O Compromisso

670 Words
CAPÍTULO 5 O Compromisso Narrado por Mia Acordo com o som do meu telemóvel a tocar, olho para o ecrã e reviro os olhos. Que quererá a minha mãe?? Ela sabe que saí hoje cedo! — Sim, mãe! — atendo muito a contragosto. — Bom dia, Mia, onde estás? — ela pergunta. Onde estou??? Ela só pode estar de brincadeira. — Mãe, saí do hospital às oito da manhã. — Há, pois, foi, desculpa esqueci-me. Reviro os olhos, que paciência. — Não faz m*l, vou continuar a descansar então. — Digo finalizando a conversa. — Mia, tu não te esqueceste do nosso compromisso hoje à tarde, pois não? Afinal a conversa ainda não foi finalizada, afff. — Que compromisso? — não lembro de merda nenhuma de compromisso. — A prova dos vestidos, Mia, como podes te ter esquecido? A tua irmã fica furiosa quando te esqueces dos compromissos que tens com ela. — Ela diz chateada. Suspiro, que p***a, já me tinha esquecido mesmo da porcaria da prova. — Não precisas de lhe dizer, não me apetece nada ter que levar com uma aula de moral, ok. — Ok, até logo então. — Até logo, mãe. — Porcaria de prova. — resmungo — Era só o que me faltava. Tinha também uma mensagem da minha amiga Jenny. "Quando puderes liga-me, amiga" Olho para as horas meio dia e quarenta, ótimo, que bom, maravilha, não descansei p***a nenhuma. Já lhe ligo. Decido ir tomar um bom banho e almoçar antes de ir, não me posso atrasar, senão tenho que ouvir a senhora professora de Português e Matemática toda a tarde. A minha irmã quando quer, é uma chata de primeira. Tomo o meu banho, visto uns jeans de ganga clara e uma blusa creme, e por cima um casaco preto e tênis pretos. Continua a chover, o bom e velho tempo que se faz quase sempre em Seattle. Preparo uma salada e ligo então à Jenny. Ela atende ao terceiro toque. — Mia! — está entusiasmada, demais da conta. Sorrio com isso. — Tu não sabes o babado que aqui houve menina! — Ela continua. — Então? O que se passou? — pergunto curiosa. — Imagina quem apareceu aqui nas urgências com o nariz partido! PUTA QUE PARIU, nunca mais me lembrei daquele desgraçado, embora a minha mão ainda me doa, kkk. — Santo Deus, aquele filho da p**a foi para aí?? — Caraca, então foste mesmo tu que lhe deste um murro?? — Ela começa a gargalhar alto. — Fui, ele me chamou de vagabunda, já viste, o bicho tá doido, eu hein. Já aturei muita merda desse bofe, não aturo mais não. Jenny não para de rir. — Ele disse raios e coriscos de ti, só não te chamou santa e disse que estavas acompanhada pelo teu amante, e aí eu pensei cá para os meus botões, amante??? Quem é a figura que eu não sei de nada? — Amante! É mesmo uma anta aquele atrasado mental. — Digo irritada. Conto então à Jenny o que realmente aconteceu. — Que bom samaritano. E era bonito ao menos? — ela pergunta toda atrevida. Eu paro para pensar e… — Olha, depois falamos, tenho que ir ter com a Emily, e sabes como ela é quando nos atrasamos. — Oh sim, lições a esta hora não ahahah. Mas não penses que me vou esquecer desta conversa. Depois de desligar, fico a pensar no que ela perguntou. É, o homem tinha cabelo escuro todo bagunçado, que lhe dava um ar muito sexy, uns olhos azuis que parecia que eu estava a olhar para o oceano, uma postura implacável, uma presença avassaladora, o bofe era bonito, ah c*****o, bonito não, lindo de morrer. Eu não estava precisando de ajuda, deu para ver não é, mas mesmo assim, o simples facto de ele lá ter ido tentar salvar a donzela em apuros, caiu bem aqui no meu goto. Deixo este pensamento para lá, do gostoso do café e vou embora, senão Emily me mata.
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