3° Capítulo.

2016 Words
Christian Bogart: Eu já acostumei com a vida solitária que vivo, mas as vezes sinto falta de uma companhia, mas não sei se estou disposto a abrir mão da minha paz, além disso minha vida foi cercada de perdas dolorosas, e no fundo tenho medo de abrir meu coração, e de repente ficar sozinho novamente. Estou casado com a minha empresa, e acho que é o único casamento que eu terei na minha vida, já que não sei se alguma mulher vai me fazer mudar de ideia. Tenho fugindo de qualquer aproximação mais profundo com alguma mulher, claro que tenho encontros, afinal eu não sou de ferro, mas geralmente os casos que tive, foi só sexo casual, já que o alvo maior é sempre minha carteira, e isso me irrita ao extremo, e agora evito muito aproximação com mulheres do meu ciclo, é como se estivesse cansado de conviver com as mesmas pessoas de sempre. Meus amigos vivem me chamando para sair, mas eu tenho evitado o máximo que posso. Mas estou revendo algumas coisas na minha vida desde que conheci a Summer, aquela mulher tem mexido com a minha cabeça de um jeito bom, eu ainda não falei sobre ela com os meus amigos, porque não sei ao certo o que sinto por ela, pois eu nunca fiquei tão atraído por uma pessoa, como estou por ela. Eu queria passar o fim de semana em casa pensando sobre isso, mas creio que não vou poder escapar de ir a uma festa de aniversário do meu amigo, César, e ele não vai me perdoar se eu não for, mas já sei que será um porre, pois ele é um mulherengo nato, e com certeza sua casa vai estar lotadas de mulheres, mas vou apenas dar uma passada lá e voltarei logo em seguida para a minha cobertura. Sábado chegou, mas eu não estava muito animado com isso, na verdade tenho vontade de enfiar a cara no trabalho, porque só o trabalho me anima. Mesmo de mau humor, eu me levanto, porque odeio ficar deitado na até tarde. Faço minha higiene, depois visto um calção, coloco os tênis, eu resolvo fazer exercício na minha academia particular, já que está chovendo lá fora, e não vou conseguir correr. Passo pela cozinha para pegar uma garrafa d'água, e sigo para a academia, subo na esteira, mas antes eu ligo a televisão para eu assistir o jornal enquanto me exercito. O dia foi se arrastando bem lentamente, na hora do almoço eu comi qualquer coisa que a minha governanta Magnólia deixou preparada na geladeira. Após isso, fui para o escritório e passei a tarde toda trabalhando, quando anoiteceu, tomei um banho demorado, me arrumei e contra gosto eu fui para a festa do César. Entrei na casa depois de estacionar e já tinha muita gente lá dentro, bebendo, fumando e algumas dançando também. A música extremamente alta já começou a me irritar, com certeza tenho alma de velho, e não tenho vergonha de admitir, nunca gostei de frequentar lugares barulhentos. Algumas mulheres já começaram a me encarar, à medida que fui adentrando os ambientes, procurando pelos meus amigos, e os encontrei perto do bar, bebendo cerveja. -Pensei que teria que te arrancar a força daquela cobertura, Christian. César disse assim que me viu, e Rick apenas riu. -Eu disse que viria, não disse, agora não enche. Digo carrancudo enquanto pegava uma garrafa de cerveja da mão dele. Conversamos um pouco, depois César foi cumprimentar outros convidados, duas mulheres se aproximaram de mim, mas estava tão entediado com suas conversas vazias, que sai dali deixando elas falando sozinhas. Rick tinha ido para algum lugar com uma loira peituda, e como César ainda não tinha voltado, eu peguei outra garrafa de cerveja, e fui para o terraço que milagrosamente estava vazio, então me sentei em uma poltrona e fiquei ali com os meus pensamentos, enquanto bebia cerveja, até ser interrompido por uma voz feminina