Eu estava sonhando. Sabia que estava sonhando, mesmo que pudesse sentir que era mais do que um mero espectador conforme me mexia desconfortável numa cadeira de madeira imaculada e antiga, observando as meias negras que chegavam até os meus joelhos, abaixo de uma saia grande com pregas que escondia minhas coxas grossas demais para uma adolescente. Era o mesmo corpo, embora pouco formado, mas a alma... Aquela alma não era minha. Não uma alma daquele tempo. Uma alma velha num corpo tão jovem. E aquela alma sabia o quanto era injusto tudo o que passávamos ali naquele lugar esquecido por Deus. Aquela alma sabia o quanto era errado que cada parede daquela sala de aula dentro daquele maldito convento fosse preenchida com tantas imagens de santos e Jesus. Aquelas freiras que lecionavam e puni