Tudo faz sentido

1333 Words
Breno Narrando Oliver bancou o maluco pra cima de geral, cê é louco. Ele quer um baile pïca, de outra dimensão, e bota nós pra fazer os corre, cüzão. Fiquei bolado e botei mó galera pra fazer a minha parte. — Qualé, irmão, tá de tiração pô? Eu sou Sub desse caralhø, sou teu empregado não — falei boladão. — Desculpa aí, mano, me empolguei — Oliver falou sorrindo. Mostrei o dedo do meio pra ele. Saí do escritório bolado e fui providenciar as bebidas, isso eu faço questão de fazer. Só boto do que eu gosto, mesmo bebendo só no camarote. Depois de pagar o malote na distribuidora, mandei levar pro campo, e lá os moleque vão fazer o abastecimento. Passei na casa da Morena, mas ela não tava, foi pro salão. Almocei no bar, tomando aquela cerva da boa com os moleque, a gente tava na gastação e pá, quando chegaram umas marmitas daquelas bem oferecidas. Já fechei a cara, não quero cota com essas n**a, tô de boa, quero treta não, fi. Tive uma noite daquelas, saí da casa da gata e o dia já tava amanhecendo. Vou cortar essa vibe? Não mesmo. — E aí, BN, quanto tempo? — falou a Jacy, irmã da Jennifer. — Fala, Jacy, nem faz tanto tempo assim, a última vez que a gente se viu tu tava levando uma surra da mulher do Tizil, acho que foi semana passada — dei o papo já na gastação. Os moleque entraram na zoeira. Ela só faltou cuspir fogo, dragão do caralhø. Saí fora, cü de grilo. Terminei de comer, paguei a conta e voltei pra boca. Depois fui dar um baque pela quebrada, ver se as ordens do meu irmão estavam sendo cumpridas. Ele mandou fechar todos os bairros: restaurante, lanchonete, tudo que vende bebida. Hoje o consumo é só lá no baile. Depois passei na casa da Alice, ela já tava em casa com aquele cabelão lindo, as unhas feitas, perfeita demais, minha mulher. — Sai daqui de madrugada, e tu não falou nada que ia pro salão — falei só pra jogar conversa fora mesmo. — Eu esqueci de falar, mas acho que você não se importa com isso, não é? — ela perguntou, me encarando. Alice estava com os braços em volta do meu pescoço enquanto as minhas mãos apalpavam sua cintura perfeita. — Claro que não, minha gata, você pode ir e fazer o que quiser, desde que me respeite, tá tudo certo. Dei o papo na sinceridade, e tô ligado que a Alice é fechamento, mina direita. Perguntei como foi lá no salão só pra ficar por dentro de tudo. Gosto de trocar ideia com a minha mina, e a Alice me disse que a Jeni foi provocar a Carol. A Carol deu dois tapas na cara dela e jogou café quente. Nessa hora, me subiu uma raiva daquela pïranha. Hoje não, porque não quero estragar o baile dos meus irmãos, mas amanhã bem cedo vou trocar uma ideia com o Oliver, e ele vai dar o corretivo nessa vagabünda. Me despedi da Alice e fui direto pra minha goma, me arrumar, porque hoje a noite promete. Quando fui buscar a Alice, quase tive um troço no coração. Cara, ela tava linda demais, uma visão! Mas, mano, o que me deixou cabreiro foi a roupa. A saia dela era tão curta que, se ela se mexesse demais, mostrava tudo, e a blusa, porr@, a blusa só cobria os peïtos, o resto do corpo dela tava todo exposto. Tava linda? Tava, mas eu sabia que essa roupa ia me dar dor de cabeça. Olhei pra ela dos pés à cabeça, desci da moto com calma, sem querer demonstrar o incômodo, mas já decidido. — Não vou te levar de moto com essa roupa, Alice. Ela me olhou meio sem entender, mas não reclamei nem fiz caso, só dei um beijo rápido e disse pra ela esperar. Peguei a moto e voltei correndo pra casa, troquei pela caranga e voltei pra