Vinícius narrando:
Novamente me peguei pensando naquele dia, o dia em que a mulher da minha vida se foi e tudo por pura ganância minha.
Olho pra Karen que me tirou das minhas lembranças.
- O que foi agora, Karen? me deixa, p***a, saí da minha bota. - encarei ela irritado.
- Já passou um ano e todo santo dia você pensa nela. Você esta comigo e continua pensando nela, noite passada na hora em que era pra você me chamar, você chamou por ela, me chamou pelo nome daquela v***a. - A Karen falou e eu respirei fundo, peguei ar mesmo.
- Papo reto pra tu, esquece ela. - falei apontando o dedo na cara dela. - a próxima vez que tu xingar ela a parada vai ficar f**a pra tu! Se liga, garota, sem k.o nenhum. - falei e dei uns tapinhas na cara dela.
- Você esta comigo e quer que eu aceite você me chamando pelo nome de outra. - Falou séria, me encarando.
- p***a!! Saí daqui agora, mete o pé. Se você ficar aqui eu vou te comer na p*****a. - Mandei e apontei pra porta.
- Aposto que você nunca levantou a mão pra ela. - falou e saiu do quarto batendo a porta.
Abusada pra c*****o. Saí do meu quarto e fui pro quarto do meu pivete.
Entrei e parei na beirada do berço, fiquei encarando o quarto, era pra ser do meu filho com a Yanca.
A gente era tão louco que mesmo sem ela estar grávida, montamos o quarto e mesmo depois de mudar de casa trouxe todas as coisas pra cá.
Tava vazio e era pra ter meu filho ali, junto com a Yanca. Mas eu fodi e acabei com a p***a toda.
Sai do quarto, passei a chave e joguei dentro do meu bolso.
Nem comi nada, peguei minha moto e arrastei pra boca.
Já avistei o Dedé, junto com o BigBig.
Sentei lá e comecei a conversar com eles.
Assim que o BigBig saiu pra, ir na outra boca, o Dedé ficou me ensaiando pra falar comigo.
- Fala logo, p***a. Eu mordo não c*****o, pelo menos não mordo tu.- falei zoando e ele me olhou sério.
- Eu tô ligado. Mas ai, tu pensa o que sobre pegar ex de parceiro? - perguntou e eu o olhei sem entender. - Só pra saber mermo, só curiosidade. - Explicou e eu continuei encarando ele.
- Depende, pô, depende de quem é a mina. Depende se o parceiro ainda gosta da mina, depende de cada um, mano. EU acho feião, mulher de amigo tem que ser homem. - falei sincero.
- Pode crê, é isso ai mesmo. Mas tu sente alguma parada pela tua ex? e se alguém daqui se envolvesse com ela.
- Qual foi, essas perguntas é pra que mesmo? eu tô gostando do rumo dessa conversa não. - falei sério.
- Nada pô, tava só perguntando, puxando papo. - Falou rápido e eu balancei a cabeça.
- Papo retão, se eu pego um filho da p**a traíra desse, eu mato. Pra mim não tem isso não. - falei encarando ele.
Ele entendeu o recado, que só concordou e saiu rapidinho.
Adorei esse papo, né? aquela filha da p**a que pense. Eu chamo ela ainda hoje, quero ver como é essa história.
Amigo que é amigo não pega, nem mesmo se eu só tivesse gostado dela, mesmo sem ter tido nada com ela.
Fiquei o dia todo na boca com os caras e uma putas lá.
Quando deu 19:00 fui pra casa.
Tomei banho, deitei na cama de toalha e a Karen me olhou e saiu do quarto, peguei meu celular e fui lá no Face da Yanca.
Só vou pesquisar pra ver. Desde aquele dia esse é o único modo em que eu vejo ela, através de fotos.
De cara, já vi uma foto maneira, mas tava mostrando demais. Ela tinha acabado de postar.
Yanca Hummer.
A melhor liberdade é quando você se livra do que te faz m*l.
Vi o comentário de um cara na foto, cheio de gracinha e de liberdade.
Peguei meu radinho e chamei o BigBig.
