Amanda 14

2338 Words
Eduardo dorme calmamente na cama do hospital, enquanto eu o observo. Na noite anterior o médico fez alguns exames e disse que hoje na pela manhã nos trará todos os resultados juntos para finalmente nos dar um diagnóstico para o estado do Eduardo. Espero que fique tudo bem, pois desejo o melhor para ele. Uma enfermeira entra no quarto e me entrega um kit para a minha higiene pessoal, para agora de manhã. Se quer eu tive tempo pra pensar nisso, quando o Paulo chegou em minha casa só tive tempo de trocar a Ceci e o Erick que também estava com a gente veio junto, e dei graças a Deus por ele ter vindo pois ele se ofereceu pra passar a noite com a minha pequena, pra eu poder ficar com o Eduardo aqui. Quando cheguei aqui encontrei com a mãe do Eduardo no corredor, ela se quer fez questão de ser gentil ou ao menos educada mais pra minha alegria ela foi embora logo em seguida. Eu realmente não entendo como senhor Luiz, uma pessoa tão agradável e gentil suporta uma mulher tão mesquinha e amarga como ela. Depois de usar o banheiro que fica no próprio quarto, volto e Eduardo já está acordado. Eduardo - Bom dia, meu bebê. - Bom dia. Eduardo - Vem cá, dormiu bem? (diz e vou até a cama onde deitei ao seu lado) - Sim, quer dizer, mais ou menos. Não gosto muito de hospital. Eduardo - Huuummm. Ele me responde apenas isso pois está sucumbindo aos meus carinhos em seu cabelo, que já precisam de novo de um corte. Ficamos nessa conexão por algum tempo até ouvirmos batidas na porta e ele me segura para não sair do seu lado. Dr Blanco - Bom dia, doutor. (diz cumprimento o seu paciente) Eduardo - Bom dia, doutor. Dr Blanco - Olá senhorita, como passaram a noite? - Bem, ele dormiu direto, não acordou nem quando as enfermeiras passaram pra troca do soro. (Eduardo da um sorriso largo) Dr Blanco - Isso é bom. Receio apenas que as próximas notícias não serão tão animadoras. Tento me soltar do Eduardo para adquirir o mínimo de postura, já que agora o doutor está mais sério. Fico em pé ao lado da cama segurando a mão do Eduardo. Dr Blanco - Então Eduardo, verifiquei seus exames de sangue e está tudo ok, a não ser uma leve anemia, que pelo o que eu vi ela já foi mais agressiva. Eduardo - Um anjo apareceu e me ajudou, doutor. (diz puxando nossas mãos entrelaçadas e as beija) Dr Blanco - Que bom que isso aconteceu, agora temos a sua cabeça. Eu não quis te falar ontem pra te dar uma noite tranquila de descanso e eu também poder estudar mais sobre o assunto. Devido as pancadas que você recebeu um coágulo de sangue se formou na fronte da sua cabeça, pressionando assim o seu cérebro. Isso faz com que a casinha dele diminua e ele acaba sofrendo uma pressão, é praticamente uma disputa territorial. (ele nos explica de uma forma descontraída, para que nós dois possa entender de fato o que está acontecendo) - E isso provavelmente é o que está lhe causando essa falta de memória, não posso lhe dar cem por cento de certeza, até porque a região que esse coágulo se encontra é um tanto delicada. Eu posso retirá-lo e tudo voltar ao normal ou tudo mudar novamente. Eduardo - Como assim, mudar novamente? Dr Blanco - A sua perca de memória agora pode não ser o único problema, alteração no comportamento, nas lembranças, no reconhecimento das pessoas… Eduardo - Não sei ser vou querer fazer essa cirurgia. Dr Blanco - Eu entendo o seu receio porque é muito arriscado, mas as suas dores de cabeça irá piorar caso o hematoma subdural não seja drenado, esperamos não ter prognósticos negativos, temos que ter esperança. O doutor tenta soar esperançoso, mais algo em sua expressão não confirma isso. Eduardo - A verdade doutor. Dr Blanco - É de emergência Eduardo, não devemos esperar as suas dores de cabeça piorarem, o desmaio que você sofreu não foi nada perto do que realmente pode lhe acontecer. Aperto a mão do Eduardo lhe transmitindo confiança, ele será um tremendo babaca se não fizer a cirurgia. Eduardo - E quando posso operar? Dr Blanco - Domingo a noite estaremos pronto para fazer todo o procedimento. Eduardo puxa minha mão novamente e a beija, eu por minha vez procuro