buscar a gata. Ela entrou no carro sorrindo, e eu pensei: "Melhor assim, pelo menos aqui dentro ninguém vai ficar secando a minha mina." Chegando no baile, eu abracei a Alice pela cintura e geral foi abrindo espaço pra gente passar. Camarote tava uma uva, lotado de gente curtindo, som pesado, luz piscando. Alice já foi direto dançar com as mina, toda solta, e eu fiquei ali, só observando, aquele corpão dela se mexendo, rebolando de um jeito que, sinceramente, eu sei que mais tarde ela vai rebolar daquele jeito só pra mim. Mas, por enquanto, deixei ela curtir com as amigas, eu não sou ciumento assim, só não gosto de mané se aproveitando da situação. Depois de um tempo, puxei ela de volta pra gente curtir junto. A vibe tava boa, meu irmão já tinha sumido com a Carol lá pro escritório, pediu a mina em casamento, agora foi meter. Tentei dar uma ideia na Alice, mas ela tem vergonha de certas coisas assim, então deixei quieto. Não sou de forçar nada, a mina tem que tá na vibe, se não tá, eu respeito. Deixei ela mais à vontade, a noite ainda era longa. A gente tava bem, curtindo, ela colada em mim, e eu só sentindo o perfume dela, quando de repente, o som da festa foi interrompido por um tiro seco, e o Oliver gritou do fundo: — Caralhø é o Bryan! Não pensei duas vezes, nem desci pela escada do camarote, pulei direto por cima da barra de proteção e saí correndo pra ver o que tava acontecendo. Quando cheguei lá, meu irmão tava sem camisa, com uma mina no colo, e ela chorando pra caralhø. O Bryan tem um jeito meio desapegado das coisas, sabe? Nunca se apega a mulher nenhuma, sempre na dele, mas dessa vez, ele olhou pra mina no colo e disse: — Vou levar ela pro meu barraco. Eu quase ri. do nada vai levar uma mina pro lugar que nem a gente vai? Mas segurei o riso, não era hora pra isso. O clima tava tenso. Olhei pro chão, tinha um corpo estirado ali, um moleque que eu não reconheci. Tirei o celular do bolso, tirei uma foto do cadáver e já pensei em mandar pro Chicó. Tinha alguma coisa estranha nesse rolê, não tava me cheirando bem. Quando os moleques vieram me contar, falaram que o Bryan, antes de atirar, gritou que era um Jack. Mano, ninguém em sã consciência ia tentar uma merda dessa no meio do nosso baile. Quem quer que fosse o cara ali no chão, ele fez a maior besteira da vida. A porr@ toda tá armada, e eu sei que isso ainda vai dar pano pra manga. Enquanto eu tentava entender o que tava rolando, Alice veio do camarote, com aquela cara preocupada, perguntando se tava tudo bem. Abracei ela de leve, tentando acalmar, mas por dentro eu já tava bolado. — Tá tudo certo, gata, só uma treta que rolou, nada que a gente não resolva. Ela olhou meio desconfiada, mas assentiu. Esse corpo no chão é só o começo de uma confusão daquelas. Agora é ficar esperto. O baile já tinha acabado, Oliver encerrou o som, o clima já tinha ido pra casa do caralhø há um tempão. Aí olhei pra Alice e mandei logo a real: — E aí, vamo lá pro meu barraco hoje? Ela deu aquele sorriso safädo de canto, que eu já sabia o que significava. Só que, antes de qualquer coisa, falou: — Vamos, mas preciso passar lá em casa pra pegar umas coisas. Não pensei duas vezes. Fomos direto pra casa dela, aquela paradinha rápida. Na moral, passar a noite com a Alice já virou um vício. Quando ela tá comigo, é outra parada. Sabe quando a pessoa te envolve de um jeito que tu nem percebe? É isso. E quando ela dorme do meu lado, parece que o mundo lá fora para, que tudo faz sentido.
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