- BigBig, entra no face da Yanca.
_pronto. Já tô aqui já.
- na primeira foto, eu quero que tu ache o filho da p**a que comentou. É um tal de Gabriel Santana, quero ele amanhã lá no barraco da 15.
_ demoro, amanhã ele tá lá.
Filha da p**a, cheio de macho atrás dela.
- v***a, esse filho da p**a vai se f***r na minha mão. - gritei irritado.
- Quando comentam na minha foto você não faz isso. - falou de braços cruzados.
- p***a, vai ser insegura na p**a que pariu. Eu tô contigo, p***a. Se eu quisesse ela, não teria te assumido em uma semana, o que eu não fiz com ela nem em três anos. Vem aqui! - falei me sentando e ela sentou na minha perna. - deixa de fogo, p***a, me da um beijo, gata. - falei e ela sorriu me beijando.
- Por que você se importa tanto com ela? - perguntou e fungou no meu pescoço.
- Eu não me importo não, quero até que morra. Só não gosto de ser enganado. Mas esquece, deixa ela, eu tô contigo, minha gatona. - falei e joguei ela na cama e já fui pra cima dela.
- Me diz uma coisa. - falou me soltando e saiu de baixo de mim.
- Agora?- perguntei e ela concordou. - que foi?
- Como você conheceu ela, como foi tudo entre vocês?
- Não é tu que não gosta dela? tá com esse papo por quê? - Falei e de um beijo no pescoço dela.
- Eu quero saber, me fala. - Pediu outra vez.
- Conheci ela quando tinha 15 anos, na porta do Colégio dela. Nós ficamos juntos, até que o coroa dela empatou e mandou ela decidir e ela veio morar comigo. - Pausa - No começo foi f**a, passamos por vários momentos ruins e mesmo assim ela preferiu a mim, do que a vida luxuosa que tinha. Eu fui crescendo aqui dentro, ganhei conceito e comecei a frequentar as festas da facção. Até que comecei a comandar tudo isso, ela sempre tava comigo, mas eu vacilei com ela e não me arrependi, não me expliquei com ela. Ela queria que eu ao menos negasse e eu sabia disso, mas eu tinha feito mesmo p***a e ainda tirei onda com a cara dela, tirei onda pra c*****o. - Falei e parei um pouco lembrando de tudo. - começaram a comentar sobre meus atos aqui na favela e um dia eu cheguei lá na outra casa, ela tava sentada encarando a porta e me entregou uma peça de roupas minha, que ela mesma tinha me dado. As roupas estavam juntos com umas fotos e ela me pediu explicação, eu tirei sarro mesmo, tirei onda quando ela disse que iria embora, achei que ela fosse voltar, mas ela não voltou e agora eu tô contigo p***a. - falei e a ela sorriu.
- Então ela não é uma v***a qualquer. - Falou pensativa.
- Até aquele dia não era, hoje em dia eu já não sei, não falo com ela e nem nunca mais vi ela. - falei a verdade.
- Entendi, então o errado de tudo foi você. Tu nunca amou ela. - falou me encarando.
- Lógico que amei, pô. Amei muito mesmo. - Falei sério e já perdendo a paciência.
- Mentira, é mentira e você sabe disso. Quem ama não traí, você podia se sentir atraído por ela, mas amor não, isso nunca foi. -
- tá falando isso por quê mesmo? eu amava sim, só eu sei o que eu sentia. - Falei puto e levantei.
- Você enganou ela tão bem que começou a acreditar na própria mentira. - Falou me analisando.
- Tu cala a tua boca, você não sabe de nada. - falei segurando ela pelo pescoço.
Apertei por um bom tempo e quando ela estava toda roxa soltei.
Acordei rápido e vi a Karen me encarando sem me falar nada.
(...)
Acordei e já saí de casa, fui direto pra casinha da 15 porque eu sabia que o BigBig não ia vacilar.
Entrei e já dei de cara com o filho da p**a amarrado e com o rosto um pouco roxo.
