Amanda 04

2338 Words
Vou até a área de serviço e lá está ele, de bermuda moletom e sem camisa, com o corpo todo suado fazendo suspensão em uma barra que não estava ali, ou estava e eu nunca notei. Seus músculos se movem mostrando que um dia eles já tiveram total definição. Eu acompanho seus movimentos com os olhos, mais com o meu corpo totalmente tenso. Apesar de suas cicatrizes, seu corpo é muito agradável aos olhos e nesses poucos dias que ele está aqui, já consigo notar que ele já está mais saudável. Eduardo - Olá, eu não ouvi vocês chegarem. - Estávamos em uma conversa muito séria sobre quem de nós dois vai contar a história hoje. Ele sorri pra mim, o sorriso lindo que ele sabe da sempre que o assunto é a Ceci. O sorriso que aquece o coração de uma mãe, quando sabe que seu filho é amado. Eduardo - Eu posso fazer isso. - Não quero abusar, você deve estar cansado, do seu … Meus pensamentos se tornaram uma gelatina, nada sólidos, nada coerentes. Eu não consigo não dar uma olhadinha para onde o short pende em seu quadril. Amanda Pires Garcia, pela misericórdia santa, quão pecadora você está sendo mulher, por cobiçar um homem que precisa de ajuda? Eduardo - Eu fiz alguns aparelhos com as suas coisas, só para passar o tempo, não tenho muita coisa pra fazer. Eu também aproveitei e arrumei a duas gavetas do armário da Cecília que estavam quebradas. - Oh, sim … obrigada! Bem, eu vou tomar um banho. Eduardo - Claro. Durante o jantar foi meio desconfortável, eu permaneci em silêncio enquanto a Ceci não para um segundo, inclusive pediu para o tio deixar ela maquiar ele. Os dois foram para o sofá da sala e eu apenas observo tudo enquanto limpo a cozinha, minha filha gosta desse estranho e acho que eu também. Estou esperando a Ceci se preparar para dormir, ela colocou os ursinhos no meio da cama e se deitou também no meio da cama de casal deixando os cantos livres. Ceci - Deita aqui mamãe, o tio é quem vai contar a história hoje. - Ele não vai dormir com a gente filha. Ceci - Só hoje mamãe, só pra ele contar a história, amanhã não tem aula e eu quero ouvir tudinho. Ela saiu e foi chamar o Eduardo, que entrou no quarto todo sem graça. Eu me deito no canto e puxo a coberta, eu sei que o Eduardo não vai nos fazer m*l, porém essa é uma situação totalmente desconfortável. Quando o Kinho dormia com a gente para contar histórias antes de dormir era totalmente diferente, ele é uma pessoa que eu convivi a muito tempo e meu corpo não reagia da mesma forma que reage quando o Eduardo está por perto. Ceci se deita no meio da cama e ele apenas se senta na outra ponta da cama. Ceci - Deita tio, pra contar história de nanar tem que deitar igual o tio Kinho. Ele procura o meu olhar e eu apenas assinto, timidamente ele peça acoberta e deita o mais afastado possível e começa a contar a história. A voz grossa e calma dele somada ao ambiente iluminado apenas por um pequeno abajur, já que minha pequena não dorme no escuro fez com que eu pegasse rapidamente no sono, sem se quer conseguir ouvir o final da história. . . Acordo com o corpo confortável, com uma sensação maravilhosa como se estivesse em um lugar mais que perfeito. Eu me remexo um pouco e sinto que há um braço segurar a minha cintura. Mesmo estando sonolenta e acreditando de que é um sonho, abro os meus olhos e me vejo bem distante do lugar que eu deitei na noite passada. Oh meu Deus! Levanto a cabeça procurando pela Ceci e seus companheiros … e nada, eles não estão na cama. Porém eu estou e tem uma pessoa atrás de mim, me abraçando para ser mais exata. Eduardo - Bom dia. - Oh … Eu … Reunindo a minha pouca dignidade, me afasto. Meu Deus, eu fui para o lado dele na cama?! Acho que na tentativa de tirar a minha filha do meio e colocar ela para o canto, eu me empolguei um pouco. - Desculpa, eu não queria … Eduardo - Tudo bem, eu não quis te acordar, ainda mais porque hoje é a sua folga. - A minha filha? Eduardo - Ela acordou já tem um tempo, está no quarto dela brincando, também não quis te acordar. - Ok, eu vou levantar … desculpa. Corro para o banheiro sem graça, eu estou me encantando por Eduardo e não posso. Não posso fazer isso, por mais que ele seja tão educado, carinhoso e nos trate