CAPÍTULO 4 Os Termos

1309 Words
CAPÍTULO 4 Os Termos Narrado por Flora O carro pára na porta da enorme mansão e o tal do Brian sai de imediato do carro. Eu saio também e estou maravilhada com tudo o que vejo, nunca imaginei ver assim, ao vivo e a cores uma casa tão bela. Mas ele nem me deixa contemplar esta maravilhosa vista, por ele andar tão rápido no seu passo apressado. Ele é um homem muito bonito, caramba, bonito até demais. Entramos no que me parece ser um escritório enorme e espaçoso, acho até que a minha casa cabe toda aqui dentro. — Senta-te, precisamos de conversar. — ele diz cortante e eu me sento de imediato num sofá bem confortável. Não sei o que este homem quer comigo, para me trazer para o meio de toda esta luxúria. Talvez precise de uma empregada! Ele fica de pé e se serve de uma bebida. — Queres beber alguma coisa? — ele pergunta, enquanto enche um copo de um líquido que me parece ser whisky. — Não, obrigada. Sinto-me muito nervosa — Eu vou direto ao ponto, porque eu não tenho tempo a perder. Como tu deves saber, o teu pai tem uma enorme dívida com a Máfia "All'interno della famiglia" , uma dívida em que fui eu que lhe emprestei esse dinheiro. Emprestado, não dado, mas o teu pai pensa que isto é tudo uma caridade, mas não é. E por isso mesmo, eu fui te tirar daquele bordel e te livrar da humilhação de seres vendida. Eu ouço com muita atenção tudo o que ele me diz e afino o meu olhar, desconfiada com aquela conversa. — Não sabia nada de o meu pai ter uma dívida e muito menos com a Máfia. Mas agora eu pergunto, qual é o preço a pagar por isso? Por me ter tirado do bordel? Eu não sou nenhuma parva, sei perfeitamente que alguma coisa ele quer. Ele bebe todo o conteúdo do seu copo, de uma vez só. — Diz logo, qual o preço a pagar por isso? — pergunto mais uma vez, me sentindo muito nervosa com esta conversa. Ele me encara com os seus olhos extremamente verdes e logo de seguida, tira uma pasta da gaveta e me estica a mesma. Eu a abro com as minhas mãos trêmulas. Tento não demonstrar o quanto estou nervosa. — E isto é o quê mesmo? — pergunto. — Eu salvei-te de seres leiloada, mas com um único propósito, para fazeres um contrato de casamento comigo. Isso é portanto, um contrato com os termos do mesmo. Eu olho para ele, com toda a certeza com cara de parva, porque é como me estou a sentir agora, muito parva mesmo. Será que eu estou a ouvir bem? — Os termos são simples. — ele continua, visto que eu fiquei sem dizer nada — Será um casamento falso, que tem que ter a duração de um ano e nesse ano de casamento tens que cooperar comigo em tudo, ser uma boa esposa, mostrarmos a todos o quanto somos felizes e todas essas baboseiras da treta, e acima de tudo, ninguém, mas mesmo ninguém, pode saber que estamos juntos por causa de um contrato. Depois disso podes ir à tua vida e pronto. Ele acende um cigarro. — O que tu estás a falar é sério? Ou estás a brincar? — pergunto desconfiada. Ele me olha sem esboçar nenhum tipo de sentimento, apenas olha para mim, como se eu fosse um simples objeto ali na sua frente. — Eu não sou homem de brincadeiras. — ele fala frio. Eu levanto-me do confortável sofá e rio nervosa. — Mas é claro que eu não vou aceitar nada disso! Mas tu és louco? Um contrato de casamento?— olho para ele — Tu precisas de fazer um contrato de casamento para casares com alguém? Olhando para ti ninguém diria. Ele continua a fitar-me. — Um contrato sem sentimentos é benéfico para todos, principalmente para mim, que não tenho nada dessa porcaria a que chamam de amor. Eu o encaro altiva. — Pois lamento informar, mas vais ter que arranjar outra para fazer o papel de esposa apaixonada, porque eu não estou interessada nessa maluquice sem tamanho. Brian coloca o copo vazio numa mesa ao seu lado e se levanta com a maior das calmas, dá dois passos na minha direção e informa ríspido. — Se não aceitares o contrato nem os termos, eu levo-te agora mesmo de volta aquele bordel imundo e tu serás leiloada, vendida para qualquer um. Ai meu deus, isso não, até me arrepio só de pensar em entrar ali de novo. Respiro fundo e digo por fim. — Eu preciso de um banho e de dormir, foi um dia com demasiadas emoções. Tento assim ganhar algum tempo. Não sei ainda para fazer o quê, mas alguma coisa me vai ocorrer entretanto. — Concordo, acompanho-te ao teu quarto.— ele diz aquilo como se esta fosse a minha casa. Ao meu quarto? Eu a pensar que iria para casa e afinal tenho aqui um quarto? Eu vou atrás dele, enquanto ele me encaminha pela casa. Subimos umas belas escadas de mármore cinzento e no corredor ele pára em frente a uma porta e a abre. — Aqui podes estar à vontade, ninguém te incomoda, vai ser o teu quarto daqui para a frente. Graças a Deus, ao menos isso. Entro no quarto e ele fecha de imediato a porta. O quarto é deslumbrante mas a minha noite é super inquieta, tenho que arranjar maneira de sair daqui. No dia seguinte, acordo cedo, visto-me rapidamente e saio do quarto sorrateiramente, olhando para todos os lados, o caminho parece estar livre, desço então ao andar de baixo sem fazer o mínimo barulho, até a minha respiração está travada, olho para um lado e olho para o outro e continuo sem ver viva alma. Ótimo, parece que vou me safar. Sorrio para mim mesma, faço a última curva para entrar no Hall de entrada e por fim, rua. Mas bato com o meu corpo no corpo de alguém e esse alguém me empurra de imediato como se eu tivesse fogo em mim. Brian está bem aqui na minha frente, parecia até estar aqui à minha espera, não acredito nisto. Ele me olha duro. — Que susto. — falo enervada, irritada e assustada. — Mas porque tu queres tanto fugir?— ele pergunta friamente. Eu elevo o meu rosto toda importante. — Eu sou livre e por isso eu quero ir embora. — comunico altiva. Ele ri a debochar de mim. — Não, Flora, tu não és livre coisíssima nenhuma, eu comprei-te ao dono do bordel, por isso tu me pertences e fim de conversa. — ele fala duramente para mim. Paspalho. Ele chama uma empregada que passa ali perto e ordena para ela. — Coloca a Flora dentro do seu quarto e a tranca por fora e devolves-me a chave de imediato. Dito isto, a empregada e mais dois brutamontes me levam de novo para o quarto. Eu protesto e o maltrato mas de nada adianta. Ele manda em todo o mundo e ninguém lhe faz frente. Mas ele é um prepotente bastante irritante. Que ódio. Mas se ele pensa que isto fica assim, ah, ele está muito enganado. A primeira tentativa de fugir não deu certo, mas eu vou arranjar maneira de fugir daqui, ah mas eu juro que vou mesmo. Vou até à enorme janela, mas percebo que além de ser bem alto, ainda tem grades. Só pode ter sido de propósito. Bufo frustrada. Sinto-me uma prisioneira e a culpa é toda do meu pai. Durante toda a vida só arranjou problemas para todo o mundo. Raça de homem. Como não dormi toda a noite praticamente, acabo por me aninhar nesta enorme cama tão confortável e acabo por adormecer.
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