CAPÍTULO 17
Perigo Carnal
Narrado por Mia
Acaba de chegar nas urgências uma mulher que está muito m*l, por causa de um acidente de automóvel.
Ia no carro com o marido, e parece que iam a discutir forte e feio e ela perdeu o controle do carro e foi bater numa árvore.
Ela já teve uma paragem cardiorespiratória e tem um traumatismo craniano, ainda estamos a ver o resto do estrago.
O serviço de urgência é o que eu mais amo fazer, mas uma pessoa tem que ser muito forte para lidar com tudo o que aqui entra. Muitas vezes, conseguimos salvar a vida do paciente, mas muitas das vezes não, e isso é o pior nesta profissão
Com muito esforço conseguimos estabilizar a mulher do acidente, mas ainda não está fora de perigo.
Cansada, venho cá fora apanhar um pouco de ar.
Respiro fundo, a nossa mente fica desfeita com todas as imagens que nos passam à frente nas urgências.
Estou a pensar nisso, quando a vejo chegar.
— Não quero ir embora de lua de mel, sem me despedir de ti! — a minha irmã diz me abraçando.
Sem saber, eu precisava mesmo de um abraço.
Aperto ela forte.
— Vou ter saudades tuas. — digo já cheia de saudades.
— São só duas semanas, logo, logo estamos de volta. — Ela diz olhando para mim.
— Ok. — digo um pouco triste.
— Mia! — ela me chama — Eu sei que tu deves estar a pensar, porque nós nunca falamos do Elijah, mas, — ela faz uma pequena pausa — foi por uma boa causa.
— E que causa foi essa? — pergunto curiosa.
— O Elijah tem presença, muita presença mesmo, é um autêntico gato. — Ela sorri me piscando o olho.
Eu rio, que descarada, kkk.
— Que foi?? Eu casei, mas não sou cega não. — Dá uma gargalhada — O Elijah é gato demais, mas é um galinha safado. Ele é um garanhão sem vergonha. Tem tanto de lindo, como de canalha. E por isso, nós nunca vos apresentamos, porque ele é o típico gostoso que tu te apaixonarias, e tu, a típica beleza gostosona que ele gosta de levar para a cama.
Ele vem à minha mente, ele é mesmo um gato gostoso demais, mas pelos vistos um perigo carnal, não me importava nada de me perder naquele corpo dele, naqueles olhos azuis tão penetrantes, colocar as minhas mãos naquele cabelo e bagunçar ele ainda mais.
— Emily, eu sei me cuidar, possivelmente nem o vou ver mais, vai lá para a tua lua de mel e não te preocupes com nada. — digo fazendo um carinho no seu rosto.
Ela olha para mim com os seus grandes olhos castanhos.
— Se o Elijah tiver o mínimo de interesse em ti, vais sim voltar a vê-lo. — ela diz séria.
Aquilo me faz arrepiar, mas não demonstro, nem digo nada.
— Eu te amo mantinha. — Ela diz por fim.
— Eu também, muito mesmo.
Nos despedimos, vou ter muitas saudades dela.
No Café
Narrado por Elijah
Passou uma semana, desde que o meu primo Jason casou com a Emily, e eu tenho ido todas as manhãs àquele bendito café, tornou-se uma rotina, já tentei não vir, mas alguma força sobrenatural desgraçada do c****e, me encaminha para aqui.
E é onde estou agora, sentado nesta mesa, bebendo o habitual café e esperando, fico fodido comigo mesmo, mas continuo esperando.
E quando estou a dar o último gole no meu café saboroso, para me ir embora, a porta abre e ela entra.
Caralho, fico feito b***a ao ver ela entrar, numas calças jeans de cor clara, justas, mostrando bem o formato da sua b***a, das suas pernas, uma camisola preta também justinha, mostrando o desenho dos seus s***s, cabelo solto.
A imagem do pecado entra, e eu sinto uma vontade louca de pecar.
Ela vai direto ao balcão e se senta no mesmo lugar do outro dia, parece gostar daquele lugar, kkk.
Ela faz o seu pedido e olha finalmente para mim, eu sorrio para ela e ela retribui o sorriso.
Eu levanto-me do meu lugar e vou ter com ela.
— Olá, Mia! — cumprimento ela educadamente.
— Oi, Elijah! — ela diz sorrindo — Por aqui?
— É, gosto do café daqui. — digo simplesmente.
Ela ri, mostrando aqueles dentes branquinhos.
— Ainda bem, eu adoro vir aqui quando saio do meu turno. — Ela diz, e eu me dou conta que nem sei o que ela faz, aliás não sei nada dela, a não ser que tem um ex namorado babaca e uma família intrometida.
— Nem sei o que tu fazes na vida! — eu digo, tentando saber.
— Sou médica de clínica geral nas urgências no Hospital St. Jones memory.
— Uau, sério mesmo? — pergunto admirado, e me sentando no banco ao lado.
— Sério, porquê? Não tenho cara de doutora? — ela pergunta sorrindo.
Eu a encaro divertido.
— Realmente tens porte se ser uma mulher importante.
Ela ri, um rir gostoso.
— E sou, salvo vidas, né! — ela diz feliz.
Gosto do ar divertido dela, ela é uma boa companhia.
Enquanto conversamos, ela toma o pequeno almoço.
— Bem, Elijah, — ela fala enquanto se levanta — depois de um turno de vinte e quatro horas, eu preciso mesmo de ir dormir.
— Ok, mas… — faço uma pausa — será que podíamos combinar, sei lá, um almoço, um jantar, não sei, o que te der jeito!
Ela olha curiosa para mim.
— Pode ser. — diz por fim.
— Dá-me o teu número, que eu ligo depois.
Vejo ela ficar na dúvida se dá ou não, mas coloca a sua mão dentro da bolsa e tira um cartão, o esticando de seguida na minha direção.
— Aqui está, se eu por acaso não atender, deixa mensagem que eu depois retorno. — Ela diz começando a andar para a saída — Xau, Elijah.
— Bom descanso, Mia.
Eu fico ali sentado com o cartão na mão, olho finalmente para o mesmo e tem o nome dela, o número pessoal e o número do hospital onde trabalha.
Dra. Mia Knight, Médica de Medicina Geral no Hospital St. Jones memory.
Ela é bonita, muito bonita e gostei da sua companhia, gostei demais, e isso é um perigo, um grande perigo.