bem, eu não posso fazer isso. Foi inevitável não sorrir como uma boba, enquanto escovo os dentes e lembro dos seus braços me segurando, enquanto estava em um sono maravilhoso. Oh, será que ele sentiu o meu bafo? Minha nossa Amanda Pires Garcia, olha só com o que você está se preocupando? Depois de um belo banho tomado, cabelo lavado e finalizado eu saio do banheiro. Cabelo cacheado é lindo, mais da um um enorme trabalho para cuidar, o meu ainda é mais leve ao contrário do da minha filha que puxou o do pai. Eu mantenho as tranças porque é mais fácil e ela ama, tive que aprender na marra fazer nagô, fora que se não tiver terere ela não acha bonito. Chego na cozinha e os dois estão sorrindo tomando café. - Bom dia, meu amor! Ceci - Bom dia, mamãe! - Eduardo, hoje é dia de mercado, você vai querer ir com a gente? Eduardo - Não quero atrapalhar. - Para de falar isso, eu vou ficar chateada. Enquanto estiver aqui você é da família, não precisa pedir desculpas e nem sentir que está incomodando, e outra se você estivesse realmente incomodando nem aqui estaria mais. Eduardo - Tudo bem. Ceci - Ebaaa! (gritou animada) - Então vamos, que eu ainda tenho que arrumar a casa e lavar as roupas. Foi um final de semana bem agradável, fiz o máximo possível para o Eduardo se sentir confortável, talvez assim consiga estimular sua memória e ele acabar lembrando de algo sobre o seu passado que nos de pistas de onde achar a sua família. Porém nada, ele me ajudou em todos os afazeres de casa e com perfeição, com certeza alguém do seu passado deve ter ensinado ele a fazer de tudo um pouco, e ele faz com bastante amor e carinho. No final do domingo fomos todos até a casa da dona Lourdes, no jardim Guarani. Sempre que da faço um esforcinho para levar minha pequena até ela, as duas são muito apegadas e eu faço gosto dessa amizade e claro que o Eduardo foi com a gente. Ela em momento algum o julgou, muito pelo contrário, viu o carinho da neta por ele e não poupou hostilidade. Chegamos em casa cansados inclusive com uma criança dormindo, eu que não sou louca de acordar ela para um banho. Faço isso amanhã cedo, apenas tiro a roupa dela e coloco um pijama, assim que a coloquei na cama ela apenas virou para o lado e pum, mais nada. - Obrigada. Eduardo - Está entregue. Eu vou para a minha cama, já que hoje não vai ter história. (diz ficando em pé na minha frente) - Bom … eu … Sei lá, ouvir que ele não vai dormir com a gente de novo, me deixou com uma sensação estranha. Ele me encara por um momento e a palavras somem da minha mente, é sempre assim quando ele me presenteia com um pouco do seu olhar, que cada dia se torna mais alegre e vivo. Ele está feliz! Seus dedos tiram uma mexa do meu cabelo que está em meu rosto. Eduardo - Amanda… - Bom … é que .. Ele olha a Ceci, que permanece dormindo agarrada no fofura e me puxa pelo braço, até que saímos do quarto e fechamos a porta. - Eu não queria que… (sou interrompida) Eduardo - Shiiih! Sinto sua mão, que já havia notado ser muito grande, correr pelo meu pescoço e logo em seguida seus lábios sondarem os meus, os seus olhos nunca desgrudaram dos meus. Eduardo - Eu quero te beijar. Se quer consigo formar uma frase para respondê-lo. Seguro em seus ombros, não sei se em resistência ou para me apoiar, porque meu corpo inteiro treme. Vendo que eu não lhe ofereci resistência ele torna a dar alguns beijos em meus lábios, seguindo pela minha bochecha até chegar a minha orelha. Eduardo - Eu quero muito te beijar Amanda, por favor me diz que não. (diz sussurrando em meu ouvido e se em algum momento havia a possibilidade da minha resposta ser negativa, a sua voz rouca quebrou nesse momento) Ele volta a me olhar e vendo que eu não sou contra, me beija. Duas mãos espalhadas pelo meu corpo, enquanto eu seguro em seu ombro, dão total explicação de que nenhum de nós dois estamos firmes o suficiente. A boca dele é maravilhosa e combinada com a minha causa uma explosão de feromônios. Sua língua habilidosa me conduz em uma dança sensual fazendo com que a minha i********e umedeça. Oh, eu estou carente, afinal, só tive um único homem em minha vida e isso já faz tanto tempo, mais nunca chegou perto do que Eduardo está me