lhe transmitir total apoio por que é disso que ele precisa. O meu nervosismo quer tomar conta de toda a situação porém eu não posso e vou permitir isso. . . Estou esperando ele terminar de se arrumar quando Paulo entra no quarto, e pelo seu rosto ele já sabe da notícia. Paulo - Seu pai está conversando com o médico, como você está? Eduardo - Querendo ir embora desse lugar. Paulo - Seu pai falou com os repórteres e pediu um tempo pra que você possa se pronunciar, já que está vivo mais não está bem. Eduardo - Obrigado. Paulo - Vai dar tudo certo irmão, você vai ver. Isso não é nada perto do que já passamos e sobrevivemos, vai ser só mais uma história pra contar no clube de tiros. (diz e os dois se abraçam mais logo se separam pelo o toque de um celular) - Eu tenho que ir agora, estou indo para o aeroporto pegar a minha namorada, volto na parte da tarde. Eduardo - E eu conheço essa também? (pergunta sorrindo) Paulo - Não, foi depois do seu desaparecimento. É recente, está na fase de experiência. (os dois riem, aff homens) - Com todo o respeito, Amanda. Depois de se despedir Paulo sai deixando um Eduardo mais descontraído. Eduardo - Meu bebê. - Eu também estou na fase de experiência, Eduardo? Eduardo - Você está mais que aprovadissima, até parece que eu vou perder uma mulher como você, na minha vida. - Hum. (digo cruzando os braços enquanto ele vem me abraçar) Eduardo - Meu bebê, olha pra mim. Eu te amo e quero você pra sempre na minha vida, não só isso, quero a Ceci na minha vida também. As duas pra sempre, quero a sua permissão pra adotar a Cecí como minha filha também. - Eduardo? Eduardo - Por favor, você fez tanto por mim. Eu não quero que você apenas saiba, eu quero que você tenha certeza de que nós dois seremos pra sempre. - Tudo o que eu fiz por você foi sem esperar nada em troca, você não precisa fazer isso simplesmente por gratidão. Eduardo - Assim você me ofende Amanda, Não vai ser só a Ceci que vai ser minha de papel passado, muito em breve a mãe dela também será. Ou você acha mesmo que eu vou ser burro a ponto de te perder? - Mais depois da cirurgia tudo pode mudar. Eduardo - Você é inesquecível meu bebê, e se o médico tirar você da minha memória eu juro que eu caço ele até o inferno só pra ele te devolver a minha mente. - Para de falar essas coisas bonitas, se não eu me apaixono mais.(digo o puxando e selando as nossos bocas em um beijo apaixonado) Luiz - Desculpa atrapalhar, mais está na hora de irmos embora. Somos interrompidos pelo seu Luiz. . . Estamos no carro indo primeiro no apartamento do Paulo pra pegar a Ceci, pra depois irmos para o apartamento do Eduardo. Luiz - Filho, sua mãe está organizando um jantar em comemoração à sua volta. Eduardo o encara e depois volta a olhar pela janela. Eduardo - Vou passar por uma cirurgia não sei que isso é uma boa ideia. Luiz - É só pra família e alguns amigos íntimos, afinal estão todos muito felizes com o seu retorno. Depois de um tempo em silêncio ele olha pelo retrovisor e encontra o meu olhar, lhe dou todo o meu apoio apesar da mãe dele ser como é. Eduardo - E quando será? Luiz - Amanhã à noite. Eduardo - Certo, a Amanda e eu iremos. Luiz - Tá bom, vou pedir pro Paulo levar vocês, não é bom você dirigir. Chegamos no condômino do Paulo e a Maria já está na portaria com a minha pequena toda sorridente, já me contando que comeu um bolo delicioso no café. Agradeço a senhora e seguimos viagem. . . Durante a tarde eu conversei com o Erick e ele me contou que o chefe perguntou de mim, ele como o anjo que é me cobriu dizendo que estou com problemas na família. Eu não sei como vou fazer pois já são dois dias de falta, eu não posso faltar amanhã e pra piorar ainda tem esse jantar da mãe do Eduardo. Agora ele está deitado pois depois do almoço a dor de cabeça voltou, o médico pediu repouso e se caso a dor se torne insuportável é para voltarmos ao hospital. Ando por todo o seu apartamento e acho tudo de muito bom gosto, estou apreciando a vista na varanda quando o meu celular toca, é o Maicon. - Olá compadre. Kinho - Passei na loja hoje e o Matheus me disse que você não aparece desde