ALICE NARRANDO:
Terror: Tu vai começar a ver as coisas da criança quando? - Perguntou e eu dei de ombros. - Tu tem que ver Alice, f**a-se esse cara! Pensa no teu filho e não esquece da sua loja também.
Alice: Eu vou lá na favela do Pesadelo, ver a Larissa e depois eu vejo isso.
Terror: Tu toma cuidado pra essa menina não se apegar em tu! - aponto sério. - Filho dos outros é b.o sério.
Alice: Qual a parte r**m dela se apegar também?
Terror: Não fica se fazendo porque tu entendeu do que eu tô falando! - Falou seríssimo.
Alice: Fica tranquilo, eu não quero saber de homem nem tão cedo.
Terror: Só do meu neto pô, isso mermo.
Alice: tomara que seja menina. Se vier menino e vier com a cara do Thiago vai ser o erro dos erros!
Terror: Não fala essa p***a do seu filho, não fala!
Alice: modo de falar só, pai. - Revirei os olhos.
Terror: Mesmo assim, a criança entende.
Meu pai quando pega pra falar é só deus viu.
Alice: Tá. - forcei um sorriso.
Terror: Pega aquele cartão de sempre e compra os bagulhos do meu neto.
Alice: Eu tenho dinheiro.
Terror: Não perguntei parcerinha, mandei tu pegar aquela p***a e comprar. Presente pra ele!
Nem parece o nojo que não falava comigo né? Ai ai
(...)
Alice: Tô morrendo de calor. - Falei me abanando assim que o Pesadelo fechou a porta da sala.
Pesadelo: Também né, toda coberta aí. - apontou pra minha calça. - Vou ligar o ar e pegar a Larissa, espera aí.
Fiquei uns cinco minutos ali e logo vi a Larissa correndo. Tava com o cabelo molhado e o olho vermelho da piscina.
Larissa: Tiaaaaa!
Eu sorri assim que senti os bracinhos dela no meu braço.
Alice: Saudades, princesa. - Falei enchendo ela de beijos.
Larissa: Eu também. Meu pai só vivia prometendo que você ia vir e você não vinha nunca! - Falou tudo rápido e eu ri.
Alice: Culpa minha. Eu vou ser mamãe, sabia? Daí tava vendo algumas coisas do meu bebê.
Larissa: um bebê? - Perguntou surpresa e eu concordei. - Deixa eu ver?
Pesadelo: Ou Larissa, para de perturbar pô.
Alice: Deixa ela. - Falei e levantei minha blusa. - Tá pequena ainda, mas vai ficar igual uma melancia.
Larissa: Você tá feliz? - Perguntou fazendo carinho na minha barriga.
Alice: Muito, eu amo muito meu filho.
Larissa: Eu também tô feliz. - Ela pôs a mão na boca e me olhou. - Ele vai poder ser meu amigo?
Alice: Logico que sim, voce vai me ajudar a cuidar dele.
Larissa: cadê o papai dele?
Alice: Ele só tem mamãe. - Sorri.
Larissa: Meu pai pode cuidar dele. - Falou como se tivesse tido a melhor ideia do mundo. - né papai? Ele pode morar aqui perto da gente.
Pesadelo: Larissa, chega vai. Isso não é assunto pra tu, vai tomar teu banho que sua tia tá lá no quarto já.
Larissa: Já volto. - Falou e deu um beijo na minha barriga antes de levantar.
Coisa fofa!
Pesadelo: E ai, ta tranquila? Como tu tá?
Alice: To bem, ja aceitei e semana que vem tenho consulta. - Sorri fraco e apertei minha mão.
Tava nervosa, com medo. Medo de ser julgada e de não dar conta.
Pesadelo: Não vai ter pai mermo não? Tu não quer conversar?
Foi ele falar e meu olho encheu de lágrimas né.
Alice: Ele foi muito filho da p**a comigo, muito. - Falei pela primeira vez o que eu tava sentindo. Me senti traída mesmo.
Eu expliquei tudo certinho e ele só escutou.