sussurrada atrás de mim. -O que um cara gato como você faz aqui sozinho, sendo que pode se divertir comigo, tenho certeza que posso te entreter, estava te observando desde que chegou, não tirei os olhos de você a noite toda, posso me sentar aqui? Sua voz manhosa me deixou irritado, e gostei menos ainda quando ela deu a volta e parou na minha frente, sua roupa era tão justa que se ela respirasse um pouco mais, tenho certeza que rasgaria o tecido. -Quero ficar sozinho. Respondi querendo que ela me deixasse beber em paz. -Ninguém nunca me dispensou assim, não seja difícil. Será que essa mulher percebeu que não estou afim de ter nada com ela, nem conversar eu quero. -Pra tudo tem uma primeira vez, é não pra você querida, agora eu quero que você caia fora. Respondi perdendo o resto de paciência que me restava. -Você é quem sai perdendo. Finalmente ela toma seu rumo de volta para o buraco de onde ela saiu, e voltei para o meu silêncio. Um tempo depois, César veio se sentar ao meu lado. -Cara, o que há com você, tanta mulher boa lá dentro e você aqui sozinho, te chamei para a minha festa, porque queria que você se divertisse um pouco aqui essa noite, ou apenas que tivesse uma noite quente, mas aqui fora sozinho, você não terá isso, vamos lá que vou te apresentar algumas gatinhas que vão arrancar suas calcinhas pela cabeças quando te ver na frente delas, apesar que todas já devem saber que você é o poderoso chefão, Christian Bogart. Reviro os olhos diante do apelido que ele me deu, o maldito sabe que eu não gosto de ser chamado assim. -Não precisa, César, eu já estou indo embora. Bebo o último gole da minha cerveja. -Cara está cedo ainda, se continuar assim você vai virar um monge, não estou te chamando pra casar, é só conhecer gente nova, curtir a vida, Christian. Na hora que ele disse, eu me lembrei da Summer, aquele encontro na copa da minha empresa, onde eu peguei aquela xícara pra ela, eu senti algo especial assim que encostei nas suas costas, tem algo nela que me intriga e não sei o que é. -Que brilho é esse que apareceu nos seus olhos de repente, Christian? Tem alguém que já ocupou esse seu coração vazio, e você não me contou. Tinha me esquecido do quanto César é observador. -Não estou apaixonado por ninguém, César, se é isso que você está pensando, mas eu gosto de conversar com a minha estagiária, mesmo que só trocamos algumas palavras, tem algo nela que tem me chamado a atenção. -Hum, é assim que começa. Resmungou meu amigo. -Não sei se vai dar alguma coisa, César, ela tem fugido de mim na empresa, sem contar que ela tem uma tristeza nos olhos. Confesso lembrando do quanto ela ficou sem graça quando nossos olhares se cruzaram, mas no meu carro ainda tem o cheiro do seu perfume no banco do carona. -Mas eu sei que você não vai desistir, te conheço desde sempre e sei o quanto você gosta de um desafio, se essa moça chamou tanta a sua atenção, com certeza é uma pessoa boa, pois você é bom em ler as pessoas. Talvez ele tenha razão. -Ela é irmã da minha secretária. Digo pensando em como vai ser quando a Soraya souber que estou começando a ficar interessado na irmã dela. -E o que tem isso haver? Você tem problema em ficar com uma funcionária? Ele não entendeu nada. -Não é isso, César, mas eu sei que a Soraya tem algum interesse em mim, mesmo eu nunca tendo dado esperança alguma para ela, só gosto do seu trabalho como secretária que é muito bom, por sinal, mas não quero que haja problemas entre as duas irmãs por minha causa. Explico pra ver se ele entende o que estou querendo dizer. -Entendi, mas infelizmente não dá pra viver pensando assim, porque a gente não escolhe gostar ou não de alguém, isso simplesmente acontece e essa escolha vem do coração. Sei que ele tem