3

2529 Words
No domingo acordo cedo, decido ir ao hospital, depois passaria na casa da minha mãe, preciso de colo. Assim que entro encontro Kathy conversando com um médico, noto pelos seus ombros caídos que ela está muito cansada, ando até Kathy e toco seus ombros ela se vira para mim. — Você precisa ir para casa e descansar Kathy. - digo preocupada — Eu sei, mas preciso atender os meus últimos pacientes. - diz já com voz de sono. — Eu vim visitar Christian e Elliot Grey. - falo desanimada, já que tenho vergonha por tudo que aconteceu. — Que coincidência, os verei agora, vamos. - diz divertida. Sigo pelo mesmo caminho de ontem e entro no quarto de Christian, já Kathy vai para o quarto ao lado. Christian ainda dorme então me aproximo, mas ao invés de pegar a sua mão eu toco delicadamente seu rosto cheio de hematomas e arranhões. Ele se meche e geme, como se estivesse acordando. Começa a abrir os olhos, e olha confuso até abrir um lindo e tímido sorriso para mim, como se estivesse em um sonho bom. Não entendo a sua reação sendo que fui eu que quase tirei a sua vida. Sorrio de volta e pergunto. — Como se sente? Sou Anastácia Steele. - falo me apresentando um pouco envergonhada da maneira que ele me olha. — Você parece um anjo! O que aconteceu? - diz admirado. Quando eu ia responder, bem na hora uma voz conhecida e nada agradável entra no quarto. — O que você está fazendo aqui? - a velha com cara de Botox fala indignada. Fico sem resposta e solto a mão de Christian. — Fale baixo Elena, estou com muita dor de cabeça. - reclama com certo incomodo. — Meu amor, você acordou! - quase passa por cima de mim e se joga em cima de Christian beijando-o, este reclama de dor novamente, o que essa mulher pensa que está fazendo? — Ai Elena, está me machucando. - diz Christian gritando de dor. — Eu vou chamar o médico. - digo e saio a procura de alguém para ajudar Christian. Encontro Kathy e uma enfermeira afrodescendente conversando no corredor. - digo desesperada, porque Christian gritava muito, aquela vaca machucou ele. — Calma Ana! Estamos indo. - fala Kathy e vamos as três para o quarto. Chegando no quarto a enfermeira pergunta ao Christian como ele se sente, aplica uma injeção para dor no IV de Christian e sai do quarto dizendo que vai chamar o médico ortopedista Dr. Robert. O olhar de Christian para mim mudou, agora é frio e tem raiva. — Já mandei você ir embora. - fala Elena me desafiando. — Como ousa falar assim com minha amiga? - fala Kathy indignada — E quem é você? - fala Elena com desdém. — Katherine Kavanagh, fisioterapeuta, não pode falar alto assim em um hospital, retire-se por favor. - fala Kathy imponente, intimidando Elena. — Vou chamar a Dra. Grace. - fala disfarçando e sai sem olhar para nenhum de nós. — Então é você a culpada por eu e meu irmão estarmos nessa situação. - diz Christian em tom de decepção. — Me desculpe. - digo com lágrimas nos olhos. Kathy me abraça. — Não pode falar com ela assim, foi um acidente, ela ajudou vocês dois em todo o momento, estancou o sangramento da sua cabeça com a própria roupa, se não fosse por Ana, sua situação poderia ser muito pior. Ficou aqui no hospital toda suja com seu sangue até altas horas da noite, para obter notícias de vocês. - Kathy me defende imponente. — Ninguém te chamou na conversa, mas mesmo assim obrigado por ter nos ajudado Ana, esse seu nome? O que fazia no meio da rua? Poderia estar morta agora. - fala Christian em tom de arrependimento. Quando eu ia responder, entram no quarto, o Dr. Robert, Dra. Grace que me cumprimenta, a enfermeira e a cobra da noiva bisavó. Decido sair e deixar os médicos fazerem o seu trabalho. Kathy fica no quarto a pedido do Dr. Robert. Vou ao quarto ao lado verificar como está Eliott, encontro-o acordado assistindo p**a-p*u na televisão, um homem desse tamanho assistindo desenho? — Bom dia! Posso entrar? Como se sente? - digo preocupada, tentando sorrir para disfarçar minha tristeza de minutos atrás. — Olha Aninha! Estou melhor hoje, sentindo menos dor. - fala como se fosse meu amigo de infância. E que negócio é esse de Aninha? Deve ter sido Kathy. — Fico feliz! Seu irmão acordou a pouco tempo, está sendo examinado nesse momento. - digo informando, para tranquilizar Eliott. — Que bom! E como ele está? - pergunta preocupado. — Estava sentindo dores, uma senhora foi dar beijos nele e acabou o machucando mais. - digo para sondar sobre essa mulher. — Elena? O que aquela bruxa quer? - como assim bruxa, ele chama a própria cunhada de bruxa? Deixa para lá, eles que se entendam. — Bom vou indo, já o incomodei bastante. Eliott, gostaria novamente pedir desculpas por tudo o que