oferecendo, apenas com um beijo. Sinto minhas pernas falharem e ele me tira do chão, me colocando contra a parede, uma de suas mãos segura minha b***a fazendo com que nossas intimidades fiquem em contato enquanto ele me suspende. Eu devo estar louca, essa é a única explicação possível, como que esse cara consegue fazer isso comigo apenas com um beijo? - Huuummmm… Solto um gemido que é abafado por nossos lábios e ele sentindo isso, sobe uma de suas mãos até os meus s***s e os esmagou, fazendo com que a sensação de prazer em meu corpo aumente cada vez mais. Ceci - Mamãe?! . . Mais uma semana pra conta! Eduardo não dormiu mais com a gente, bom … a verdade é que eu quase não dormi depois do que aconteceu. Passei a noite em claro lembrando da sensação que seus lábios e seus toques me causaram. Na manhã seguinte quando eu levantei, depois de quase não pregar o olho Eduardo não estava aqui como esteve na semana anterior. Fiquei com um pouco de expectativa para que ele desses as caras, mais o que ia acontecer? É loucura, e eu preciso ter ciência disso, não posso continuar. Eu estou aqui praticamente fazendo um monólogo sobre um simples beijo. Pessoas se beijam esporadicamente nos dias de hoje, é super normal. Não tem o porque eu me preocupar com isso, não é verdade? É isso eu não vou me preocupar, foi só um beijo e nada mais. “Mais se ele quiser me beijar de novo, eu não vou me importar.” Que isso Amanda Pires Garcia ? Que pensamentos são esses? Se aprume! Trabalhei sendo questionada pelo meu sorriso. Erick - Você está feliz sim! Conta aí o que aconteceu? - Não aconteceu nada, para de ser b***a. Matheus - É homem? (fala do nada) - Se for, já te adianto que nenhum presta. Sabe que eu sou sincero com você gatinha. Erick - Eu presto! Matheus - p***a nenhuma! Fala pra ela onde você estava no final de semana. É inevitável controlar o sorriso perto desses dois. . . Chego em casa no final da tarde transbordando de ansiedade, eu só quero chegar. Tanto que assim que cheguei no portão a perua já está me esperando. Assim que a Cecília desceu da perua o Eduardo abre o portão, está todo suado provavelmente dos exercícios que ele pegou costume em fazer. Ceci - Tio, o senhor não vai acreditar. Sabia que as zebras enganam os leões quando estão em rebanho? E que as leoas são mais mandonas que os leões? Eu quero ser uma leoa não quero mais ser princesa. Ela o atropela com sua enxurrada de perguntas e afirmações, nem ligando se eu estou aqui parada no aguardo dela ou não. Eduardo - Uma leoa? Você tem que ter muita força e determinação para ser uma, e não deve abaixar a cabeça para ninguém. Mais pode continuar sendo uma princesa enquanto isso. - Isso fica dando ideias pra dona Cecília fica! Sou ignorada pelos dois que seguem conversando, me despeço da tia da perua e entro fechando o portão enquanto eles estão em sua conversa sobre o reino animal. - Bom meu dia hoje foi maravilhoso, aprendi sobre tinta tecido e diferentes tipos de fita adesiva. Falo pra ninguém em especial já que estou sozinha na área em frente de casa. Depois do banho decido fazer o jantar, enquanto o Eduardo e a Ceci brincam de um maquiar o outro, na sala. Não consigo explicar essa experiência, essa sensação que está em mim no momento. Sensação de paz e de realmente estar em casa. Olhando o entrosamento dos dois, Eduardo estimulando ela em suas curiosidades, a respeitando e ensinando sobre sua personalidade. Ele é uma pessoa maravilhosa e eu não preciso saber do seu passado para ter certeza disso, nos mínimos detalhes eu percebo. Quando ele nos sorri com gentileza, quando espera que primeiro nos sentemos a mesa para depois ele sentar. Quando ele responde com educação cada pergunta da Ceci, quando não é cheio de frescura quando ela quer maquiar ele, como fazem nesse exato momento. Ceci está desenvolvendo um carinho enorme por ele e eu sinto que é recíproco, e mesmo quando ele for embora porque eu sei que isso vai acontecer um dia, sei que eles irão continuar com essa sintonia. Depois de mais uma história que não foi contada por mim, fico em silêncio mesmo que não esteja dormindo. Vejo quando Eduardo se levanta para sair do quarto.
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