o caminho inteiro foi um silêncio total , Eduardo o homem frio e c***l sentado ao meu lado , me olhava com desdém e as vezes ficava a me encarar , eu por outro lado , tentava a todo custo não olhar pra ele , e muito menos encostar nele , quando o carro parava brutamente .
eu sentia meu corpo todo queimar quando via que ele estava me olhando de uma forma que me fazia ter embrulhos na barriga , e então sem que eu me desse conta , olhava para ele que então nossos olhos pareciam ter imã pois um atraia o outro .
_ teremos que conviver juntos , então quero que ao menos converse comigo , pois se eu tivesse dirigindo , ao menos não precisaria estar falando com você .
diz Eduardo me olhando seriamente .
_ não quero falar com você , você ao menos não deixou minha mãe vir comigo , e eu te odeio por isso .
digo olhando transmitindo tanto ódio que ele desvia o olhar , e olha para frete .
_ você sempre foi mimada desse jeito? como não fiquei sabendo disso antes de aceitar esse acordo e de assinar os papéis.
diz ele me olhando com raiva .
_ que papéis você assinou ? não querendo entrometer nos seus negócios .
digo olhando pra ele .
_ teu pai me pediu pra assinar o papel de casamento no qual eu terei total responsabilidade sobre você .
olho pra ele confusa , imaginando a borrada que ele fez e então eu começo a dar risada .
_ porque está dando risada ? falei algo engraçado ,?
diz ele .
_ não , não disse nada engraçado , mas visto pelas circunstâncias que talvez você foi enganado por aquele homem , que provavelmente deve apenas ter te roubado alguma coisa ou alguns milhões .
digo dando as costas pra ele que me faz virar pra ele com tudo segurando nos meus ombros e me sacudindo .
_ o que foi que você disse ?
_ eu disse que talvez se você fosse mais esperto deveria saber que além de dar a filha por contrato ele pode te roubar bem mais do que você ofereceu a ele .
digo dando um sorriso pra ele de deboche .
_ vamos voltar naquela casa agora .
diz ele pro motorista .
_ por favor , não me leva para aquela casa de volta não , eu imploro .
digo mudando de ideia , porque diabos eu fui abri minha boca ?
_ tá querendo me dizer que não quer voltar ? sendo que você nem queria sair de lá?
diz ele me olhando com uma sobrancelha erguida .
_ e que eu ... eu não aguento mais a forma que ele me trata , eu ... eu já sofri tanto na vida e ...
ele me olha e o motorista parado no meio fio esperando alguma ordem .
_pode ir direto pra casa , amanhã eu vou atrás daquele sujeito .
diz ele deitando com a cabeça pra trás no banco , e respirando fundo .
_ se eu estiver certa do que ele fez , você vai me devolver a ele ?
vejo que ganho sua atenção e ele me olha de um jeito como se eu tivesse falado uma piada sem graça .
_ não porque por mais que eu talvez queresse te devolver , ele já gastou o dinheiro ah muito tempo .
olho pra ele sem entender , porque se o cara que dizia ser meu pai disse que havia conhecido Eduardo hoje como é que Eduardo diz que ele já gastou o dinheiro ?
_ ah quanto tempo vocês se conhecem ?
pergunto fazendo ele me olhar de forma séria .
_ ah mais ou menos uns seis meses que foi quando você fez dezessete anos .
olho pra ele vendo que seu olhar muda.
_ o que fez querer um contrato de casamento comigo ?
ele me olha há sem paciência .
_ ao contrário do que seu pai diz , assinei um contrato de casamento com você , porque ele me devia uma quantidade muito alta , e como eu sabia que ele não pagaria , não tive escolhas .
olhando pra janela vendo o asfalto lá fora fico a imaginar o que se passa na cabeça de uma pessoa em ofertar outra pessoa , e outro ser humano aceitar uma pessoa como se fosse objeto .
_ e tão eu fui aceita por você não ter escolhas ? então caso contrário nunca me aceitaria ?
pergunto tentando ao máximo não chorar na sua frente .
_ eu não gosto de ficar perto de pessoas , eu odeio conviver com gente , eu odeio ter contato com gente , não é atoa que eu moro muito mais muito longe da cidade .
diz ele me olhando de uma forma que me faz ficar intimidada .
_ então porque me aceitou? se me odeia quanto odeia o cara que se dizia ser meu pai ?
ele me olha e desvia o olhar em seguida .
_ porque eu não tive escolhas e talvez porque você pode ser útil e talvez porque você pode estar bem melhor comigo do que com ele ou com qualquer outro que possa pegar você .
olho pra ele balançando a cabeça e sorrindo de raiva .
_ agora eu sou um objeto , sou qualquer coisa , e ninguém percebe que eu tenho sentimentos , que p***a , a vida inteira sofrendo , pra agora passe por isso tudo ? e brincadeira .
ele me olha como se eu tivesse falado a pior coisa do mundo .
_ não ouse falar esses tipos de palavras , ou se não irei lavar essa boquinha suja com água e sabão .
olho pra ele com lágrimas nos olhos e viro meu rosto pra janela .
_ depois de tanta coisa que eu já passei , engolir um pouco de água com sabão provavelmente não irá me matar .
digo dando as costas pra ele que me olha com sangue nos olhos.
_ nunca mais me de as costas ouviu bem sua baixinha atrevida .
olho pra ele dando risada do que ele me disse , se ele achou que estava me ofendendo se deu m*l .
_ baixinha , Anã de jardim , Elfa , pequena fada ,... tantos apelidos de ofensa contra mim que eu já nem logo mais ,nosso ser baixinha , mas sou baixinha com orgulho .
digo olhando pra ele que fica sem graça , mas em seguida dá risada tirando da minha cara .
_ em que merda eu me meti .
diz ele esfregando o rosto com as duas mãos .
_ se você quiser pode me deixar na rodoviária, e de lá eu me viro .
digo sorrindo irónica pra ele .
_ acha mesmo que vou jogar meu dinheiro no lixo ? está muito enganada .
diz ele fechando os olhos e deitando a cabeça pra trás .
visto que ele parou de falar comigo , e eu não queria mais falar com ele , encosto minha cabeça no banco e sem que eu perceba , acabo dormindo pelo cansaço de tudo e por também ser de madrugada .