Capítulo 6

1709 Words
Eu jurei me vingar, aquela situação toda me deixava extremamente nervosa. O que eu deveria fazer? eu deveria pensar naquele bando de emprego e não pensar nem um pouco em mim? Não deveria considerar os motivos de Beatrice? Porra, Beatrice podia dizer claramente que não ligava, mas era óbvio que era mentira, ela ligava e muito para o que eu ia fazer... ela queria no fundo que eu desistisse daquele casamento do terror. - Filha eu posso entrar? - disse o meu pai todo sem graça ainda. com certeza queria me cobrar alguma posição sobre a violência que ele estava cometendo comigo. - A casa é sua Sr. Lion, você pode entrar onde você bem entender... - eu disse isso e virei o meu rosto para outro lado, ele sabia o motivo da minha chateação... eu fico me perguntando às vezes se a minha mãe aprovaria aquele modo em que eu e Beatrice fomos criadas, no meio de um monte de assassinos e traficantes loucos e sedentos por sangue. Será que ela seria a favor do meu casamento? ela sorriria ao saber que eu estava prestes a me casar com um tremendo psicopata frio que decidiu se casar comigo só por que eu o desafiei? Quem se comporta assim pelo amor de DEUS? - Não fala assim comigo Bella... você sabe que nada do que está acontecendo está dentro do meu controle... eu não estou fazendo nada disso por m*l - ele disse se sentando no banco da minha penteadeira, estava de cabeça baixa, e eu só o vi triste assim no dia que minha mãe decidiu que deixaria esse mundo. - Você quer que eu te diga o que pai? tudo isso é muito insuportável, a minha irmã não está nem olhando na minha cara por causa dessa troca de noiva, eu não quero me casar com o filho da p**a do Salvatore! Aliás eu não quero me casar com ninguém! - Filha... você vai ter que se casar com ele, eu sinto muito que você ache tudo isso horrível, mas é a minha palavra final. Judith já vinha entrando com um pouco de chá, eu não acredito que Beatrice mandou entregar as coisas aqui como se nada tivesse acontecido, até senti medo do chá estar envenenado. Não era impossível algo assim acontecer... - Desculpa, eu não sabia que o senhor estava aqui... - ela se desculpou com o meu pai - Não tem problema, Isabella precisa mesmo de um chá para pensar um pouco na própria vida... Ele saiu batendo a porta e a fofoqueira ficou ali me olhando, era claro que ia começar a sessão de perguntas. - Desembucha Judith... - eu disse irritada - Olha... tem um modo de você não se casar com o Salvatore... você sabe não sabe? - ela disse com uma cara de gênio do m*l, qualquer coisa que me desobrigasse daquele compromisso eu estava aceitando. - Qual a ideia? eu estou topando qualquer coisa... - falei curiosa - Eu acredito que você seja uma moça virgem... - ela começou falando - O que isso tem a ver Judith? - era óbvio, mas eu estava tão nervosa e perdida dentro daquele mundo que eu nem me atentei no primeiro momento. - Se você deixasse de ser... será que isso seria um problema? - ela incitou aquela ideia em mim, arriscada, mas genial. Duvido que o grande Matteo Salvatore iria querer se casar com alguém que já foi de outro, ele iria pirar com a ideia. Assim como todas as grandes famílias, assim como o meu pai, assim como o meu sobrenome que cairia em desgraça... era uma ideia i****a na realidade, se eu me colocasse naquela posição eu não ia melhorar nada para Beatrice, eu só ia piorar as coisas para todos. Eu sei que parece ser uma ideia i****a, machista e totalmente retrógrada.... mas era assim que as coisas funcionavam por ali, séculos e séculos de mulheres se casando por interesse. - Eu não posso fazer isso...você conhece as consequências para garotas como eu Judith, até gostei da ideia mas eu não posso. - Eu não disse para você fazer mas você pode dar a entender... sabe? quando ele aparecer, não tem um tempo para o insuportável cortejo? - Eu não sei se isso vai acontecer nesse caso, então eu tenho certeza de que vou acordar um dia de manhã e minha roupa vai estar arrumada e alguém vai me dizer "Vamos Isabella hoje é o dia do seu casamento" e eu vou ser obrigada a sorrir. Então eu não espero nada além disso não... - eu estava frustrada, irritada e tudo o que passava pela minha cabeça era ir até Beatrice, mas por que eu faria isso se ela me rejeitaria? Eu a conhecia, quando ficava irritada não ficava irritada por pouco tempo... e sim por muito muito tempo. - Como está a situação Jud? com a Beatrice? - Ela está trancada no quarto, ninguém entra e ela não sai. Olha... eu sei que você está se sentindo culpada, mas eu escutei tudo... - Escutou o que? - Você não podia ter