Capítulo 1

1510 Words
DUAS SEMANAS ANTES... Acredito que todo mundo em algum momento da vida, tenha uma fase ruiim, um dia ruiim, uma semana ruiim, a porraa de um mês ruiim, mas eu, estava vivendo um período cagado. — Demitida senhor Arthur?! — pergunto ainda não acreditando no papel que está nas minhas mãos. — Sim Agnes. Corte de despesas — o velho safado a minha frente, encolhe os ombros e olha para o chão. Enquanto mente para mim com a cara mais deslavada. — Corte de despesas! Sei! O problema é que o senhor ficou arrastando sua asa caída e depenada para cima de mim, e a vaca da Crislaine pediu a minha cabeça — o velho arregala os olhos com a minha declaração — pode avisar a ela, que não tenho intenção nenhuma de virar mona de aqué, mas se um dia acontecer não será com um caquético pão duro feito o senhor. Tirei meu avental e taquei em cima dele. Putaa da vida, cheia de raiva. Vim andando pelas ruas indignada com aquela situação e preocupada com meus próximos dias. Ao menos senhor Arthur irá pagar minha rescisão na semana que vem. Com o dinheiro poderei me livrar do agiota. O emprego de auxiliar de cozinha na pensão comidinha, está bem longe de ser o trabalho de chefe de cozinha que almejo em algum bistrô carioca. Mas era com ele que levava o sustento para casa. Realmente as coisas não estão boas para mim, desempregada, com minha mãe no hospital, colégio do Lucas atrasado e devendo a “Deus e o mundo.” Por falar em mãe, até eu arrumar outro trampo vou poder passar mais tempo com ela. Quem sabe fazer uma pressão naquele maldito hospital para que a opere logo. Essa é a parte boa. Chego em casa e tomo um banho para me livrar da Inhaca de gordura. Depois de me arrumar, separo o material da aula. Do hospital vou direto para faculdade. Já estava de saída quando ouço o barulho da porta se abrindo. Quem entra.na minha sala é o pecado em forma de homem.. Renan meu noivo é tipo de bofe odara. A pele morena jambo, o corpo perfeito, os dentes brancos alinhados. Aquela barriga trincada... — O que você está fazendo em casa a essa hora? — sem reservas ele me questiona. — Fui dispensada da Comidinha — afirmo com desânimo. — Que isso bebê! E agora como a gente fica? — Ele disse a gente? Que eu saiba sou eu a desempregada. — Renan você precisa arrumar um emprego. Você quer casar comigo, mas não adquire responsabilidade. — Não perco tempo de chamá-lo para a realidade. — Relaxa bebê! Semana que vem vai um olheiro lá na base da várzea. Eu estou sentindo que dessa vez vão me descobrir. — Amor você já tem 23 anos, está velho para ser a revelação do futebol. Está na hora de arrumar um emprego de verdade. Aliás já passou. — Mais sincera que isso, só se eu chamar ele de iludido. Meu noivo desliza mão dele pelo meu corpo e depois dar um tapa na minha odara. — Bebê não faz assim, logo logo vou poder lhe tratar que nem rainha. — Não precisa de tanto Renan. Eu só quero o básico. Que você trabalhe e caminhe do meu lado.— É no mínimo o que se espera de um casal e urgentemente Renan precisava entender isso Sai de casa o deixando lá, ainda pude vê-lo declinar o sofá e pegar o controle da TV. Sou apaixonada pelo meu namorado, mas alguns atos dele me entristecem. Eu não sei se vejo a vida pesada demais, ou se ele que vê extremamente leve. ????? ⏳????? Minha mãe está a quase três meses internada esperando para ser operada com fraturas no fêmur, tíbia e bacia. Tudo proveniente de um maldito tombo de escadas. Para ajudar nas despesas, ela trabalhava fazendo b***s lavando escadas de prédios de gente metida a granfino. Aí dá para imaginar o que aconteceu, em um dia com pouca sorte, a coroa desabou dois rolls de escada a baixo, no que gerou múltiplas fraturas. Logo ao me ver chegar, dona Virgínia do seu leito abriu um belo sorriso. Ao reparar a luz vespertina que adentrava a janela, seu sorriso foi aos poucos dissipando. — Mandada embora do trabalho? — fez pergunta na qual já sabia a resposta. — Não — menti na cara de paau.