Capìtulo 4

1779 Words
Helena Evelyn Os dias passaram, eu estava muito ansiosa e pensava se aceitava ou não a proposta da mulher que se chama Marcela, depois de muito pensar acabei ligando para ela e resolvi aceitar a proposta, estava sem grana e não poderia voltar de jeito nenhum para minha terra de mãos abanando. Ela me atendeu de forma educada e informei que havia aceitado a proposta, ela perguntou se eu tinha todos os documentos e respondi que os tinha, quer dizer não tinha passaporte e visto para ir para os Estados Unidos, imediatamente ela pediu meus dados e disse que iria providenciar tudo, questionei ainda sobre assinatura e foto, mas ela me tranquilizou dizendo que não precisava, eu agradeci e desligamos. Estava ansiosa para conhecer outro país, nem nos meus melhores sonhos pensei em conhecer os Estados Unidos, acho que vou ter um troço de tanta ansiedade, mas a vida é assim aparecem oportunidades maravilhosas sem ao menos esperar. Eu sei que devia avisar a minha família, até comentei com a Marcela, mas ela me aconselhou a contar quando chegasse aos Estados Unidos, ela me tranquilizou falando que ficaria em um lugar lindo e confortável. Nervosismo agora é meu nome e não sei se estou fazendo o certo em não avisar minha família, eu sei que eles ficariam preocupados e que vão brigar comigo quando contar, aposto que Leandro é quem vai brigar mais comigo, como ele sempre fez quando eu fazia alguma coisa errada. Dias depois Marcela me ligou e avisou que estava tudo pronto para nossa viagem, partiríamos no próximo sábado para os Estados Unidos, meu coração estava acelerado e eu estou sentindo uma angústia no meu peito. Será que fiz o certo ao aceitar essa proposta de emprego? Estou apavorada e com muito medo, com certeza meus pais me dariam uma boa bronca se soubessem de uma merda dessas. Já está tudo certo e não vou decepcionar Marcela, uma mulher gentil e outra, meu dinheiro acabou e não tenho nem como comer. Já tem um dia que não como nada e não tenho coragem de pedir para a dona da pensão um prato de comida, então só bebo água e como uns biscoitos. Preciso comer comida de verdade ou vou morrer e eu não quero morrer ainda, afinal sou muito jovem para isso, acabei de completar dezoito anos, quero trabalhar, juntar meu dinheiro e mudar a vida da minha família, esse é o meu verdadeiro sonho e o alcançarei seja no exterior ou em qualquer outro lugar. Eu vou conseguir, tenho força de vontade para trabalhar, pois trabalhei nas plantações desde meus quinze anos, então não tenho medo de trabalho pesado. Chegou o tão sonhado sábado, me despedi da dona da pensão e já tinha um carro super bonito e acredito que caro a minha espera. Fomos direto para o aeroporto de Guarulhos, chegando lá Marcela já estava à minha espera e como sempre muito elegante, onde vou trabalhar deve ser muito chique, preciso de roupas melhores, mas chegando lá eu vejo isso. Sei algumas palavras em inglês, até que não é tão difícil, nos últimos dias enquanto estava em casa sem fazer nada, busquei na internet cursos gratuitos de idiomas, procurei por inglês e estou fazendo desde então, passei praticamente todos os dias assistindo as aulas e anotando em uma agenda que dona Lurdes, a dona da pensão me deu. Não sei falar muito bem, mas aprendi um bocado de coisas, descobri que tenho muita facilidade para aprender tudo e isso me ajuda muito. Não paro de pensar se fiz a coisa certa aceitando esse trabalho que vou ganhar seis mil, gente é muita grana para quem nunca teve nada na vida e isso está me deixando extasiada. Inclusive já estou procurando uma linda casa com piscina para comprar para meus irmãos aproveitarem, eles são doidos para tomar banho de piscina ou ir à praia, eu mesma nunca tomei banho de mar, moramos muito longe das praias de Salvador... Pensando bem acho que uma casa próxima a praia seria maravilhoso, um sonho de consumo que vou realizar. Fizemos o check-in e Marcela me entregou os documentos, na hora nem prestei atenção, até que ela falou: — Mudei seu nome, pois não pode chegar nos Estados Unidos com seu nome verdadeiro. — Por quê? Eu gosto muito do meu nome, por que tenho que mudar o nome que meus pais me deram? — Calma, querida, seu nome será Valentina só por um tempo, depois você poderá usar o seu nome tranquilamente, não se preocupe. Pense apenas que ganhará muito dinheiro e vai poder fazer tudo que você quiser minha flor. Você é muito linda e logo vai até arrumar um namorado, aposto que vai amar os Estados Unidos, Valentina. — Será, Marcela? Eu só espero me acostumar, pelo menos quando chegarmos lá você me ajuda a abrir uma conta bancária? — É claro, minha linda pode deixar que vou te ajudar em tudo que precisar, eu sempre ajudo. Já arrumei emprego para outras garotas, elas amam seus trabalhos e você também vai gostar, é um trabalho bem tranquilo. — Ah, que bom, Marcela! Fico tão feliz com tudo isso, quero um bom trabalho e