O beijo

1072 Words
Aquele momento mágico envolveu Sophia e Gabriel numa aura de encanto. Com carinho, Gabriel acariciou sua mão, levando Sophia a recostar a cabeça em seu ombro. Com gestos delicados, ele ergueu seu queixo com os dedos e depositou um beijo suave e agradável O coração de Sophia acelerou, uma mistura de emoções tomou conta dela. Era o primeiro beijo com o rapaz que tanto gostava, algo que ela nunca imaginou que aconteceria. O beijo aprofundou-se, seus corpos se enlaçando com uma força possessiva, mas Gabriel interrompeu momentaneamente, selando sua testa com um beijo. O celular de Gabriel interrompeu o momento mágico. Ele leu a mensagem e guardou o celular no bolso, mencionando a chegada de uma compradora importante. Sophia ofereceu-se para voltar com ele ao casamento, mas ele a convenceu de que precisava pegar sua irmã e se encontrariam lá. Ele a levou de volta à casa de Charlotte e voltou ao casamento. Sophia estava em um estado de êxtase, m*l acreditando nas palavras que Gabriel tinha pronunciado. As coisas tomaram um rumo surpreendente quando entraram no casamento: todos já sabiam. Samuel os flagrara durante o beijo. A situação, contudo, trouxe consigo um pouco de zombaria das primas e um desconforto palpável. Luísa demonstrava sinais de querer ir embora, então Heitor se ofereceu para levá-las de carro. No retorno à festa, após deixar sua irmã com a cuidadora, Sophia preparou-se rapidamente. Com um r**o de cavalo e uma maquiagem sutil, ela desceu as escadas. A celebração continuava, e seus olhos pousaram em Gabriel, que conversava com outros homens. Enquanto ela se aproximava, notou uma mulher mais velha enlaçando o braço de Gabriel e beijando sua bochecha, sem soltar-se dele. Gabriel, por sua vez, envolveu-a com a mão na cintura, mantendo-a próxima. Cindy, sua amiga, a acompanhou e notou a cena. —Vixi!? ela murmurou, surpresa. — Quem é aquela?- perguntou, curiosa. —Aurora Caccinni. Filha de Álvaro Caccinni, um dos principais distribuidores de vinho na Europa. Ela vive se aproximando de Gabriel,- explicou Cindy. Sophia sentiu ciúmes, uma sensação nova para ela. A conversa com Cindy continuou, revelando a reputação de Gabriel como um conquistador que desfrutava da atenção feminina. Sophia experimentava ciume novamente, mas a conversa prosseguiu. Cindy expressou que Gabriel jogava charme até conseguir o que queria, mas Aurora parecia durar mais. Sophia lutou contra as lágrimas, encarou Cindy e falou: — Eu vou embora amanhã, Cyndi. Vou viver como se Gabriel nunca tivesse existido Enquanto ela olhava, Gabriel notou a cena e Cyndi fez um gesto de negação com a cabeça. Gabriel se aproximou da irmã, sem perceber que Sophia estava perto. Ele perguntou o que havia acontecido, e Cyndi o confrontou sobre beijar Sophia e já estar com Aurora. Gabriel ficou surpreso. — Quem te contou isso? — Ninguém que você precise saber. É mentira? Ele respondeu, firme: —Cyndi, o que eu tenho com Aurora não interessa a ninguém. E se eu beijei Sophia ou não, também não te interessa. Enquanto ele se afastava, Cyndi elevou o tom: —Ela é da família! —Nada disso! Ela é só mais uma agregada, uma pirralha mimada que não sabe manter a boca fechada! As palavras de Sophia ecoaram, revelando sua localização escondida e atraindo a atenção. —Pirralha ou não, ela é mulher o suficiente para assumir suas ações. E não, eu não contei a ninguém. Depois de hoje, eu teria vergonha de admitir que beijei alguém como você. Eu imaginava isso: um playboy que brinca com os sentimentos das pessoas. Sophia saiu de cena, indo em direção a seu pai. Ela sabia que perto da família, Gabriel não teria argumentos. O resto da noite transcorreu em lágrimas no quarto de Sophia, enquanto ela era consolada por Emma, Cyndi e Valentina. Nos braços de suas amigas, Sophia deixou suas lágrimas fluírem livremente. Elas a acolheram com compreensão e empatia, criando um ambiente seguro para que ela pudesse liberar todas as suas emoções. Os abraços apertados e as palavras de conforto eram como um bálsamo para sua alma ferida. Enquanto a noite avançava, Sophia gradualmente encontrou uma calma interior. Suas amigas a ajudaram a enxergar que ela não estava sozinha nessa situação, que muitas vezes as expectativas não se alinham com a realidade e que o mais importante era cuidar de si mesma. Entre suspiros e risos amigáveis, elas lembraram a Sophia de sua própria força e valor. Na manhã seguinte, Sophia acordou com um novo propósito. A decisão de partir era uma manifestação de sua determinação em não permitir que as circunstâncias a definissem. Ela sabia que merecia mais do que um relacionamento incerto e um coração partido. Enquanto arrumava suas coisas, ela deixava para trás não apenas um capítulo de sua vida, mas também as inseguranças e a tristeza que a acompanharam. Cada objeto que ela colocava na mala era um símbolo de sua renovação interior. Ela estava se libertando do peso do passado e abrindo espaço para um futuro cheio de promessas e auto-descoberta. A jornada física estava acompanhada por uma jornada emocional, uma busca por sua própria identidade e felicidade. No momento da despedida, Sophia abraçou seus amigos e familiares com gratidão. Cada abraço continha não apenas adeus, mas também a esperança de um reencontro futuro, quando ela estaria mais forte e mais confiante. A imagem de seus entes queridos ficou gravada em sua mente enquanto o carro a levava para longe. Ao observar a paisagem passando pela janela, Sophia contemplou o que estava por vir. Ela sentia que estava reivindicando seu poder e tomando as rédeas de sua vida. Embora o caminho fosse incerto, ela estava determinada a enfrentar cada desafio com coragem e resiliência. As lembranças da noite anterior permaneceriam com ela, mas agora eram parte de sua jornada de crescimento. A conversa franca com Cindy, suas lágrimas compartilhadas com Emma, Cyndi e Valentina, tudo isso a tinha fortalecido. Ela estava se despedindo de uma parte de sua vida, mas também estava se despedindo de uma versão mais vulnerável de si mesma. Enquanto o horizonte se desdobrava diante dela, Sophia respirou fundo, sentindo-se pronta para enfrentar o mundo com uma nova perspectiva. As lágrimas que haviam molhado seu rosto eram agora um lembrete de sua própria resiliência. Ela estava pronta para deixar sua marca no mundo, independente de qualquer obstáculo que encontrasse pela frente. A estrada à sua frente poderia ser desconhecida, mas ela estava determinada a trilhá-la com graça, força e confiança.
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