CAPÍTULO 22
A Proposta
Narrado por Mia
Coloquei o despertador para às três e trinta da tarde, estou cansada e ainda podia dormir mais umas duas horas e meia, mas não posso né, combinei me encontrar com o Elijah lá no Kerry Park.
— Espero que valha a pena, gostoso de olho azul.
Falo, enquanto me espreguiço e bocejo.
Vou tomar um banho rápido e vou no closet escolher a minha roupa. Decido-me por um macacão preto justo, olho no espelho, e não é que ficou lindo, kkk.
Maquilhagem básica, cabelos soltos e lá vou eu. Estaciono lá no parque, e olho as horas, quatro e vinte da tarde, cheguei a horas.
Vejo o carro dele chegar e sorrio, eu sei qual o carro dele, mas ele não sabe qual é o meu. Decido ficar dentro do carro para ver o que ele faz.
Ele estaciona do outro lado do estacionamento e sai do carro.
Já cá fora, ele afrouxa o nó da gravata verde escura e a tira, a sua camisa branca cola mais nos seus abdominais que me parecem bem definidos.
SANTO PAI DO CÉU, o bofe é um delicioso, saboroso e mais uma data de coisas gostosas.
Não trás casaco, apenas está ali de calças de fato escuras e camisa branca, com três botões abertos.
Passo a língua pelos meus lábios involuntariamente e percebo que o calor me invade e dou um salto quando o meu telemóvel toca, ele está com o seu telemóvel no ouvido, de certeza que é ele.
Atendo.
— Elijah! — digo b***a, kkk.
— Mia, é só para te dizer que já cheguei. — Ele me informa, ahh, mas eu sei.
— Ah sim? Onde? — e saio do carro, com a cabeça no ar, parecendo uma avestruz, como se tivesse à sua procura.
Tenho que disfarçar né, não vá ele perceber que eu estava praticamente babando aqui por ele.
Ele levanta o braço e eu sorrio.
Desligamos, eu pego as chaves do carro e vou ter com ele.
Dou-lhe um selinho no rosto, ao chegar perto dele, e como sempre ele cheira tão bem.
— Desculpa fazer-te vires aqui, mas acho que aqui é tranquilo para falarmos. — Ele diz se desculpando.
— Ah, sim, não faz m*l, eu gosto deste parque. — digo, tentando parecer despreocupada, mas tou curiosa pra c****e, para saber o que ele tanto quer falar comigo.
Começamos a andar lado a lado para dentro do parque.
— Conseguiste descansar? — ele pergunta, me deixando um pouco espantada.
— Sim, fui direto do hospital para casa e acho que adormeci ainda estava para me deitar. — digo rindo.
Ele ri também.
— Entendo, tem me acontecido o mesmo esta semana, chego a casa tão cansado que só quero dormir.
Hummm, será por isso que ele não me disse nada? Talvez.
Chegamos a um banco de madeira e ele faz sinal para eu me sentar, sentando-se de seguida. Cavalheiro, está a ganhar pontos.
Ele coloca os cotovelos apoiados nos seus joelhos e entrelaça as mãos uma na outra na frente.
Ele parece-me um pouco nervoso.
— Está tudo bem, Elijah? — já estou a ficar preocupada.
Ele mexe-se um pouco, mas sem sair muito do lugar, ele está a olhar para o chão e levanta devagar o seu rosto me encarando, com aqueles olhos azuis lindos por demais, com a luz do dia ainda parecem mais azuis, deus amado. Eu sinto o meu coração falhar uma batida e até acho que prendi a respiração.
— Mia, eu tenho uma proposta para te fazer! — ele começa, e eu fico logo alerta.
— Uma proposta? — pergunto encurtando o meu olhar, desconfiada — E que tipo de proposta é essa?
— Antes de te fazer a proposta, quero primeiro que entendas o porquê?
— Ok, sou toda ouvidos. — Eu falo um pouco receosa.
— Os meus pais são donos de um grande império, como tu já sabes, eles são donos da rede de hotéis Bettencourt, temos hotéis espalhados por todo o mundo. O meu pai trabalhou muito para conseguir tudo isto. Mas agora, ele está a forçar-me a fazer uma coisa, e tenho apenas cinco meses para o fazer.
— E que coisa é essa? — pergunto ainda mais curiosa.
— Ele daqui a cinco meses vai viajar com a minha mãe, e vai se desvincular um pouco do trabalho, eu sendo o único herdeiro ele quer me passar tudo para mim, mas… ele só me dá a minha herança se eu casar.
Fico a pensar, o que eu tenho a ver com isso tudo, acho que estou com o meu cérebro congelado, que nem consigo pensar direito.
— Então tens que casar? — pergunto — Mas tu tens namorada?
— Não, não tenho.
— Noiva então!
— Também não.
Eu olho para ele sem entender nada e pelos vistos ele percebe isso.
— É aqui que tu entras, e a minha proposta.
— Não sei se estou a entender! — falo um pouco receosa.
— Mia, a tua família está sempre a massacrar-te por ainda não teres casado, que és uma encalhada e essas baboseiras todas, e eu preciso de uma esposa, por isso pensei que nos podíamos ajudar um ao outro.
— Elijah! Tu estás a pedir para eu casar contigo?? — pergunto — É essa a tua proposta?
— Sim, Mia, é. — ele fala com toda a certeza
— Isso é o maior disparate que já ouvi em toda a minha vida. — digo chateada.
— Pensa bem, Mia, tu ajudas-me e eu ajudo-te, a tua família saía finalmente do teu pé e os meus pais do meu.
Mas ele está mesmo a falar a sério?
— Elijah! Nós nem nos conhecemos, como podemos casar assim de um momento para o outro? — olho para ele — Quanto tempo mesmo??
— Daqui a cinco meses tenho que estar casado.
Eu abano a minha cabeça em negativo, ele não pode estar a falar a sério, deve ser alguma brincadeira, e de muito mau gosto por sinal.
Levanto-me rapidamente.
— Desculpa, Elijah, mas eu não posso aceitar essa proposta sem pés nem cabeça.
E afasto-me dele em passo apressado, sem sequer olhar para trás.
O bofe é bonito, mas é louco pra c*****o.