evitado o que houve Isabella, ele te escolheu... ele renunciou ao acordo na mesma hora em que você subiu para o quarto... você não poderia ter evitado, você tem que seguir em frente, ele é um homem muito bonito, e lá você vai ter uma vida de rainha... com a sua irmã você se resolve depois! - Eu não quero o casamento Jud, eu nunca quis me casar... eu não quero estar na companhia desse homem, que muda de ideia e de palavra com o vento, que estava comprometido com a minha irmã e mudou de ideia porque eu desafiei a palavra dele. Não pensa em amor à primeira vista por que não foi, ele não está fazendo isso pelos motivos certos... ele só quer se vingar de mim, fazer de mim uma prisioneira. - Ninguém melhor do que você para provar para ele que ele tomou a decisão errada! vai lá e mostra para ele quem é você Isabella Lion... só você pode dar uma lição nesse i****a! - ela deixou o chá e saiu do quarto me deixando sozinha com os meus pensamentos novamente. Ela estava certa, por que recusar se eu podia fazer da vida dele uma coisa miserável? Eu já tinha pensado nisso antes, mas fiquei com medo, no fundo só o que eu queria era voltar para a minha vida vazia de romances em livros, amizade eterna com minha irmã que mais parece minha mãe e andar pela propriedade como se eu não conhecesse cada lugar. Eu precisava ir até a capela onde minha mãe estava, talvez ela poderia me dar uma luz. Eu sempre ia até lá, sendo de uma família altamente católica era óbvio que ninguém deixaria que a minha mãe, uma suicida convicta, fosse enterrada com uma cerimônia religiosa em solo sagrado, a solução foi enterrá-la no mesmo quintal onde suas filhas poderiam brincar. Pelo menos essa foi a solução que o meu pai achou. Andei calmamente até lá e tive que me esconder em um arbusto quando eu vi que Beatrice estava lá, não estava no quarto afinal. Ela estava ajoelhada, estava falando com a mamãe. - Eu tentei de tudo.... mas eu não consigo... eu não posso oferecer perdão dessa vez, eles sempre me tiram tudo mãe! Será que eu não mereço essa felicidade? não mereço sair dessa p***a dessa casa nunca? eu estou farta de criar a sua filha! Por que você teve que partir? você escolheu nos deixar aqui nessa droga desse mundo com o doido do meu pai! Você plantou isso mãe, a culpa é toda sua! - nossa ela estava magoada, eu fiquei abaixada pelo do lado de um anjo horroroso que tinha no jardim até ela terminar de desabafar com o cadáver da minha mãe e entrar, assim seria de novo a minha vez. Assim que ela entrou em me sentei na capela, calmamente, fazia tempo que eu não conseguia nem chorar diante de algumas situações. - Mãe... sei que minha irmã veio fazer fofoca para você sobre a situação atual, mas embora ela esteja com raiva, eu não tomei nada dela. Estão tomando de mim, eu sou mais uma vítima dessa situação... quando ao fato de você ser uma i*****l por ter se matado, eu concordo com ela, você plantou toda essa merda no mundo... o engraçado é que eu nunca nem cheguei a ver o seu rosto, só te vi caída, coisa engraçada para uma criança de cinco anos achar no chão... mas sabe, você me ensinou muita coisa, não importa o quão incrível alguém é.... sempre pode fazer alguma p*****a impensada e te magoar para sempre, e foi o que você fez... poxa mãe, por que fez isso? por que você faria uma merda dessas? enfim, quem sou eu para te julgar nesse momento? eu mesma estou considerando um modo de tirar a minha vida com esse casamento insuportável! Eu vou indo, antes que alguém venha até aqui encher o meu saco... - Alguém como eu? - era a minha avó, nossa que coisa boa... ela me deu um abraço muito apertado - que bagunça hein minha filha? - ela disse ainda me abraçando. - Não fui eu que causei isso vó, acho que a essa altura já devem ter te envenenado o suficiente... - Ah eu não sei, você estava literalmente xingando a minha filha morta, então eu não gosto tanto de você... - ela sorriu para mim. - Foi m*l, mas a moça morta é minha mãe... achava que tinha algum tipo de licença poética! Me diz que você veio com alguma solução para esse terrível engano... - O casamento com os Salvatore... é mais delicado do que você pensa... - Ah não, nem você tem alguma ideia?! Droga vó... - eu protestei - Olha a boca menina, eu te dou um tapão! - disse ela já levantando a mão para executar o que prometeu - Uma ótima ideia, se você socar a minha cara eu posso ser impedida de casar-se! pode ser sim! adorei a ideia... Entramos, e agora vai vir outro capítulo... outro modo de ver as coisas, minha avó é maluca e eu também.
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