Era sexta quando Miguel chegou na empresa como de costume o clima tenso se instala.
Ele passou pelo corredor e parou na porta da sua sala olhou para mesa da Luiza, encontrou ela olhando direto para ele.
Miguel sorriu para ela que retribui o sorriso.
Miguel foi para sua mesa e ligou a câmera da mesa sala de Luiza.
Viu que uma das moças da limpeza chegou brincando com Luiza e falou.
- Para tudo, o que foi isso o rei de ferro sorrindo para você.
- Daniele, para você está imaginando coisas
- Com ele eu posso imaginar muitas coisas, e você do jeito que olha para ele também imagina certo.
Luiza sorriu e não respondeu.
Miguel achou a moça engraçada, mas gostou das insinuações que ela fez para Luiza, gostou mais ainda ela não ter recusado ele.
Miguel sabia que é errado espionar Luiza, mas não resistia saber mais dela, depois se focou totalmente no trabalho.
Pontualmente as 14:30 Luiza bateu no seu escritório com a bandeja com o lanche.
Ele a olhou sorrindo, na mesa dele não tinha espaço para bandeja, ele falou.
- Hoje está bem corrido.
- Estou vendo, volto depois buscar a bandeja.
- Luiza fica e ne ajuda aqui.
- Te ajudar ?
- Sim leia para mim esses trechos que marquei para eu comparar com os contratos.
Miguel mordeu os sanduíche que ela fez e disse.
- Isso está diferente, está bom o que é.
Luiza sorriu.
- Hoje é sexta não tinha muita coisa na copa, essa é uma pasta de frango que faço em casa para fazer meus sanduíches, coloquei um pouco no seu.
- Você quem fez?
- Sim. ( falou com o rosto vermelho)
- Nossa é muito bom.
Ele entregou o livro para ela que olhou para o livro depois para ele .
- Eu nem sei que idioma é esse.
Miguel percebeu que e entregou o livro com leis Russas para ela.
- Me desculpa, esse livro são as leis Brasileira, essas são as Russas.
Miguel trocou os livros e Luiza perguntou.
- O senhor fala em Russo?
Miguel não gostou de Luiza chama ele de senhor.
- Me chama de você, me sinto com 80 anos quando me chama de senhor, mas sim falo em Russo.
- Desculpa as regras para o telefone é Senhor sempre.
- Quando estamos pessoalmente não precisa usar.
- Está bem , agora vou ler.
Luiza lia em português, Miguel localizava a lei semelhante em Russo e traduzia para ela, os dois debatiam aquela lei.
Estavam bem entrosados, uma batida na porta era Sérgio entrou direto falando.
- Desculpa Sr. João Miguel, sua secretária não estava na mesa dela então entrei.
Sérgio deu de cara com Luiza e Miguel fazendo os comparativo das leis, Miguel nunca aceitou ajuda preferia fazer sozinho.
- Espero que seja algo urgente Sérgio, para invadir minha sala assim.
- Me desculpa senhor na verdade não é nada sério e só uma saidinha que estamos programando.
Miguel se irritou e falou grosso com ele.
- HAa tenha paciência, estou aqui cheio de trabalho, tenho que parar para ouvir sua besteira, que isso não volte a se repetir Sérgio.
Sérgio ficou envergonhado e saiu bufando da sala de Miguel.
Luiza ficou em silêncio, mas tentou segurar o riso.
- O que foi ?
- Nada, vamos continuar.
- Luiza o que foi?
- Meu pai briga com nós igualzinho você falou, que isso não volte a se repetir.
Miguel caiu na risada e falou.
- As vezes o Sérgio me irrita, eu sei que ele é importante para empresa, mas não concordamos em muitos assuntos.
Luiza só olhou para ele e sorriu.
Miguel acrescentou.
- Você teve vontade muitas vezes de gritar comigo que isso não se repita
Foi a vez de Luiza rir
-Algumas vezes, ai lembro de um pequeno detalhe, você é meu chefe.
,
- Esse pequeno detalhe me salvou de você.
Luiza riu, e Miguel falou.
- As vezes eu sou meio estressado.
- Haaa só as vezes?
Miguel riu e falou.
- Me desculpa! eu agi como um i****a com você no telefone, não tenho muito filtro.
Luiza falou.
- Você faz isso todos os dias, trabalhar assim? ( apontou para mesa).
- Basicamente sim.
- Isso realmente é bem estressante.
-Então estou desculpando?
Luiza respondeu sorrindo.
- Que isso não se repita.
Os dois riram alto, foi a primeira vez que Miguel se sentiu tão a vontade com uma mulher, depois do que aconteceu entre ele e Milena
Ficaram horas ali debatendo as leis, praticamente ele tinha que explicar para ela as leis mas isso abriu a mente dele e enxergou a solução para alguns problemas.
Luiza algumas vezes ficava vermelha com o olhar de Miguel para ela, por mais que ele tentasse se controlar não conseguia parar de olhar para ela.
Quando o horário de expediente estava acabando ela pegou a bandeja e foi levar para copa e voltou para sua mesa.
