Prólogo

1121 Words
Acordo cedo pois a vida do menor não é fácil, mesmo eu indo dormir mais de três da manhã após as minhas entregas de lanche, pois eu trabalho como motoboy, as seis da manhã eu já estou de pé, para poder pegar dois ônibus e chegar logo na faculdade. Eu me chamo Kleber, tenho dezoito anos e acabei de entrar na faculdade de engenharia civil, um dia eu vou reformar essa favela toda, e todas as dona Maria, assim como a minha mãe, vão ter um lugar decente pra morar. Pensando nisso eu saio do banho, visto a minha roupa e vou até a mesa do meu barraco onde a minha coroa já tá com o meu café e o meu sanduíche pronto, eu sei que a dona Marisa tem medo de que eu saia do trabalho e caia na vida do tráfico, mas eu não irei fazer isso pois eu me lembro muito bem de tê-la visto chorando muito quando infelizmente o meu irmão perdeu a vida para esse destino triste e c***l. E agora a minha mãe só tem eu no mundo, eu não me sinto no direito de dar esse desgosto para ela. — Aqui meu filho, como tudo sim? - ela diz passando a mão na minha cabeça e me fazendo carinho. — Tá bom mamãe, pode deixar até por que eu tô mo cheio de fome mesmo. - eu respondo já atacando a comida. — Chegou tarde ontem meu filho. - minha mãe diz preocupada. — Relaxa mãezinha, eu só fiz uma hora extra pra descolar a grana pra o ônibus essa semana. - eu tento explicar pra ela. — Meu filho, eu sei que eu ganho pouco como faxineira, mas se você está precisando eu também posso ajudar, você não tem que ficar trabalhando até mais tarde dessa maneira pois cedinho você precisa acordar para ir na faculdade meu menino. - minha mãe diz, eu sei bem que se ela pudesse a mesma me daria até o mundo, porém, eu é quem um dia darei o mundo para ela. — está tudo bem minha mãe. Vai dar tudo certo relaxa. Só fica de boa aí, agora eu vou ter que sair. — Espera filho, deixa eu fazer uma oração pra você. - minha mãe diz e começa a orar, ela sempre pede pra Deus me proteger e pra ele me manter longe do tráfico, e eu sempre obedeço pois eu não quero ver a minha coroa triste por causa de desgosto. Apesar de já ter recebido vários convites para entrar no mundo do crime, pois eu sou cria da comunidade, o Vidigal é o meu berço, eu moro aqui desde quando era fiote, porém, eu nunca aceitei entrar nessa vida fácil aí não, por que não quero dar desgosto para a minha coroa. Eu vou pensando nisso enquanto estou dentro do ônibus, eu faço faculdade de engenharia, está muito difícil seguir com esse sonho, porém, eu irei conseguir, eu atingi uma nota do enem quando tinha ainda dezesseis e já decidi entrar logo na facul, eu não quis esperar, eu não sou filho de papaizinho, eu preciso pegar duas conduções e é na segunda que eu passo todo dia meia hora esperando o ônibus chegar. E é nessa espera que eu vejo ela sempre, a mina mais linda da face da terra. Eu fico sempre observando ela chegar na esquina e entrar lá na igreja, isso mesmo, acho que ela é crentinha. Todo dia de manhã ela vem pra igreja, ela é toda branquinha, cabelo preto lisinho lá na cintura, boquinha rosinha em formato de coração, rosto de princesa comportada, a coisa mais linda desse mundo. Eu sou paradão nela, porém, só a vejo sempre de longe. Eu nem tenho coragem de chegar perto de uma princesa dessa, pelo o carrão que ela chega com a família, está na cara que se trata de gente fina, e eu sou apenas um favelado que está correndo atrás de uma vida melhor. E a única coisa em comum que eu tenho com essa garota é o fato de eu ficar meia hora por dia na mesma rua que ela, já que o meu ponto de ônibus fica em frente à igreja que ela frequenta. Pensando nisso ainda o meu segundo ônibus chega, eu sigo o meu caminho e passo a metade do dia na faculdade, após o horário da aula acabar eu vou pra casa, pois eu vou ainda tomar um banho e almoçar? Pois as 14:00 eu começo no meu trampo. E é isso, essa é a minha vida. — Kleber, meu filho você tem que correr logo. - a dona Creuza amiga da minha mãe me encontra no pé do morro e já me dá esse papo. — O que foi dona Creuza? Que parada que está rolando aí? - eu pergunto já preocupado. — Uma tragédia meu filho, uma grande tragédia. Os policiais vieram fazer operação começaram a atirar geral na comunidade e do nada tua mãe pegou uma bala perdida na cabeça. — p***a! - eu digo é subo correndo a ladeira, lá em frente ao nosso barraco eu encontro a minha mãe caida, tem muito sangue e eu chego e me aproximo dela. — Mãe! Mae! - eu chamo desesperado. — Meu filho eu te amo, eu te amo pra sempre. - minha mãe diz e ali mesmo da o seu último suspiro. — Nãooooooo! - eu grito e começo a chorar descontroladamente agarrando o corpo da minha coroa. Essa dor é muito grande, p***a! Tá doendo demais. Mas eu te prometo mãe. Eu vou atrás de todos que fizeram m*l pra você, eles não perdem por esperar. (…) Um ano depois Eu sou o Zeus, eu sou o chefe do morro do Vidigal, eu tive uma infância muito difícil aqui no morro, era apenas eu e a minha coroa, mas eu vivia de boa com ela, tentava estudar e até entrar numa faculdade para dar uma vida boa para a minha mãe, eu queria realizar os sonhos dela e não lhe dar nenhum preocupação, porém, algo aconteceu que me mudou completamente. A minha mãe foi atingida por uma bala perdida da polícia durante uma operação no morro, e o fato deles terem mentido no jornal, dizendo que a minha mãe não era apenas uma moradora mas sim uma bandida envolvida com o tráfico apenas para se safar, me deixou puto pra c*****o. Por isso eu decidi entrar na vida do crime, eu também, matei os cuzao dos policiais que fizeram isso pra ela, eu comecei como gerente, mas de tanto agir correto dentro do crime eu acabei virando o chefe e agora eu sou o Zeus, o dono dessa p***a toda.
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