Pesadelo: Filho da p**a é pouco né? p***a, moleque do c*****o. f**a-se se ele já tá com filho com outra, se ele foi homem pra meter em duas tem que ser homem e assumir o b.o das duas. - Negou sério. - E seu pai não fez nada? p***a, se fosse minha filha eu matava o cara. Ninguém faz filho sozinho nessa p***a, queria ver ele pensar em falar que não ia assumir.
Alice: Meu pai ia forçar ele mesmo, mas eu falei que não queria. Meu filho não precisa de resto de ninguém, não precisa dele pra nada. - Falei séria- Eu não quero ele perto de mim, não quero mais nada disso. - Neguei chorando e o Pesadelo ficou me encarando.
Pesadelo: p***a mesmo viu. - Falou baixo e cruzou os braços. - Vai ser difícil pra c*****o, não tenha nem dúvidas disso. Eu cuidei da Larissa sozinho também, pra você que é mãe é mais difícil ainda. - Falou sério. - Mas vai dar tudo certo, tu vai conseguir e vai ser mãezona, filho acima de tudo é bênção pra c*****o. Deixa ninguém te julgar nessa p***a não, só tu sabe o peso do fardo que tá carregando! Você vai ser a melhor mãe que conseguir, o menor vai ser amado, vai ter futuro e é isso que conta.
Alice: Eu sei. - Falei baixo. - As vezes eu me esqueço, sabe? Meus amigos a maioria sumiu, meu pai voltou a falar comigo recentemente e já tá começando a babar no neto. - Ele riu. - Nem acredito que eu vou ser mãe.
Pesadelo: Amigo mermo é teu pai e tua mãe, hoje em dia ninguém é amigo de ninguém. Ainda mais na vida que seu pai e eu levamos.
Alice: Eu tava vendo um lugar pra ir morar, meu pai já barrou e falou que ainda não tá na hora de sair de casa, que pode acontecer alguma coisa e eu não posso estar sozinha.
Pesadelo: Ele tá certo pô. Não tira a razão de nada que teu pai fez - Mandou na lata. - Sério mermo, ele tá decepcionado! Eu não consigo nem imaginar a Larissa chegar daqui uns anos falando que tá grávida, ainda morando na minha casa, não tá com o cara, o cara não assumiu o b.o dele.
Alice: Eu estraguei minha vida. - Voltei a chorar só que com mais intensidade. .
Pesadelo: Ih cara, parou. Estragou nada não, só vai adiar as paradas, mas tudo pode rolar ainda! - Falou me abraçando e me puxou, deixando minhas pernas no sofá e minhas costas no peito dele. - Vida tá só começando e agora você vai colocar outra no mundão aí.
Alice: Obrigada.
Pesadelo: É nois memo pô, qualquer fita eu tô contigo. - Ele tava falando calmo já, nem me conhece e tava me tranquilizando. - Mas mano, sou meio fofoqueiro - Eu ri e esperei a pergunta - Foi acidente essa p***a aí ou descuido mesmo?
Alice: Acho que descuido.
Pesadelo: p***a, tu acha?
Alice: É. Quando a gente voltou eu fiquei muito relapsa quanto a isso, não lembro mesmo. Eu tomava remédio, porque quando eu terminei com ele fiquei com o neguinho algumas vezes e
Pesadelo: Precisa me detalhar com quem você ficou não.
Alice: De t*****r foi só com os dois mesmo, até onde eu lembro né - brinquei - Mas então, eu tomava o remédio desde que transei pela primeira vez com o Thiago, achobque foi erro. Deve ter acontecido alguma coisa que cortou o efeito do remédio. Eu levei fé no remédio e não usei c*******a.
Pesadelo: Tu só transou com dois caras sua vida toda? p***a, falei parecendo que tu tem 35 anos. - Eu ri e concordei. - Tu é doida mermo né pô. Tinha uma confiança do c*****o nele né? - Eu assenti - Pra eu fuder sem c*******a é só na base de muito amor e olhe lá, ser humano é sujo pô. Doença tá aí pra bobo pegar, eu nunca trai ninguém, mas quem me garante que o outro não trai? - Falou sério e eu fiquei quieta.
Tava errada mesmo.
Eu escutei tudo quieta, porque ele foi a única pessoa que falou comigo, deu "bronca" mas não me julgou, só falou a verdade e com cautela.