Acordo com o toque do meu telefone chamando, atendo sem ver quem é.
Alô.
Preciso que venhas à minha casa dentro de 2 horas, preciso conversar contigo urgentemente – diz Logan.
Ao notar a seriedade na sua voz, acabo me despertando por completo. Logan é um cara sério, mas quando me liga, ele me trata sempre como um irmão, então as nossas conversas são sempre tranquilas, tirando os dias em que o conselho ou os nossos inimigos o tiram do sério. Por isso, fiquei preocupado.
Estarei aí dentro de alguns minutos.
Ok – Logan desliga.
Merda, que bela forma de ser acordado! Com certeza algo lhe aborreceu. Levanto da cama extremamente aborrecido e vou direto ao banheiro, faço a minha higiene pessoal e vou ao meu closet escolher um terno de três peças de cor preta. Visto e vou para a sala.
Bom dia, Sr. Fizterra.
Bom dia, Cátia.
Cátia era uma das funcionárias que cuidavam da minha casa, uma moça de 23 anos, loira e, por sinal, linda, devo admitir. Ela tem se insinuado muito para mim, mas eu a ignoro. Sou muito rígido quando se trata de cumprir regras, e uma delas é não me envolver com as minhas funcionárias. Por isso, finjo que não noto o que ela faz.
Sr. Fizterra, gostaria de saber se vai almoçar em casa. Gostaria de fazer um almoço especial para o Senhor – diz, toda sorridente.
Não vou – digo seco.
Está bem, Sr. Fizterra.
Hã! Cátia, sempre que tiveres alguma questão, pergunte à Maria.
Farei isso, Sr. Fizterra. Licença.
Bom dia, filho.
Bom dia, Maria.
Maria é como uma segunda mãe; ela foi praticamente a minha mãe a vida toda. Cuidou de mim, chorou por mim e até se sacrificou por mim várias vezes, colocando sua vida em risco para que eu não sofresse nas mãos da minha mãe. Só de lembrar, fico com raiva. Espanto esses pensamentos para longe e começo a tomar o meu pequeno-almoço. Maria fica me encarando como se quisesse dizer alguma coisa.
O que foi, Maria?
Nada, não.
Diz logo.
Meu filho, acho que devias pensar na possibilidade de casar já. Esta casa é tão silenciosa e tão sem vida. Se casares, a tua esposa vai dar mais vida à tua vida e a essa casa, meu filho.
Maria!!!
Só digo isso para o teu bem, meu filho.
Maria, eu tenho muito respeito por você, por isso vou deixar isso passar. Por favor, não volte a falar sobre esse assunto – falo, bastante irritado.
Não vou desistir. Ainda vou ver você casado e apaixonado por uma mulher incrível.
Você tem que parar de ver TV. APAIXONADO??? HAHAHA. Tá bom, Maria, agora chega desse assunto. Isso é uma loucura.
Não está nos meus planos agora.
Você ainda vai me dizer que ama uma mulher, um dia! Um dia!
Levantei da cadeira e decidi partir para a casa do Logan, se não, a Maria não iria parar de falar bobagens. Maria e o Logan são as únicas pessoas que podem falar assim comigo; não permito isso de nenhuma outra pessoa. Desci à garagem e fiquei olhando para a minha coleção de carros, pensando em qual usaria hoje. Decidi usar o meu Range Rover; eu amo esse carro, é o meu bebê na minha coleção de 10 carros. Parti para a casa do Logan e, no caminho, comecei a pensar em ideias sobre o que será que ele quer falar comigo, e ainda mais, bem sério.
Cheguei e encostei o meu carro. Ao chegar, sou recebido por Tiago, o mordomo da casa.
Seja bem-vindo, Sr. Fizterra.
Obrigado, Tiago. Onde está Logan?
Na sala de reunião, Sr. Fizterra.
Ok, eu vou até lá. Fiquei ainda mais pensativo por saber que ele me esperava na sala de reunião. Quer dizer que tem mais pessoas com ele. Espero que ninguém encha o meu saco hoje; já chega a Maria e as suas bobagens. Entrei na sala e todas as famílias influentes e importantes que faziam parte do alto escalão estavam lá. Eram doze antes do Logan matar Matias anos atrás. Eles eram velhos imbecis que pensavam que poderiam dar ordens, mas urinariam nas próprias calças se o Logan os encarasse por mais de dois minutos.