Cria da Favela

Capítulo 9

Não deu nem dez minuto, Renan voltou com uma cara péssima. 

Luísa: O que aconteceu abusado? - encarei ele.

Renan: Pô, a mina mó ** doce da p***a, a gente ia t*****r atrás de um carro, mais ela não quis dizendo que só liberaria se fosse em um motel cinco estrelas. - bufou. - E ela tava bem iludida achando que eu ia gastar meu dinheiro pra comer uma b****a. ATA.

Luísa: Se fosse comigo, eu pelo menos ia querer um colchão cara. - dei risada. - Quando eu tiver minha primeira vez eu quero que seja uma coisa única e diferente...

Renan: Tu é virgem ainda? - me encarou incrédulo. 

Luísa: Lógico querido.

Renan: p***a, tu tem mó cara de ser aquelas putas de luxo mano. -- gargalhou e eu dei um t**a no braço dele. 

Luísa: Se eu fosse p**a, eu seria de luxo mesmo, ganhar muito dinheiro e ainda sentir prazer.

Renan: Se fosse um velho rico?

Luísa: Eu me casaria com ele com comunhão de bens, fingindo estar loucamente apaixonada por ele, ai na nossa lua de mel, eu empurraria ele da escada falando que ele tropeçou e caiu. No dia seguinte eu iria toda maravilhosa e bem plena pro enterro dele, faria um teatro pra todo mundo acreditar que eu amava ele e qur estava m*l com sua morte. Ai depois eu pegaria toda a grana do velho e fugiria com meu amante gostoso pra Las Vegas. - sorrio ouvindo ele gargalhar. 

Renan: E no caso, o amante gostoso seria eu. - passou a mão pelo cabelo.

Luísa: Se achando todo, alá. - deu risada.

Renan: Mais pô, tu já tem um plano de vida mano. Bora arranjar um velho rico e carente pra nós dar o golpe. Bora ficar rico e ir pra Las Vegas.

Luísa: Sonho né amor.

Renan: Tu é rica, pode ir pra qualquer lugar filha.

Luísa: Mais eu precisaria de muito mais dinheiro pra sobreviver lá. Por que provavelmente eu perderia tudo no pocker.

Renan: Eu gastaria com comida, bebida e maconha. p***a, melhores coisas, na moral.

Luísa: Tirando a maconha já tá ótimo. 

Renan: Já fumou pra saber? - neguei.

Ele pegou na minha mão, e eu senti um arrepio percorrer meu corpo inteiro. Me mantive plena enquanto ele me puxava pra um local mais afastado de todos ali.

Luísa: Qual é cara? Vai me abusar aqui na praia mesmo? Pô tem que ser em um motel pelo menos. - brinquei.

Renan: Eu estaria doido se quisesse t*****r com você. 

Parei de andar e fiquei olhando pra ele. Pensei em coisas tristes e logo as lágrimas brotaram em meus olhos.

Luísa: Não precisava ofender cara.

Ele me ollhou e sua expressão mudou, era a mistura de preocupação e sei lá mais o que.

Renan: Pô burguesa, foi m*l ai, tava zoando contigo.

Comecei a rir e ele logo fechou a cara. Sentou na areia tirando algo do bolso. Sentei ao lado dele arrumando a minha saia.

Ele segurava um cigarro de maconha, e um bic. Acendeu o cigarro dando a primeira tragada. Ele estendeu o cigarro pra mim, fiquei meio receosa, mais peguei o cigarro da mão dele. Olhei para aquilo por um tempo, mais coloquei na boca puxando.

Comecei a tossir igual doida. Ele pegou o cigarro colocando na boca.

Renan: Muito fraca. - sorriu. 

Meu Deus o que eu estava fazendo fumando maconha com um cara que nem conheço direito? Só posso estar louca mesmo.

Mais eu sentia que podia confiar nele. Era estranho.

Bufei me levantando. Limpei minha saia.

Renan: Vai pra onde? - me encarou soltando a fumaça. 

Luísa: Achar minha amiga e ir embora.

Renan: Não pô, fica ai. Gostei de conversar com tu.

Luísa: Eu também. Mais eu tenho que ir.

Renan: Passa teu número ai, nos troca uma ideia e pá. 

Luísa: Melhor não. E o melhor mesmo é a gente esquecer de hoje. Fingir que nunca nos vimos. 

Ele me olhou por um tempo com um olhar meio triste, mais assentiu voltando a olhar pro mar.

Senti algo estranho no meu peito, tipo arrependimento de ter falado aquilo. Mais ignorei saindo dali indo atrás da Bianca para podermos ir pra casa.