— Meu chefe me deu o dia de folga. — Para agora Agnes! Estou com alguns ossos inferiores quebrados, não estou senil. Aquele velho sem vergonha do Arthur m*l dar a folga de direito do empregado, imagina se irá dar extra — ela resmunga. — Está bem vai, aquele velho safado, me deu sim um pé bem grande na minha odara — dou um longo suspiro — só não queria preocupar a senhora. — E agora como o colégio do seu irmão será p**o? — Está vendo? Por isso não queria lhe contar. Se acalma mãe vou conseguir outro trampo, o colégio do Luquinhas será p**o. Ainda tenho minhas contas trabalhistas a receber. Se preocupa com a senhora, com a sua saúde. Deixa que em casa eu resolvo. Não se tratava de pagar a escola um valor exorbitante, já que Lucas é bolsista. Era apenas 10% do valor do internato. Meu pai era semi analfabeto e tudo o que ele queria era que Lucas e eu tivesse um destino diferente. — Você fala como se fosse fácil, além das minhas contas e das suas ainda tem aquele encosto do Renan. Se livra desse homem filha. — Mãe o Renan é problema meu, não comece com a sua implicância. — Eu não vou falar é mais nada — profere com um tom de advertência. — Tá bom mãe, tenho de ir agora. Daqui a pouco ė o horário da faculdade. Antes vou passar na assistente social, para saber se já tem uma previsão de cirurgia. — Tudo bem — ela me olha com ternura — obrigada por tudo filha. — Não tem o que agradecer mãe. A senhora merece o melhor de mim. Sai da enfermaria, após lhe dar um beijo na testa e fazer um carinho no rosto. Agora iria até o fim do corredor, falar com a assistente social pressionar para saber quando essa maldita prótese chega. ⏳ Alguns discente, vão para aula desanimados por conta do ritmo puxado. Eu não. Amo meu curso de gastronomia. Essa sempre foi minha vocação. Aprendi a arte de cozinhar bem pequena com a Vovó Silene. Ela não era minha avó de verdade, mas foi uma pessoa que ajudou ao meu pai e ele a chamava de mãe. Vovó Silene faleceu antes do meu pai e seus filhos fecharam o restaurante que ela tinha. Me desestressa, e me encho de esperança em ter um futuro melhor. Cheguei a faculdade e adorava o clima Na PUC Rio tem alguns pobres como eu, que entram através de bolsas, entretanto a grande maioria aqui é endinheirado. Ao final das aulas dou uma paradinha para conversar com a Yasmin em um barzinho de esquina. Minha amiga é uma loiraça dessas de parar o trânsito. Claro que é loira de farmácia, dessas que o cabelinho de baixo é preto. Mas era lindíssima. — Mona já te disse que você tá passando perrengue por que quer. — Lá vem ela e seus conselhos. — Na boa não te julgo. Mas não tenta me encorajar a virar vagaba de luxo que não vai rolar. — Como você é boba. Só gente da alta nesse aplicativo, e você ainda tem uma parte preservada que pode ser leiloada no meu dessa rabeta empinada que tem — Meu edí! Ficou louca se acha que vou perder minhas pregas por aqué. — Não mesmo, tinha minha convicção. — Desaquenda dessa história — a advirto — Meu edí está guardado e lacrado, para quando o Renan casar comigo. — Trouxa! Como você é burrinha e iludida. E por falar no traste, ele pagou a parte dele do agiota? — Não né! Renan tem esse problema. Mas vou falar com ele que vou quitar minha dívida com o Trocacem, portanto ele terá de arrumar a parte dele. — Vai sonhando que esse aproveitador vai pagar. Vai acabar como sempre sobrando para ti. Já vi esse filme repetidas vezes nos últimos meses. No cinema ele está sem dinheiro, no barzinho também, no motel é você quem paga. Em compensação ele anda por aí igual a um outdoor de marcas caras, como todo pobre que gosta de aparecer. — Você é igual a minha mãe, que implicância! Renan também não é esse monstro. Vou falar com ele e tudo ficará certo. Você vai ver. — Claro, você é a namorada dele e o conhece melhor que ninguém. Quem sou eu para dizer ao contrário. Yasmin discorre as palavras na minha face com um sarcasmo aparente. Me recuso a crer que ela possa ter razão. Sei que meu bofinho me ama acima de tudo.
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