quero fazer faculdade de moda. — Ah, querida! Que lindo e trabalhando conosco, logo vai conseguir fazer uma boa faculdade. — Sabe eu não gostei por mudarem todo meu nome e porque mudou até a minha idade? Agora que vi aqui diz que tenho 25 anos, mas tenho apenas 18 anos. Poderia me explicar ou não entro nesse avião. Quando dei por mim estava sendo arrastada para dentro do avião a força por um homem que estava do meu lado e nem havia percebido, iria dar na cara dele e fazer um enorme escândalo, estava me preparando para isso quando ele me mostrou sua arma e tive que me manter quieta. Esse brutamonte foi bem grosso e agressivo, olhei bem na cara dele e só não quebrei sua cara, porque ele está armado e eu não quero morrer. Nenhum homem desgraçado coloca suas mãos imundas em mim! Onde fui me meter? O pior é que agora o avião está decolando e eu sendo ameaçada, se fizer escândalo, me matam. Maldita mulher se fingiu de boazinha o tempo todo e agora mostrou sua verdadeira face. — Para onde vamos mesmo? — perguntei. — Para os Estados Unidos, já falei. Agora fica aí bem quietinha. — Por que mudou meu nome para Valentina? — Valentina, parece mais chique para o cargo que você vai ter, calma querida, não tem nada demais mudar o nome e quando voltar para o Brasil poderá usar seu nome verdadeiro. A cretina voltou a ser boazinha outra vez, me chamando de querida e sendo educada. — Não precisa ficar desconfiada — falou tentando passar segurança, só que não sei se acredito nela. Olho para trás e o homem atrás da gente me dá arrepios. Já estive com homens iguais a ele que querem me fazer m*l e até agora graças a Deus nenhum conseguiu o que queria… — Pense só no quanto de dinheiro vai ganhar, você falou que quer dar uma vida melhor para a sua família. Então só pense que você terá essa grana para dar o que quiser para sua família. Isso ela estava certa e eu apenas penso nisso, para dar o melhor para minha família. Será que esse lugar vai me dar tanta grana assim? Estava desconfiada e estou fingindo acreditar na bondade dessa loira falsa, mas estou é com vontade de dar muito na cara dela. Acabei cochilando e quando dei por mim já estava no aeroporto dos Estados Unidos, ainda bem que tem alguém comigo, se não sem dúvida eu me perderia aqui. — Pronto, querida, chegamos. Descemos do avião, o brutamontes estava ao meu lado e na saída tinha outro carro chique nos esperando, fui olhando tudo pelo caminho e gravando alguns nomes que eu via, a cidade era realmente linda. Chegamos em um lugar que parecia ser um bairro de gente rica e entramos em uma espécie de boate, acho que era isso, mesmo nunca tendo ido em uma. — Onde estamos? — Onde você vai morar e fazer a gente ganhar muita grana — falou com sua cara cínica. Quando ela falou isso, aproveitei da distração do homem, dei um tapa na cara da bandida e sai correndo, eles correram atrás de mim e me escondi atrás de um carro que estava parado, quando percebi que tinha os despistados voltei a correr, um dos seguranças ainda me viram e foi atrás de mim, mas eu estava longe e não conseguiram me alcançar, graças a Deus. Agora imagina trabalhar em sei lá o que para essas pessoas ruins? O pior que estou aqui sem um centavo no bolso, sem conhecer ninguém e muito fodida, l*******e! O que eu vou fazer da minha vida em um lugar que não conheço? Estava tão cansada e com muita fome sem saber onde fica nada. Como vou ficar em algum lugar sem grana? E o pior nem sei onde estou... Que merda e agora para piorar estou sem meus documentos verdadeiros, mas ainda bem que estou com a bolsa e com os documentos falsos, se a polícia me pegar e desconfiar que são falsos vou ser presa e estarei ferrada. Maldita loira quando eu topar com ela, vou bater tanto no seu rosto que ela vai se arrepender de ter nascido. Me enganou com esse papinho de secretária com um salário de seis mil reais... Como dizem quando a esmola é demais, o santo desconfia. Estava andando sem destino, passei por uma praça e me sentei, fiquei ali até anoitecer, mas e se aparecer um louco? Merda! Por que não fiquei na Bahia? Todos devem estar preocupados comigo e isso tudo é um pesadelo! Me deitei e acabei dormindo, horas depois acordei desnorteada sem saber onde estava, olhei para os lados até que a ficha caiu. Estou perdida e com minha barriga roncando. Droga! Onde eu estou tem muitos prédios, se eu pedir comida, café ou pão será que eles me dão um pouco de comida para comer. De repente me aparece um senhor muito bonito e diz: — Vi que dormiu aqui desde ontem. Para ajudar, ele falava minha língua e minha antenas ficaram ligadas, será que ele faz parte do pessoal da Marcela? — Quem é o senhor? — Eu sou dono de uma empresa de modelos. — Como é? Acho que esse coroa só pode estar muito doido, ele diz que é dono de uma agência de modelos. Meu Deus isso não pode ser verdade! Será que estou em um sonho?
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