ontem. Tá acontecendo alguma coisa? - Eu ia te ligar, mais tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Kinho - Qual que é a fita, Manda? - A família do Eduardo apareceu. Kinho - Como assim parça. Que fita é essa? - Foi do nada, nós estávamos no parque domingo e do nada um homem o reconheceu e desde então nós estamos aqui na casa dele, e isso nem é o pior de tudo. Kinho - Não? - Não! Ele está com alguma coisa na cabeça e vai passar por uma cirurgia, pra ver se a memória volta ou … o médico não sabe o que pode acontecer. Kinho - Como assim Amanda? Que p***a é essa? - Está tudo muito complicado Maicon, o médico não garante que a memória dele possa voltar intacta e ainda corre o risco dele não nos reconhecer mais. Kinho - p***a mano, ai Amanda … eu nem sei o que falar. - Ele quer que eu fique com ele, e eu também não quero ir embora mais tenho que ser realista né? Afinal se tudo der errado eu vou ter que me afastar. Kinho - Cadê a Ceci? Ela está aonde nessa bagunça toda? - Ela está aqui comigo, quer dizer … agora ela está deitada com o Eduardo vendo desenho. Kinho - Desenho? Desde quando a Ceci assiste desenho? - Desde que o tio precisa de silêncio pra descansar e ela poder ficar do lado dele. Kinho - Você quer que eu fique com ela? Quando que vai ser essa cirurgia? - Domingo a noite. Kinho - Tô indo aí pegar ela, ela vai ficar com a gente até esses problemas aí se resolverem. Assim você fica mais tranquila sabendo que a Ceci vai estar bem cuidada, aí você consegue manter o foco só nesse vacilão ai. - Não sei o que seria de mim sem você. Kinho - Sabe que a gente é família né? Tinha que ter me avisado antes. - Acho que chegou alguém aqui. (digo escutando o som da campainha) Kinho - De boa, me passa o endereço daí que eu já já tô colando. Onde é? - Moema. Kinho - c*****o meu … Suave me manda a tua localização. - Obrigada. Quando chego na porta a Magnólia já havia aberto, é uma mulher com o cabelo curtíssimo me arrisco a dizer que se seu cabelo fosse grande seria enrolado, sua pele é mais clara que a minha porém ela não chega a ser branca. Magnólia - Dona Bárbara, que bom vê-la novamente. Ah tá, é a irmã do Eduardo. Bárbara - Olá Magnólia, pra você estar aqui novamente então é verdade. E você quem é? (ela pergunta sorrindo pra mim, com a Magnólia ela manteve um tom formal) - Amanda Pires. Bárbara - Muito prazer Amanda Pires, eu sou a irmã do Eduardo. - Eu sei, seu pai nos contou sobre você. Bárbara - E onde ele está? - Dormindo, não estava se sentindo muito bem então resolveu se deitar. Magnólia - A dona Edna sabe disso? (me pergunta de forma arrogante) - Não achei necessário incomodar ela, já que o médico me passou todas as recomendações necessárias . Magnólia - Aqui você não deve achar nada, já que os responsáveis pelo senhor Eduardo são os pais. O máximo de cuidado possível no caso dele, ainda é pouco. Bárbara - E que tal você se colocar no seu lugar de empregada e não se meter na vida de seus patrões? (diz respondendo a Magnólia) A velha lhe lançou um olhar petulante e saiu pisando firme em direção a cozinha. Bárbara - Como você deixa ela falar assim com você? - Na verdade ela não fala comigo. Bárbara - Você é a cuidadora do meu irmão? - Não, sou a namorada. A que encontrou ele perdido. Bárbara - Oh meu Deus, mil perdões. Não me falaram que ele tinha uma namorada. - É uma longa história. Bárbara - E você a deixa te tratar assim? Você tem que colocar ela no lugar dela, ela é a megera indomável são amicíssimas esse ar de superioridade é só por causa da confiança que a outra lá da. E a julgar pelo o que eu vejo aqui, a megera te odeia, ela também me odeia sou o segredo sujo da família Olinski, então prefiro viver nas sombras e ainda bem que meu pai e meu irmão são completamente o oposto dela. - Verdade. Bárbara - Eu posso ir vê-lo? Nem precisei me pronunciar, o Eduardo apareceu na sala olhando fixo a irmã. Eduardo - Bárbara? Bárbara - Cara de fuinha! Ela corre para abraçá-lo e eu fico completamente em êxtase, ele se lembrou da irmã. Ela é a única pessoa até aqui que ele lembra.
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