Linda e Glamourosa

905 Words
CAPÍTULO 3 CINCO ANOS DEPOIS Linda e Glamourosa Narrado por Mia — Finalmente acabou e posso ir para casa descansar. — Falo para a minha amiga. — Que sorte a tua, — ela diz ao vestir a sua bata — O meu vai começar. — Boa sorte. — Sorrio e saio para a manhã fria. Saio de um turno de vinte e quatro horas e foi simplesmente um turno de merda. Estou cansada, chateada e aborrecida. São oito e meia da manhã e depois de sair do hospital, venho sempre aqui a este café maravilha, que tem no fundo da rua do hospital. Para alegrar mais o meu dia, está a chover, e como se não bastasse não há lugar à porta para estacionar o meu carro, afff. Estaciono do outro lado da rua, abro o chapéu de chuva e dou uma corrida. Entro e dou graças a deus que não está muito cheio, boa. Sento-me ao balcão e o Peter vem logo ter comigo. — Bom dia, Dra. Mia! — Cumprimenta-me enquanto passa o pano no balcão — O mesmo de sempre? O mesmo de sempre é, um croissant misto com pouca manteiga e um galão escuro com adoçante e morno. Nunca falha. — Bom dia, Peter, sim, o de sempre, obrigada. Enquanto espero, olho ao meu redor para ver as vistas. Ali no ambiente, vejo uma senhora com uma criança em uma mesa, e duas mesas afastadas, está um homem de costas, parece bem musculado, com umas costas largas, veste terno escuro, não consigo ver a cara dele. Hum, nada de interessante e, entretanto, chega o meu pequeno almoço. Dou uma dentada no meu croissant, hummm, que delícia, é quase tão bom como um orgasmo, quaseeee. Rio com o meu pensamento, e é claro, que a retardada aqui se engasga. Começo a tossir prestes a deitar os pulmões para fora, mas depressa me recomponho. — Está bem, Dra? — ele pergunta olhando por cima do balcão. — Ah, sim. — Digo ainda meia engasgada — Já passou. Que vergonha, ainda bem que não está aqui quase ninguém. A senhora e a criança olham para mim, o homem que estava ali à pouco de costas, já ali não está. O turno correu m*l, e parece que fora do turno não está a correr melhor. E quando eu pensava que nada mais podia piorar, vejo entrar no café o Damien. Puta que pariu para a minha sorte. Ele entra e vem direitinho aqui à minha pessoa. Reviro os olhos e faço uma careta, para ele perceber o quanto eu não quero falar com ele, mas como sempre, ele se faz de desentendido. — Sabia que te ia encontrar aqui. — Ele fala. — Que queres agora, Damien? — Eu pergunto seca. Ele senta-se no banco ao meu lado, mas que abusado. Olho para ele, visivelmente incomodada com a presença dele. — Será que podemos conversar com duas pessoas adultas? — Ele pergunta. — E tu por acaso sabes fazer isso, Damien? E além do mais, já falamos tudo o que tínhamos a falar. — Eu digo, terminando o meu croissant, que por esta altura já não me sabe a nada, lá se foi a sensação orgásmica que tinha. — Tu estás a ser infantil e radical demais, Mia. — E tu continuas o mesmo asno de sempre. — Digo tentando acabar com aquela conversa. Ele estreita o seu olhar para mim, agarra-me no braço e puxa-me para junto dele. — Deixa-me, mas tu estás parvo? — Eu estou é farto que me trates como se eu fosse um qualquer, eu sou o teu namorado. Tento afastar-me dele, mas ele continua a agarrar-me. — Namorado??? Não és mais o meu namorado já há algum tempo, que conversa sem sentido é essa, Damien? — Eu não aceitei o fim da nossa relação, por isso continuo a ser o teu namorado! Pois é, estão a ver quando vocês olham para uma pessoa que afinal não é nada do que vocês imaginaram? Esse é o Damien. Começo a abanar o meu braço para ele me largar e ele aperta mais. — Vai largar o braço da moça a bem, ou vai largar a m*l? Ouço a voz de um homem, que está por trás deste traste louco aqui à minha frente. Inclino a minha cabeça e vejo que é o homem que estava sentado há pouco de costas, mas de onde é que ele apareceu?? Ele já ali não estava! Damien como é um metido à b***a resolve enfrentar aquele homem. Damien olha meio para trás, para ver quem está a falar com ele. — E quem é que me vai obrigar, você? E já agora quem é você? O amante desta vagabunda aqui? — O quê?? — Agora ele passou de todos os limites. Ele vira a sua atenção para mim. Fico espantada com tamanha ousadia dele, e sem pensar, dou-lhe um murro com a minha mão livre. Caralho, nunca tinha dado um murro a ninguém, fiquei com a minha mão a doer, mas foi o suficiente para ele me largar o braço e agarrar o nariz com as duas mãos que estava a sangrar. — f**a-se, Mia, partiste-me o nariz. — É bem feito, quem manda me chamar de vagabunda! — Pego nas minhas coisas — Vagabunda é a tua mãe. Passo pelo homem que continua atrás do traste do Damien, agradeço e saio, linda e glamourosa.
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