Cap 5

1230 Words
Fioti do céu, o tempo tava pra lá de voando nesse nosso mundão de Deus. Meu Dom tava crescendo em estatura e graça igualzinho tava escrito na Bíblia, o muléque era motivo do meu orgulho todo. Naum que a Liz também naum fosse, jamais, mas aquela ali tava mais pra sê colocada num potinho de vidro pra eu pode admira Minha miúda tava era fazendo um ótimo trabalho, pensa numa mulher trabalhada no talento, acho até que ela tava educando igualzinho a tia Jô falava porque aquelas p***a toda só podia vir daquela tia que só com uma olhada fazia todo mundo procura a p***a do silêncio Uma hora ou outra a chacrete dava palpite, mas ficava mais de canto, admirando a situação e quer sabe, acho que ela nem dava muita ligança pra isso, pra curti o verdadeiro lugar de vó, só queria mesmo era garanti fica de pertinho Quando o Dom completo dez anos, eu decidi começa o treinamento dele, aquele ali ia sê o dono do morro carai, entaum tinha que aprende as coisas era comigo e naum com qualquer cuzão O negócio tinha que começa nos pouquinho, era uma cobrança ali, umas bicuda acolá, uns encontro com aliado do outro lado, mas tudo no sossego Minha miúda até que tento retruca, mas era o destino dele e ela sabia, no fundo sabia que naum podia coloca o pé na minha decisão Flashback on Ísis - Eu só queria que você esperasse um pouco mais Fe, que deixasse ele ser criança, curtir as brincadeiras, depois fizesse isso que está me falando Montanha - Presta atenção miúda, quando a p***a do negócio aperta, eu num posso fica pensando no que vô faze com ele no meio da zuada naum. Dentro dos tiro, ele tem que sabe desvia de bala e soca o dedo no gatilho pra tomba gente inimiga Ísis - Eu sei Fe, não vivo no país das maravilhas, sei muito bem que não posso deixar o meu menino debaixo das minhas asas para o resto da vida, mesmo eu querendo... Montanha - Vem cá miúda...eu te avisei Ísis, naum faz isso comigo naum tá, é assim que tem que ser Aqueles olho de jabuticaba de fito de um jeito que me quebro todinho, mas mesmo eu num querendo chatear a minha pequena, num podia volta pra trás, eu sabia das consequência de tá no topo do mundo, só queria que meu muléque tivesse preparado quando chegasse a hora Flashback off Montanha - p***a fioti, tá dando show hein JL - Eita lasqueira, é fi de quem hein? O bacuri tem pra quem puxa Montanha - O teu num fica atrás também, vão forma duplinha sertaneja loguim loguim JL - p***a, mó honra Montanha - Uai, e tu acho que ia sê difetente fioti? JL - Naum, mas num deixa de sê mó honra né Montanha - Ó lá, os menino Sabe pega direitinho no gatilho, só tem que melhora a mira, mas tão indo no caminho certinho JL - Tu sabe que eles tem que melhora horrores né, a mira ainda tá passando do travessão, num vi nenhum gol certeiro ali, malemá consegue acerta a ponta de uma unha encravada e tu tá aí cantando de g**o. Os bacuri são bom, aponta pros lugar que a gente manda e tudo, mas tem que melhora nuns negócio aí Montanha - Mas que c****e, tava elogiando faz um minuto e agora tá tudo colocando no defeito JL - O que a gente num faz pela amizade né. Os guri são bão, só tem que melhora e nem reclama, meu muléque tá metido ali no meio, num tá vendo naum? Montanha - É...dez anos, cê acredita? O negócio dá passando rápido pra carai fioti, eu queria que o tempo parasse um pouco, pra eu pode curtir mais JL - Mas tu passa mó tempão com o menino c****e, tá falando de quê? Montanha - Tem hora que eu penso que a miúda tá certa, o menino tem que sê um pouco criança, aonde já se viu treina ele com essa idade pra sê soldado, mas daí, caio na real tá ligado, eu sei que tenho que faze isso, uma hora eu num vô mais tá aqui JL - Relaxa mano, o que é certo é certo Montanha - E o errado é errado né? Grande filósofo você JL - Eu hein, só tô tentando ajuda Montanha - Tá, mas mudando de assunto...E a Kéka hein? JL - Ah mano, ela cresceu no meio da gente né, sabe que num tem outro jeito Montanha - Pelo menos isso né. Porra...dez anos... *** Dom - Coé mãe, dá pra libera a chave do poizé? Ísis - Tu sabe que isso não é comigo né Dominic As vezes eu achava mais fácil ir direto na minha mãe, quando era coisa de pedido, meu pai nunca negava pra ela Dom - Eu fiz alguma coisa pra ti? Ísis - Não, por quê? Dom - Nada, é que tu me chamou pelo nome, fico meio cabrero com isso aí. Vô cola lá na boca belê Ísis - Esse seu linguajar... Dom - É tu que destoa mãe, todo mundo na comunidade fala assim que nem eu, nem consigo solta uma única pessoinha que é toda certinha assim igual a tu mãe Ísis - Só toma mais cuidado quando falar comigo tá, todo mundo fala, mas você não é igual a todo mundo Dom - Tá bom, tô indo Ísis - Está indo não, já fez suas obrigações? Já lanchou? Descansou? Dom - Já, já e já Ísis - Eu não vou conseguir né? Dom - Naum Por mais que ela tentasse, sabia que eu num ia fica preso dentro de casa, meus dezoito anos já tava batendo na minha porta e a confiança do meu pai em mim tava em evidência, eu naum ia corre o risco de joga tudo pro alto Além disso, minha mãe sempre fico na consciência de que esse era meu destino e que uma hora ou outra eu ia com tudo Umas coisa eram fácil demais, outras precisavam de muita atenção, mas a recompensa sempre vinha, sempre mermão Cara, eu tava no auge da idade e com t***o a flor da pele, vigor de adolescente e muita vontade de extravasa. Eu nem precisava faze muito esforço, aquilo era pra zé ninguém, mas eu, eu era o filho do dono do morro e por causa disso, as mina faziam fila pra mim Meu pai num cansava de dize que eu tinha muito dele, principalmente na hora de quere f**a e soca empata f**a, mais também fazia questão de canta pros quatro canto que a época dele tinha mais que passado e que o coração do grande Montanha tinha nome, número e endereço. A bicha atendia pelo nome de Ísis pra Raimundo e todo mundo e miúda pra ele, era pequena igual a anão de jardim e ficava na espera lá na goma do dono do morro Pra ele o nome era miúda, pra mim era mãe, mas pra toda a comunidade era a fiel que tinha conseguido segura o Montanha a laço A idade tinha chegado, mas eu ainda naum me sentia pronto, ao mesmo tempo que eu queria eu também naum queria, mas faze o quê, destino é destino, pronto ou naum, eu tinha era que aceita a obrigação
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