Miguel se levantou e foi para Janela uma parede inteira do seu escritório era de vidro uma enorme janela, olhado para fora se percebeu já estava sentindo a falta dela.
Foi até a porta do escritório, mas não abriu encostou a testa na porta e falou para si mesmo.
* Miguel te controla, o que está acontecendo.
Se virou e encostou as costas na porta esperando ver a velha senhora que não apareceu.
Assim que deu o horário do expediente Luiza foi embora e ficar no escritório ficou insuportável, Miguel foi para casa andava de um lado para o outro.
Anthony chegou depois e viu Miguel parecia transtornado.
- O que aconteceu Miguel, para quieto.
Miguel olhou para Anthony, Miguel estava assustado.
- Anthony acho que sou esquizofrênico.
- Como assim me explica isso.
- Eu estou vendo uma senhora ela fala comigo.
Anthony olhou para Miguel se levantou e se serviu uma dose de Whisky.
Miguel ficou em silêncio olhando para Anthony que ficou estranho na hora.
Anthony não falou mais nada, Miguel foi para o quarto dele.
Anthony bateu no quarto de Miguel.
- Oi Miguel acordado.
- Sim, estava lendo um pouco.
- Pode vir até a sala por favor.
Miguel estranho e foi, chegando na sala Anthony entregou umas fotos para ele.
Miguel olhou e ficou pálido
-Essa é a senhora que vejo.
- Eu sei, você a via desde bem pequeno, mas depois parou de falar eu achei que tivesse passado.
- Quem é essa mulher?
- Essa é minha mãe, ela morreu antes de você nascer.
Miguel se levantou e disse irritado.
- Que brincadeira i****a é essa Anthony.
- Miguel senta, eu também não sei explicar, vou te contar umas coisas.
Miguel sentou e olhando fixo para Anthony.
- Eu e a sua mãe namoramos a adolescência toda, éramos inseparáveis desde a infância meus pais trabalhavam para seus avós.
Minha mãe teve alzheimer, e ficava constante catatônica no mundo só dela, quando ela voltava falava no neto dela o Miguel, eu não tenho irmãos ela não tinha netos.
Quando a Letícia sua mãe ia visitar ela, minha mãe perguntava do neto de Miguel.
Sua mãe se separou de mim para ficar com Durval eu não aguentei e fui embora por um tempo minha mãe tinha morrido e meu pai morreu dois anos antes dela.
Quando eu estava fora a um ano sua mãe engravidou do Durval eu não quis mais voltar e ver os dois.
Depois de um tempo voltei quando seu avô soube que eu voltei para cidade me chamou para trabalhar com ele, eu fiquei 5 anos fora e quando voltei sua mãe tinha você com 3 anos, Durval sumia por meses, meu coração quase parou quando ouviu ela te chamar de Miguel.
Eu e ela acabamos voltando quando você tinha uns 7 anos seu avô pagou para Durval ir embora e ele desapareceu.
Mas quando você tinha 10 seus avós morreram e Durval que tinha um poder doentio sobre a Letícia voltou com ela, você foi para quela escola no interna no interior sua mãe me deixou e o resto você já sabe, Mas a onde eu quero chegar e que desde pequeno você falava e via ela, a chamava de vovó, contava coisas que só ela sabia coisas de mim da seus avós.
Você deveria ter uns cinco anos e eu fui até a casa que minha mãe morava na propriedade dos seus avós, a casa estava fechada desde o falecimento dela, você e seus avós estavam juntos comigo.
Você simplesmente foi até o guarda-roupa dela abriu um fundo falsos pegou umas jóias dela, cartas e fotos que estavam escondidos disse que a vovó mandou me entregar, você apontava na foto a vovó do jeito que fez agora.
Passava horas conversando com ela e as vezes até cantava algumas músicas dela, minha mãe era compositora.
Miguel ficou assustado e disse.
- Anthony para, eu não estou vendo a sua mãe morta, eu não sei o que é pior ficar louco ou ver um espírito.
- Como explica ter reconhecido ela nas fotos?
- Eu não sei, mais agora estou com medo.
- Eu também não sei o que pensar sobre isso Miguel, você não falou mais sobre isso achei que tivesse esquecido, mas você não é esquizofrênico.
- Porque você nunca me falou que teve um caso com minha mãe.
- Miguel você sempre soube do nosso relacionamento, não era um caso.
- Eu achei que tinha acontecido só depois não a adolescência inteira.
- É doloroso eu não gosto de falar.
Miguel olhou para Anthony e falou.
- Você deveria ter me odiado.
- Não Miguel você virou minha sombra aonde eu ia você ia atrás, te ensinei andar de bicicleta, nadar.
Foi muito doloroso quando sua mãe morreu, mas ter você me manteve de pé.
- Como sua mãe chamava?
- Antônia, mas quando você era pequeno me disse que a chamou de Antônia e ela brigou com você, era para você chamar ela de vovó.
Miguel não quis mais falar, apesar de saber que aquele momento era o certo para esclarecer as coisas, mas ficou com medo da resposta de Anthony.