* Beatriz Narrando
Gabriel só pode estar de palhaçada com a minha cara, só pode, ele tem que voltar para o Brasil e resolver um problema do morro, tá até aí eu entendo, ele se preocupa com a comunidade, sei está sendo ameaçado por uma pessoa que ele não imagina quem seja e quer nos proteger, mais eu sou a mulher dele, não quero estar com ele só nos momentos bons, eu quero estar nas lutas também, mas Gabriel toda vez que vem um problema maior ela quer me afastar dessa maneira, mas dessa vez eu tomei uma atitude, ou eu vou com ele, ou acabou, eu o amo demais e vou sofrer muito se ele escolher que eu não vá, mas eu não quero passar meses longe dele, ele precisa entender que não precisa se afastar para resolver os problemas.
Gabriel está sentado na nossa cama me olhando, eu estou de frente para ele de braços cruzados esperando pela sua resposta.
- Gabriel, estou esperando sua resposta. – Falo bem irritada.
- Amor. – Diz me puxando para mais perto dele e me abraçando.
Eu até tentei resistir, mas eu acabei o abraçando, eu amo esse homem e não consigo ficar sem ele, mas eu preciso fazer ele entender que me afastar não é uma solução.
- Eu amo o seu abraço, mas ele não vai me fazer mudar de ideia, eu quero a sua resposta Gabriel. – Falo abraçada com ele.
- Vamos arrumar nossa mala Bia, vou comprar as nossas passagens quero pegar o próximo voo para o Brasil, assim que chegarmos vamos matricular os dois na escola logo, pois falta pouco para as aulas voltar.
- Eu sabia que você ia escolher nos levar. – Digo muito feliz e abraçando ele forte.
- Você me ameaçou, praticamente colocou uma arma na minha cabeça e ativou o gatilho. – Disse cheirando o meu pescoço.
- Para de ser dramático, você não me deu muita opção. – Digo dando um selinho nele.
- Chantagista. – Disse.
- Sou mesmo. Amor, posso ver com o meu pai se ele nos disponibiliza o jatinho. – Digo.
- Se puder, quanto antes chegarmos será melhor. – Fala.
- Vou ligar para ele. – Falo e dou um selinho rápido nele.
Ligo para meu pai e explico que temos que ir para o Brasil urgente e pedi o jatinho, ele disse que não tria problema algum, mas queria saber o que tinha acontecido e como eu não sei direito passei para Gabriel e ele explicou tudo para o meu pai, meu pai implorou para eu não ir com ele, pois vai ser muito perigoso, mais eu disse que eu vou e ninguém vai me impedir. Meu pai mandou prepararem o jatinho, mas disse para Gabriel que assim que der ele também vai para ajudar no que fosse possível e que ele não precisava se preocupar com os negócios daqui e focar somente nos problemas que iremos enfrentar lá.
Comecei a arrumar as malas, até as coisas da Elisa vou levar, já tenho algumas coisas dela, não tem necessidade de ter que comprar várias roupinhas de novo, sei eu ainda tenho que comprar muita coisa ainda, pensando bem, já era para eu ter comprado, ela nasce daqui a dois meses e eu ainda não comprei tudo que ela precisa.
Assim que os meus pais chegaram com os dois eu os levei direto para o banho com a ajuda da minha mãe, eu e Gabriel já estávamos prontos, arrumo eles bem rápido e descemos, meu pai iria nos deixar no aeroporto, as crianças estavam muito felizes, para eles seria uma viagem para ver a vovó.
- Filha, desiste de ir, aqui você e as crianças estarão mais seguros. – Meu pai pede enquanto ainda não embarcamos.
- Eu vou pai, já está decidido. – Falo.
- Desisti Giovanni, até em separação ela falou, disse que se eu for sem ela, nosso casamento já era. – Gabriel fala.
- Essa é a minha filha, isso aí mostra que quem manda na relação somos nós as mulheres minha filha, não dá mole não. – Minha mãe diz nos fazendo rir.
- A questão aqui não é quem manda Yolannda, a questão é o perigo, Gabriel nem sabe quem está o ameaçando. – Meu pai diz.
- E daí, ela está certa, e outra em nenhum momento essa pessoa ameaçou a Bia ou as crianças, quem está em perigo é o Gabriel. – Ela diz e eu concordo.
- Vocês duas nunca vão aprender. – Meu pai diz e bufa.
- Eu sei que a ameaça é para mim, mas meu medo é essa pessoa atacar a minha família para me atingir, é isso que vocês duas nunca entende, o perigo só de estar com a gente. – Gabriel diz e eu o encaro.
- Nós sabemos do perigo, mas vocês precisam parar de nos colocar fora disso, eu sou casada com você e a minha mãe é casada com o meu pai, já estamos em perigo desde o momento que escolhemos nos casar com vocês, e já sabíamos disso, mas nós escolhemos vocês até com o fardo que carregam, agora chega dessa conversa, eu vou e acabou, nenhum dos dois vão me fazer mudar de ideia. – Falo decidida e os dois reviram os olhos.
Decolamos e não demorou muito os dois caíram no sono no nosso colo, com a mão livre eu entrelaço as nossas mãos, ele sorri e dá um beijo no dorso da minha mão.
- Te amo, minha linda. – Diz e sorri.
- Te amo, meu Alemão. – Falo sussurrando somente para ele ouvir, e ele sorrir, eu sei que ele sente falta da comunidade, sente falta de comandar o morro e de ser o Alemão, o dono do morro da fé.