razão, estou me preocupando a toa, até porque ainda não sei o que estou sentindo em relação a Summer. Conversei mais um pouco com meu amigo, depois fui embora, e passei o resto do final de semana trancado no meu apartamento, na semana seguinte a Summer continuou me evitando, mas eu não iria desistir de conhecê-la melhor. Quando saí do escritório esperando encontrar ela na copa, vi que ela estava trabalhando na mesa que ela usa, então resolvi fazer um café pra nós dois, como moro sozinho há muito tempo, sei fazer várias coisas, tenho uma cozinheira que trabalha pra mim de segunda a sexta feira, mas nos fins de semana gosto de me aventurar na cozinha, aprendi muita coisa assistindo minha avó e algumas vezes a minha mãe cozinhando nos almoço de domingo. Assim que o café ficou pronto, eu coloquei em duas xícaras, fui andando a sua mesa, e a entreguei uma das xícaras, como eu queria saber no que tanto ela trabalhava, dei uma espiada, e estranhei ela fazendo um serviço que era pra Soraya estar fazendo -Isso não é serviço da minha secretária? Percebi que a minha pergunta a deixou desconfortável.. -Eu só estou revisando, para confirmar se todos os nomes dos convidados estão na lista. Não estou convencido pela sua resposta, mas vou deixar essa passar por enquanto, e mudei de assunto. -Entendi, não sei se você sabe que só faço essa festa por fazer, afinal geralmente as pessoas que vão lá é só pra me bajular, ou tentar alguma contato comigo para tentarem fazer negócios com a minha empresa, mas metade dessa pessoas que estão na lista, eu nem conheço, por isso a sua irmã fica ao meu lado para me lembrar, caso alguém venha me cumprimentar e eu não saiba o seu nome, mas na festa do ano passado, ela errou alguns nomes, ainda convidou pessoas que eu não queria que tivesse na festa, por isso dessa vez eu quero que vá também, assim se ela errar, você poderá cobri-la, já notei que você trabalha muito bem, é dedicada no que faz, é e essas pessoas que quero do meu lado. Digo com a intenção de levar ela comigo, na verdade sua irmã Soraya me irrita com suas investidas sobre mim, mas quero que ela entenda que dela eu só quero o seu bom trabalho, mas nada do que isso, e talvez com a irmã, Summer lá neste evento também, a minha secretária haja profissionalmente. -Desculpa, senhor Bogart, mas eu não acho que isso seja uma boa ideia, além disso eu só sou uma estagiária. Eu não gostei quando ela voltou com toda a formalidade e cruzei os braços, mostrando o quanto fiquei incomodado com isso. -O que aconteceu com o Christian? Ela ficou surpresa com a minha pergunta, e piscou os olhos algumas vezes. -Christian, é melhor só a Soraya ir. Eu gosto como meu nome sai dos seus lábios, mas voltando para o assunto da festa, ela vai nesta festa, faço questão de ter ela lá comigo de alguma forma. -Eu já decidi, Summer, não vou discutir, é isso e pronto. Não vou aceitar um não como resposta. -Tudo bem, Christian, eu vou estar lá trabalhando. Tenho vontade de vibrar, mas me controlo. -Assim está melhor, outra coisa, pare de fugir de mim, eu não mordo, a não ser que me peça. Acabo arrancando uma risada dela, e ela fica ainda mais linda assim. Conversamos sobre outras coisas, enquanto tomávamos o nosso café, quando terminamos, eu recolhi as xícaras, e a deixei dentro da pia da copa, quando voltei eu a fiz recolher suas coisas, e fomos embora juntos, e mesmo ela não querendo eu a levei para a faculdade, dessa eu vim com o meu motorista Bryan, e foi melhor assim, já que pude conversar com mais calma com a Summer. Realmente eu gosto de ter a sua companhia, a cada eu sinto algo mais forte por ela, só não sei o que é apenas amizade ou era amor. Continua….
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