aconteceu, não foi minha intenção causar danos a vocês. O que vocês precisarem estarei à disposição. Aqui meu cartão. Até mais, melhoras! - digo me despedindo, Eliott somente recebe o cartão e acena com a mão, não diz nada. Devo ir embora, ou será que devo passar no quarto de Christian, para tentar explicar melhor tudo o que aconteceu? Coragem Ana, eles estão assim por sua culpa, seja forte e corajosa, vamos lá. Da porta posso ver três pessoas ao redor da cama de Christian, nem sinal da bruxa loira, nem sinal do médico e Kathy também não está. Eles sorriem, parece que estão entre amigos e familiares, melhor ir embora e voltar uma outra hora. Quando me viro para sair, escuto alguém me chamando. — Anastácia! - a voz da Dra. Grace. Levo um leve susto, mas mesmo com vergonha respondo. — Desculpem não quero atrapalhar! - digo envergonhada. — Não atrapalha de modo algum, você salvou a vida do meu filho, o Dr. Robert nos falou, se você não tivesse estancado o ferimento de Christian, ele poderia não ter sobrevivido, já que o corte foi muito grande. - fala enquanto me abraça. A Dra. me apresenta formalmente a sua família, Mia sua filha, que agradece e me abraça, em seguida o seu esposo Dr. Carrick, que me agradece formalmente com um aperto de mão. — Já chega de tanto drama, não acham, afinal acho que a Srta. Steele veio me visitar e não a vocês. - fala Christian com tom de deboche. Todos riem. — Acho que você já está melhor irmãozinho. - fala Mia ainda rindo. — Bom vamos tomar um café nós três, para deixá-los conversar um momento. Já volto filho! - Grace beija a testa do filho e se despede. Fico em silêncio alguns segundos após a saída deles. — Sr. Grey gostaria de me desculpar pelo que aconteceu, não foi minha intenção o Sr. deve saber, foi um acidente, sinto muito, assim como falei ao seu irmão, caso precise de algo, me procure estarei à disposição para ajudar. - entrego meu cartão a ele, que pega um tanto curioso. — Deve ficar mais atenta Srta. Steele, poderia estar morta a essa hora. Entregou o mesmo cartão ao meu irmão? - Como assim o que ele quer dizer? Penso. — Sim, me disponho a ajudar os dois. - Christian sorri, e faz uma careta de dor. — Aí. Só toma cuidado, meu irmão é um tanto conquistador. - ele fala e fico envergonhada corando. — Não fique com vergonha, fica linda com as afeições rubras dessa maneira. - estou vendo quem é o irmão conquistador, penso. Mudo de assunto, não me sinto bem com elogios, ainda mais de um homem. — Se sente melhor? - pergunto. — A medida do possível, pode me ajudar a colocar aquele travesseiro nas costas? - pergunta, e pego o travesseiro ajudando a colocar nas suas costas. Ele pega meu cabelo e cheira. — Tem um cheiro muito bom Srta. Steele! - Christian fala perto do meu ouvido. O que está acontecendo comigo? Sinto meu rosto esquentar, parece que meu corpo inteiro tomou um choque. Envergonhada, solto o meu braço de sua mão. — Bom já vou indo, qualquer coisa que precisar ligue. - não o deixo nem responder, só vejo que ele tem um semblante risonho, saio do quarto com vontade de sair correndo dali. Chegando a casa da minha mãe e da Sra. Sheila mãe de Kathy, conto tudo para minha mãe, choro em seu colo, estava precisando. Durmo com ela acariciando meus cabelos, como fazia quando era criança. Acordo assustada, estava tendo um sonho onde eu era atropelada, olho no meu celular já são 16h, tenho que ir para casa, estou sozinha no quarto, escuto algumas vozes, mas não entendo direito o que dizem, deve ser minha mãe e a Sra. Sheila. Arrumo meu cabelo, calço os sapatos e vou ao encontro da minha mãe para me despedir. Chego na cozinha encontro as duas sentadas na mesa, a Sra. Sheila com as mãos em cima da mão da minha mãe as duas se olhando fixamente, estranhei, mas não falei nada. Me despedi das duas e fui embora. Chegando em casa encontro Kate na cozinha fazendo um lanche, aproveito porque também estou com fome. — Oi! Tudo bem? - pergunto a Kathy que leva um susto. - No mundo da lua amiga! - rio. — Oi! Não só pensando. Onde você estava? - pergunta Kathy. — Fui visitar minha mãe, estava precisando de colo, sua mãe pediu para você ligar para ela. Kathy já percebeu como nossas mãe são próximas? - falo pensativa. — Ana não se culpe, não foi culpa sua, foi um acidente. E quanto as nossas mães, são tão amigas quanto nós, é hereditário Steele e Kavanagh terem afinidades. - fala enquanto se levanta e beija minha testa. Deve ser coisa da minha cabeça, foco Ana, foco. Achei Kathy um pouco estranha o restante do dia, pensativa e distraída o tempo todo, resolvi sondar, para saber o que houve com minha amiga. — Kathy o que houve, você está estranha, no