A primeira vista.

799 Words
Lins de Vasconcelos, RJ. Bernardo narrando. Pela amanhã avisei na favela que o baile estava liberado, avisei cedo pra geral se organizar, da última vez eu avisei as sete da noite e faltou bebida nessa p***a. Eu já estava trajado, blusa preta da Lacoste, bermuda jeans, 12 molas no pé, correntes no pescoço e Glock na cintura. Meus homens estavam do meu lado me acompanhando pro baile, acho ridículo o dono do morro ter que andar com uma pá de homem junto, mas depois que fui atacado a um tempo atrás eu sei que a segurança é necessária. Eu sempre chego no baile na madrugada, é a melhor hora, o baile já tá bombando, já tá geral louco e curtindo pra caralh0. Parei na boca do baile e fiquei por lá com o pessoal, estávamos um pouco distante do som e da multidão. Começamos a conversar, até que eu me distrai olhando uma novinha dançar. Acho que nunca vi ela no baile, se tivesse visto me lembraria com toda certeza. Ela é loira, cabelo longo, estava vestindo uma saia bem justa e um top brilhoso, tinha uma jaqueta na cintura que não deixava eu admirar o movimento daquela b***a, mas mesmo assim fiquei hipnotizado. Ber: TH, quem é ela?— apontei pra ela disfarçadamente. TH: nunca vi por aqui. Ber: vou ter que ir lá dar as boas vindas então. — disse rindo. Fui andando na direção dela, queria pelo menos saber seu nome. parei do lado dela, ela me olhou e sorriu. Ber: primeira vez aqui? — disse próximo do ouvido dela, a música estava alta onde ela estava. Thalia: aham, e você? Ber: eu moro aqui, tô sempre no baile. Thalia: ah, que legal. Ber: você é da região mesmo? Thalia: sou do Méier mesmo, pertinho daqui. Ber: será que eu vou ter a honra de saber seu nome? Thalia: meu nome é Thalia, e essa e minha amiga Jhuly. — disse apontando pra amiga que estava ao lado dela. Ber: prazer, eu sou o Bernardo.— disse pras duas. Jhuly: prazer é nosso. — disse apertando a minha mão. Me virei pra Thalia e disse: Ber: será que eu posso te conhecer melhor? Thalia: eu vim aqui só pra curtir o baile mesmo, não tô interessada em nada além disso, desculpa. Ber: sem problemas, aproveite o baile. — sorri e voltei pra perto do pessoal. Continuei de longe admirando ela, de longe ela também me mirava e jogava o cabelo. Eu quero conhecer ela, pior que nem posso falar pra ela que sou o dono da favela, vai que ela se assusta e mete o pé, vou deixar rolar, com certeza ela vai voltar aqui. Peguei um corpão, coloquei whisky e gelo de água de coco e comecei a beber, pra mim aquela visão tava perfeita, e a novinha não me querer me fez quer ela mais ainda. Ber: enche um balde de gelo, coloca uma garrafa de Jack e umas caixinhas de água de coco e manda pra aquela novinhas ali.— apontei pra onde ela estava. — diz que foi o Bernardo que mandou.— ele assentiu e foi fazer oque eu mandei. Fiquei olhando TH se aproximar dela com o balde, ele falou com ela e apontou pra mim, ela me olhou, eu levantei meu copo e sorri. TH saiu e voltou pra perto de mim. TH: a mina não entendeu nada. Ber: ela não precisa entender, só precisa lembrar de mim. O dia foi amanhecendo e o baile esvaziando, vi que Thalia já estava indo embora e fui atrás dela. Ber: ei, espera. — disse enquanto corria pra me aproximar dela. Ela se virou , me olhou e parou pra me esperar. Thalia: oi.— me aproximei dela e disse: Ber: será que eu posso te levar em casa? Thalia: não precisa, já pedimos um Uber, inclusive já está chegando lá em baixo. Ber: te acompanho até lá em baixo então. — ela assentiu e nós fomos descendo o morro. Thalia: obrigada pela bebida, você foi muito gentil. Ber: não foi nada, considere como um presente de boas vindas a favela.— ela riu. Thalia: não vi mais ninguém ganhando esse presente de boas vindas. Ber: foi especial, só a mais linda do baile ganhou. — ela me olhou sem graça, sua bochecha estava vermelha de vergonha. Thalia: obrigada, não precisava se incomodar. Ber: imagina, foi um prazer! — sorri pra ela Thalia: esse e meu Uber, preciso ir. — eu assenti. Ber: espero te ver mais vezes. — abri a porta do carro pra ela e a amiga entrarem. Thalia: quem sabe né— Jhuly e ela entraram no carro e eu fechei a porta. Ber: até a próxima.— ela acenou e o carro andou, essa foi a nossa despedida.
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