- Tá ligado quem sou eu, né? Eu quero te conhecer, pô, mas antes me diz uma coisa, como tá a Yanca? - Perguntei e arrumei meu bigode.
- Tô lembrando de você. - Falou me analisando e eu sorri quando ele mostrou que tinha lembrado - Tu que é o ex filha da p**a da Yanca, né? - Perguntou sério.
- Hum, ela falou de mim. - ri sarcástico. - como ela tá?
- Mais gostosa do que quando saiu daqui. - Falou sério.
- Folgado você, né? acontece que eu quem mando aqui. - Abri um sorriso falso.
Fui até a mesinha e peguei o alicate.
- Eu não gosto de ser tirado pra o****o. - falei e peguei a mão dele, já tirando dois pedaços do dedo dele.
(...)
- Dedé, manda ele pro forno. Tá quase morto e eu quero ele no fogo ainda vivo. - saí de lá e fui pra outra casa. A que eu morava com a Yanca, tomei banho, saí de lá e fui pra boca.
(...)
- Eu não perguntei. Eu quero e vou falar com ele. - ouvi alguém gritando.
A porta foi aberta e vi o AL entrando.
- Ô patrão, a Ya... tem uma mina ai querendo falar com tu. - Falou mas dava pra ver que ele estava com um receio.
- Deixa entrar, mas fica na porta com mais dois. - falei e ele concordou.
Ele saiu e é só vi um vulto batendo a porta.
- Qual é o seu problema? você matou ele, você matou ele! - A Yanca gritou nervosa.
Olhei ela de cima a baixo, mais gostosa do que nunca.
- Primeiro, não grita e segundo não se meta na minha vida ou nos assuntos da minha favela. - Falei sério.
- Eu quero que você e a p***a desse morro todo vá tomar no cu. Eu só quero saber o porquê de você ter matado o Gabriel. - Pausa - O Dedé me falou, e eu te odeio, meu deus, como eu te odeio. - Falou e riu - Minha vida estava ótima, eu tinha ate esquecido dessa época da minha vida e você decidiu renascer das cinzas.
- Você quem veio me procurar. Eu tava no meu canto, mas já que está aqui, me diz uma coisa. - Pedi e levantei - Tu tá dando pro Dedé? - perguntei encarando ela.
- Pra quem eu dou ou deixo de dar não é da sua conta, olha... eu vou embora porque já percebi que está pior do que nunca. - falou me encarando com nojo.
Quando eu ia responder fui interrompido.
- Vini, eu vou.. - entrou falando mas parou quando viu a Yanca. - Ai meu Deus, é você mesmo! Sua p*****a, mudou de número e esqueceu de mim.
- Me desculpa, amiga. - Pediu olhando pra Larissa mas me olhou de canto. - É porque foi tudo muito rápido e eu precisava botar um fim em tudo que aconteceu aqui.- falou e me olhou.
- Sim, eu sei. Vamos lá em casa, a gente precisa botar o papo em dia. - falou e ia sair arrastando a Yanca.
- O que tu queria comigo? - Perguntei pra Larissa.
- Eu.. esquece, depois eu falo contigo. Agora vou falar com minha amiga que me abandonou.
- Vamos fazer assim, eu vou pra casa e qualquer dia você vai lá, eu não quero ficar aqui. - falou olhando atenta pra Larissa.
- Na.. nada disso, eu vou pra minha casa junto com a senhorita. - A Larissa falou séria e grudou na mão da Yanca.
- Ai patrão, o CJ chegou ai e disse que a guerra tá armada. - entrou já falando e depois que viu as meninas ali.
- Dedé. - Olhou pra ele e abriu um sorriso.
- Ai, vaza todo mundo da minha sala. - Mandei sério observando os dois.
A Larissa saiu primeiro, o Dedé atrás dela e a Yanca me encarou por um tempo, olhando dentro dos meus olhos como fazia antes, sempre que queria alguma resposta.
E depois saiu também.
Porra, p***a, p***a, essa v***a voltou. Voltou e veio me atormentar, eu tô ligado porque conheço ela muito bem, e ela vai atormentar minha mente.