Episódio 1
Mia Recém formada em jornalismo, estagiária de um jornal local, terá que realizar uma matéria para testar suas habilidades e só depois ser efetivada.
O problema, e o maior empecilho é não se apaixonar pelo entrevistado.
( Os personagens são apenas para atiças a imaginação, mas podem imaginar eles da forma que se sentirem mais confortáveis)
Lúcifer, comandante geral 32 anos e não gosta nada da imprensa na comunidade.
Mia Narrando,
Crescer em uma família desestruturada é bem complicado, mas nem sempre foi assim, meus pais eram amorosos e trabalhadores, a casa vivia arrumada e sempre fazíamos as refeições juntos, meu pai era bombeiro concursado e recebia muito bem, minha mãe era socia de uma loja bastante conhecida na cidade, mas quando tudo isso desmoronou eu realmente não sei, meu pai que bebia apenas no final semana começou a beber durante a semana todos os dias, minha mãe que ia ao carteado com as amigas no final de semana passou a ir durante a semana, e a jogar outros jogos, uma aposta aqui e outra ali não era nada fora do normal, até virar um vício, as bebida do papai começaram a fazer com que ele chegasse em casa atordoado gritando e quebrando as coisas, quando dei por mim no auge da adolescência vi meu pai se torna um alcoólatra e minha mãe uma viciada em jogos de aposta, o dinheiro que eu ganhava quando comecei a trabalhar precisava ser escondido pois se eles acharem não deixariam nada. Quando entrei para a faculdade eu me desdobrava para manter a casa e os estudos, por muitas vezes pensei em desistir mas conseguir ir até o fim, me formei e hoje trabalho em um jornal local, ainda não sou efetivada pois para eles eu preciso de uma matéria que cause impacto.
E eles me deram a matéria sobre o tráfico local, há uma comunidade aqui perto e o índice de criminalidade lá é muito alta, até mesmo a polícia não sobe lá quem dirá a imprensa, e o que eu vou fazer lá, atrás da minha morte talvez, mas eu preciso dessa matéria, aluguei uma casa lá, vou observar tudo que puder, escrevo a matéria e me mando antes dela ser publicada, tenho tudo planejado mas não n**o que também tenho medo, o chefe como eles falam é alguém bastante procurado, dizem que é muito r**m e sempre faz grandes torturas com as vítimas, se eu conseguir uma foto dele exclusiva será um sucesso.
E com toda certeza eu serei efetivada.
Já era oito da noite quando eu fui liberada para subir a comunidade, a segurança aqui realmente é forte, há rapazes que andam com muitas armas a mostra, o cheiro de maconha é bem evidente e há muitas jovens no meio, umas fumando outras se pegando, há muitas crianças nas ruas vendo tudo isso, não sei como funcionam as coisas em outras comunidades, mas eu acho que alguma coisa deveria ser feito, as crianças pequenas não deveriam ver os caras armados dessa forma.
Quando cheguei na casa, por sorte era mobiliada, mas era um ovo se eu deve uma volta no mesmo lugar eu via tudo aqui dentro, mas como ficaria pouco tempo eu não me importei, da janela do quarto dava para ver uma casa aonde ficava muitos rapazes armados na porta, eu logo coloquei meu Celular no silencioso, e tirei o flash, tirei algumas fotos e guardei no álbum de segurança com senha que eu tinha no celular, no bloco de notas da mesma pasta eu fiz algumas anotações, organizei as minhas coisas e sai para comprar algo para comer, sempre muito atenta observando tudo ao meu redor, alguns me cumprimentavam outros me olhavam com superioridade mas eu não podia debater e nem arrumar confusão, ser imparcial seria a solução.
No máximo um mês eu iria ter a matéria dos sonhos.
A lanchonete parecia o ponto de encontro, muitas risadas tomavam conta do lugar e alguns gritos histéricos também, porém de repente se formou um silêncio e parecia constrangedor até mesmo olhar para cima, mas eu não sabia o que estava acontecendo e então olhei para entrada da lanchonete, lá estava ele o tal chefe, com uma cara fechada sem falar com ninguém sentou em uma mesa ao lado da minha pois estava no fundo e os caras que estava com ele fizeram o mesmo, aos poucos a conversa voltou a circular o lugar e eu só observava com cautela, meu lanche pediu e eu fui comendo devagar, mas sentia que estava sendo observada a todo momento, mas não olharia pro lado nem que me pagasse.
Quando acabei de comer paguei a conta e sai dali, nem percebi que prendia o ar até sentir necessidade de respirar, era uma sensação estranha e um medo, pois eu tinha plena consciência que tudo poderia sair como planejado, mas também tudo poderia dar errado.
E se isso acontecer eu iria para sete palmos debaixo da terra, e sem direito a controvérsia.