Capítulo 1

1071 Words
Capítulo 1 Castiel A minha vida virou uma bagunça desde que aceitei assumir o morro no lugar do Caleb. Ideia estupida. Eu sabia que não era um trabalho simples, mas também não imaginei que exigia tanto, p***a, eu não tenho um dia de paz e ainda nem assumi. Imagina quando tudo for minha responsabilidade? Para piorar a situação faz uma semana que a Toni mudou para a casa do Asafe. Aquele babaca conseguiu levar a aminha irmã. Apesar de nutri um profundo ódio por ele, preciso admitir que o desgraçado faz bem a ela, e tudo que eu mais quero nessa vida é ver a minha irmã bem e feliz. Mesmo que seja longe de mim. Tudo bem, eu sei que sou dramático, é uma característica presente no sangue da minha família, mas eu realmente sinto falta dela, Antonieta é o meu porto seguro, assim como eu sou o dela, as vezes tudo que eu quero é me deitar ao lado dela e esquecer as merdas que aconteceram durante o dia. Mas, isso deixou de ser possível. Infelizmente. – Vamos, Castiel. – Caleb grita mais uma vez. – Não é tão difícil assim. Queria entender qual é a definição de dificuldade para o meu irmão, porque claramente temos definições diferentes de várias coisas. No momento estamos em um galpão no meio do mato, o lugar é afastado e completamente deserto, perfeito para o ritual de tortura que ele está fazendo comigo. A definição de não é tão difícil assim dele é prender um alvo em um ferro no corpo de um cachorro e fazer o cachorro correr feito um louco, o objetivo? Que eu acerte o alvo sem acertar o cachorro. O alvo fica bem longe do corpo do animal, mas para quem está aprendendo a atirar com precisão, dá um p**a medo. Segundo o doente que eu conheço como meu irmão, durante as invasões eu vou precisar atirar em pessoas que estão correndo, e nisso ele está certo. Mas acho que ficaria mais confortável se o alvo estivesse em cima da cabeça de um vapor qualquer, caso eu erre o pobre animalzinho não seria atingido e sim um vapor. Não que uma vida humana não tenha seu valor, mas os animais merecem mais respeito e consideração, no meu ponto de vista. – Se você calar a boca talvez eu consiga. – Falo mirando o alvo e atirando. – Não preciso que você talvez consiga, Castiel, eu preciso te entregar o morro sabendo que você vai matar qualquer um que apreça ameaçando a sua vida. – Respiro fundo. – Eu entendi, certo? – O cachorro volta a correr e foco a minha atenção a ele mirando novamente no alvo e acertando. – Bom, continue assim. – Ele incentiva. Por mais duas horas a gente segue nisso, o cachorro corre, eu atiro, o Caleb reclama quando eu erro e me dá um elogio quando acerto. Até parece que eu sou o cão nesse galpão. Quando finalmente voltamos para casa me sinto exausto, os meus pulsos doem pelos movimentos repetidos durante a tarde toda e o meu corpo implora para que eu durma o mais rápido possível. Saio do banheiro desejando me deitar na minha cama e apagar pelo resto da noite, vou até o closet e visto uma bermuda e volto secando o cabelo. Escuto batidas na porta do meu quarto e respondo. – Castiel. – Nathan entra no quarto me procurando. – Onde você estava? – Arqueio as sobrancelhas. – Eu não me lembro do porquê te devo satisfação da minha vida, pode refrescar a minha memória? – Jogo a toalha na cama e me sento. – Porque eu sou o seu melhor amigo e você tem que me manter informado sobre a sua vida. – Dei risada. – Você é um babaca, sério. – Neguei com a cabeça. – Eu estava treinando, a tarde toda. – Ele se senta ao meu lado. – Vamos sair? – n**o com a cabeça. – Vamos. – Ele me empurra. – Qual é o seu problema em receber um não? – Ele faz uma careta. – Não gosto, até porque não tem motivos para você se negar a sair com o seu melhor amigo. – Reviro os olhos. – Me fala uma coisa. – Me viro para olhar para ele. – Como você arruma uma festa diferente todos os dias? – Ele dá risada. – As pessoas gostam de me convidar para as festas delas, posso fazer o que? – Ele dá de ombros. – Hoje não vai rolar, eu estou cansado. – A Fernanda vai estar lá. – Ele fala como se isso fosse um incentivo. – Você falou isso na intenção de me animar? – Talvez, funcionou? – Neguei com a cabeça. – As coisas entre a gente estão estranhas. – Ele me olha confuso. – Por quê? – Sei lá cara, depois da última vez a gente se afastou, ficou um clima estranho. – Você vacila demais. – Ele n**a com a cabeça. – Eu não vacilo, ela que mistura as coisas. – A garota é apaixonada por você, é bem obvio isso. – Não acha meio estranho? Ela é apaixonada por mim e aceita f***r com nos dois ao mesmo tempo. – Ele ri. – É o jeito que ela encontra de ficar com você, então ela aproveita. – n**o com a cabeça. – E você não pode negar que não gosta, é sempre divertido. – Eu nunca falei que não gostava, só não sei se é o que eu quero, sabe? – Ele balançou a cabeça confirmando. – Entendo, pensa direito cara, a Fernanda é uma garota f**a e tenho certeza de que gosta muito de você. – Eu sei. – Respirei fundo. – Bom, já que você não quer ir comigo, eu vou sozinho. – Ele se levantou da cama. – Se mudar de ideia me avisa. – Beleza. – Nos despedimos e ele foi embora. Eu sei que ele tem razão, qualquer cara não deixaria a Fernanda passar, ela é uma garota legal. Mas eu não sei se estou pronto para um relacionamento, a minha vida está um caos e isso seria só mais uma responsabilidade. Talvez seja melhor manter as coisas como estão agora, assim ninguém sai magoado dessa história se não der certo. Me levanto e vou até a cozinha pegar alguma coisa para comer e volto para o quarto me jogando novamente na cama.
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