Capítulo 5

936 Words
Alfa Romeo... Quando o alvo se hospeda na cobertura, ele se isola de todo o hotel e facilita muito o meu trabalho. Não preciso criar grandes estratégias que me levem com mais facilidade até o moribundo. Qualquer quarto abaixo, me deixa aonde a pessoa se encontra. Proteger a imagem com segurança requer um cuidado minucioso. Além da roupa toda preta, da touca ninja, uso óculos bastante escuro, não deixo nenhuma lembrança minha a ninguém. Meu trabalho pode ser visto por muitos como execrável, entretanto para mim é um ofício como qualquer outro. Eu mato gente! Mato por necessidade e dinheiro. Como os donos de abatedouros matam animais. Ou os engenheiros civis acabando com a botânica do planeta. A diferença de mim para eles, é que eu extermino a espécie de menor valor no mundo. A humana! Mesmo assim não sinto orgulho por isso, mas também não tenho remorsos. Tudo bem! Tenho o tal código de ética. Para aceitar o serviço, o contratante tem que me mostrar bem mais do que dinheiro e seus motivos pessoais, para que aceite o trabalho. Resumindo, o alvo tem que não prestar. E como já havia dito, a raça humana é a pior espécie que existe. Fácil encontrar gente com histórico condenável. "Maurício Farias Ministro da Economia. No último mandato roubou 1 bilhão da saúde, com esse desvio de verbas, matou mais gente no Brasil do que Saddam no Iraque." O alvo desse serviço é alguém importante, se for o tipo de homem que teme muito pela vida, provavelmente terei bastante trabalho, pois seguranças estarão com ele dentro do quarto. Enquanto o senhor ministro cumpria sua agenda no Rio de Janeiro, entrei na cobertura e preparei para que tudo saia como planejado. Eu nunca erro! Já me encontrava dentro do recinto, mesmo antes do alvo chegar. Pude ver pelo sistema, que um segurança ficaria com ele lá fora, enquanto o outro faria a revista do ambiente, e em um jogo de gato e rato o brutamontes entrava por uma porta e eu saia a passos leves pela outra. A revista dele não foi lá das melhores, na verdade foi uma porcaria, erro clássico de rotina. Faz diariamente a mesma coisa e nunca se surpreende, acaba achando que sempre será assim. O que faz dele um i*****l. Muito músculo e pouco cérebro! Logo após o segurança deixar o recinto e se juntar ao outro brutamontes do lado de fora, abri o celular com a câmera que instalei no local, fiquei no aguardo observando a situação. Tinha que esperar o serviço de quarto que o quase defunto solicitou, assim evitar surpresas. Além de executar o homem, tenho que pegar algo que interfere direto na segurança nacional. Enquanto o ministro se despia, a campainha ressoava, obviamente o serviço de quarto. Os minutos finais deste assassino ladrão, estão contados. Pelo celular vejo o cumim empurrar o carrinho com a prataria para dentro do quarto, pelo ângulo até onde a câmera pega, é certo que se dirigiu a mesa da varanda, onde o homem pretende jantar. Não tinha o porque de ser benévolo e deixá-lo fazer a última refeição, ajudou a matar muita gente, o mandaria para o além naquele momento. Cuidadosamente, puxei a pistola do coldre e pus o silenciador, quando meti a mão na maçaneta, a campainha ressoou novamente. Abri o celular, precisava ver quem era a pessoa que atrapalhava aquele momento. Sorrindo e todo galante o ministro abriu a porta dando passagem para mulher entrar. Roupa vulgar e andar de cobra indiana, entregava. Era uma prostituta. Agora tenho que apelar para sorte, que o homem seja como um g**o e acabe tudo em três minutos. Eles conversam, riem. Ele recebe uma ligação vai atender da varanda, enquanto ela bebe. Ele volta, dar a mulher um maço de dinheiro, caneta e um pedaço de papel, ela anota alguma coisa e ele guarda o papel. Neste momento parece que farei o pior voyeur de toda minha vida, não por ela que está se despindo, mesmo pelo celular dá para ver suas que formas sinuosas são um convite para qualquer homem. Olhando a tela do aparelho recebo a mensagem da Limousine. Já sabia que era problema. "Alfa Romeo tem 20 minutos para executar o serviço. Interceptamos uma conversa do alvo e tem alguém indo para aí buscar o micro." "Droga! Ele está com civil" contestei. "Dane-se! Sabe muito bem o que tem de fazer, nada de testemunhas" . "Não mato pessoas inocentes, sabe disso." "Impacto Colateral meu caro, sempre existe em situações críticas, agora só tem 18 minutos" Fechei o aplicativo de mensagem com raiva, porém infelizmente Limousine estava certa e terei de matar a moça. Sai do quarto com a arma em punho na altura do peito, a cena na minha frente não era muito agradável. O ministro tinha as nádegas expostas, brancas, flácidas e esburacadas. O alvo estava em pé nu a minha frente, enquanto a mulher se encontrava de quatro na cama a frente dele, com o homem tentando invadi-la por trás. No exato momento que iria conseguir, acabei com a alegria dele. Apertei o gatilho na nuca a queima roupa. Arma de calibre potente, abriu um buraco que transpassou para o outro lado, espirrando miolo e sangue na cabeceira da cama e no corpo nu da mulher. Agora tinha chegado a vez dela, se virou jogando o corpo do ministro no chão, seu espanto era total, o medo e a surpresa que sentira naquele momento parecia quase que palpável. Minha mão estava no gatilho e a arma em riste, mirada ao centro da testa dela, mas não. Não poderia matar aquela jovem.
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