mundo da lua. Me conta, estou aqui para te ajudar. - Kathy me olha desconfiada, mas resolve se abrir. — Sabe Ana o que tínhamos combinado de tentar sair com homens? Ah falando nisso o Ethan e o amigo dele ficaram esperando no sábado à noite no cinema e nós nem desmarcamos, ele ficou irado comigo, mas entendeu, afinal eu fui cobrir o turno dele. Mas então, eu estava pensando sobre o que conversamos, acho que devemos mesmo tentar sair com homens, deixar as coisas acontecerem. - fala ainda pensativa. — Porque você parece estar tão interessada agora? - pergunto curiosa. — Ana, sabe o Sr. Eliott? Desde quando fui vê-lo essa manhã, ele foi muito atencioso e gentil, me elogiava o tempo todo dizendo que eu era linda, conversamos, contei a ele que sou sua amiga, que foi um acidente, falei sobre sua limitação auditiva, mas o mais estranho foi quando ele me pediu para ajudá-lo a colocar o travesseiro em suas costas, me puxou pelo braço, cheirou o meu cabelo e disse que eu tinha um cheiro ótimo. Soltei meu braço sem graça me despedi e saí. Só que senti meu corpo inteiro tremer, nunca senti algo assim. - começo a rir, foi o mesmo que aconteceu comigo. Kathy fica sem entender minha risada e me belisca. — Aí! Kathy o irmão dele fez o mesmo comigo e tive sensações estranhas no meu corpo que nunca senti na vida. - falo ainda rindo e Kathy arregala os olhos. — Como assim? O mesmo truque do travesseiro? - olhamos uma para a outra e caímos na gargalhada novamente. — Eles não são muito criativos, não é? - Kathy fala com a mão na barriga e rindo. Só consigo concordar com ela com a cabeça, minha barriga dói de tanto rir. Porque estou rindo assim? Será felicidade por ele sentir atração por mim ou simplesmente não ser nada criativo? Meu Deus o que está havendo comigo? Ele é comprometido, não! Definitivamente não, minha tentativa será com outro homem e não com ele. Ficamos conversando e Kathy me falou que os dois ficarão em observação mais alguns dias, até estarem com o quadro instável. Falou também que eles terão que ser acompanhados por fisioterapeutas diariamente, para não ocorrer atrofiamento de membros, já que ficarão meses se recuperando das fraturas. Me levanto para tirar a mesa do lanche que fizemos, com as duas xícaras na mão, tropeço na mesinha de frutas da cozinha e derrubo as duas xícaras. — ANA! – grita Kathy. — Desculpe. – falo sem graça e Kathy me olha balançando a cabeça negativamente. Dias se passam, não tive mais coragem de voltar ao hospital, fiquei receosa de encontrar aquela velha louca namorada do Sr. Christian Grey. Não entendo como um homem tão bonito e jovem se envolveu com uma mulher tão m*l caráter? Percebe-se de longe que essa mulher não presta. Mas isso não é assunto meu. E outra ele deve ser um conquistador barato, assim como falou que o irmão dele é, esse pessoal rico, acha que pode usar quem tem menos condições. Mas confesso que nunca senti nada parecido como o que senti naquele dia quando ele pegou no meu braço e falou perto do meu ouvido. Kathy e eu combinamos de sair com Ethan e o amigo dele para irmos ao cinema, já que da última vez furamos com eles, combinamos também de não cair nas cantadas baratas dos irmãos Grey. Chego em casa após o trabalho e encontro Kathy fazendo as malas. — Oi! Vai viajar? - pergunto. — Não! É trabalho, fui escalada para ficar este mês para atender o Sr. Christian Grey com a fisioterapia, graças a Deus Ethan foi escalado para atender ao Sr. Eliott Grey. Eles vão precisar de fisioterapia intensiva, já que irão ficar meses em recuperação, Christian já pode usar a cadeira de rodas, Eliott ainda não, vai ficar de cama algumas semanas ainda. - Kathy fala e fico triste porque ficarei sozinha. — Mas você terá que dormir na casa do Sr. Grey? - pergunto confusa. — Exigência dos Srs. Grey, pagaram uma fortuna para serem atendidos com exclusividade. - fala exasperada. — Ok. Vou ficar com saudades. - digo me despedindo da minha amiga. — Ana qualquer coisa me liga, vou morrer de saudades. - se despede me abraçando e dando um beijo em minha bochecha. Vou tomar um banho demorado, já que esses dias tem sido de trabalho. Saio do banho ainda de toalha e coloco meu aparelho, já que não terei o apoio Kathy esses dias para me lembrar. Ouço meu celular chamar, pego na minha bolsa, 20 chamadas, mas o que é isso? Tem um número desconhecido e do Dr. Adam, estranho, saí do trabalho e não me disse nada. Retorno primeiro ao número desconhecido, chamando. — Alô Anastácia! Aqui é Christian Grey, porque não me atendeu antes? - meu corpo inteiro começa a tremer, o que ele quer ligando para mim?    
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD