mesmo que fosse o mesmo carro eu nem sei quem é o motorista. Gargalho em meio aos meus devaneios e os cachorro