CAPÍTULO 7 ( VINCENZO FIZTERRA)

1170 Words
Logan correu os olhos de um por um, enquanto eles prendiam a respiração, trancando o ar dentro dos pulmões inflados, e aguardavam a resposta absoluta do chefe. Os idiotas tinham esperanças, queriam entrelaçar o sobrenome ao meu, ampliar o império e reiterar sua importância no mundo do crime. Eles não estavam nem aí para as filhas que entregariam em um casamento forçado, pensavam somente no status que o compromisso traria. Não estava feliz com esse arranjo, ou satisfeito com a escolha de Logan, mas tampouco me sentia completamente incomodado. Eu f*dia as prostitutas dos clubes com recorrência e não sabia o que era estar apaixonado ou amar alguém. Nunca havia passado por essa experiência catastrófica. O meu negócio era a máfia e meu prazer era matar nossos inimigos. Ter uma esposa em casa não mudaria a minha rotina ou a minha forma de pensar. Eu teria que ensiná-la a f*der e protegê-la com a minha vida; jamais iria amá-la e nem prometeria isso, mas ela seria respeitada — dependendo da escolha de Logan, muito mais do que um dia já tivesse sido respeitada pelo pai. Daria dinheiro, mordomias e uma vida confortável ao meu lado. Considerando a organização à qual pertencíamos, seria muito mais do que muitas mulheres do nosso mundo já tiveram na vida. Os olhos de Logan se fixaram à sua frente e ele sorriu com frieza. — Luís Ramona, qual é a idade da sua filha? — Murmurou. Engasguei-me com a própria saliva e me retesei na cadeira. p***a, Logan era um cretino sádico e estrategista! Luís Ramona era de uma das famílias mais influentes da máfia, um de nossos Caporegimes. Era um velho calculista, analítico e muito inteligente, que tinha uma filha. Eu não saberia dizer qual a idade da garota, já que ele fazia questão de mantê-la longe de qualquer assunto referente à máfia. — Minha filha não entra no acordo. Eu não concordei com o casamento, portanto escolha a filha de algum desses patifes — sibilou ele, sem perder a compostura. O que se sabia sobre ele, até então, era que amava a menina acima de qualquer coisa e fazia de tudo para protegê-la do mundo no qual vivíamos. Ela não comparecia aos bailes ou aos compromissos, mas frequentava os eventos femininos. Estava sempre nos chás e festas beneficentes, e era conhecida das outras filhas da máfia, entretanto, fora isso, era uma completa desconhecida, cuja fisionomia eu nem me lembrava. — Quem dirá se a sua filha entrará no acordo sou eu, Luís, portanto responda a minha pergunta — ciciou Logan, entredentes. De todos os homens presentes na mesa, Luís era o único que não queria unir a filha com um dos membros da família de forma alguma. Ele também era o mais confiável de todo o conselho. Logan fez a oferta que ninguém esperava: ao mesmo tempo que cedeu aos caprichos dos homens, encontrou uma solução para interromper os planos deles, seguindo uma linha de raciocínio que não imaginavam. O músculo da mandíbula de Luís se enrijeceu. Ele manteve o olhar estreito em Logan, faiscando ódio para todos os lados. — Ana Lúcia está fará vinte anos — anunciou. — Não é necessário entrelaçar o acordo entre Vincenzo e Ana Lúcia quando temos tantas filhas para oferecer — contestou Marco, atirando um olhar enviesado para Luís. — A garota não foi exatamente criada nas tradições da máfia, então não sabemos o tipo de esposa que poderá se tornar. Luís não cedeu à provocação do homem. — Sinta-se satisfeito em oferecer a sua própria filha, pois a minha não está em questão. Logan riu e prendeu a cabeça para o lado. — Ainda assim, no entanto, quem escolherá a esposa será eu — retrucou. — Pense bem, Logan. A moça representará um acordo importante entre as famílias... — Ponderou Gustavo. — E é justamente por este motivo que estou escolhendo a senhorita Ramona como a noiva do meu Consigliere — anunciou Logan. Luís se levantou da cadeira e espalmou as mãos em cima da mesa de mogno. — Por favor, Logan. Ela é a minha única filha . Não a leve de mim — suplicou, deixando transparecer a sua maior fraqueza diante de todos. — Não a estou tirando de você, Luís, pelo contrário. Estamos firmando um contrato importante para as famílias. Ana Lúcia é jovem e, como bem disse, a única herdeira da casa Ramona. Comprimi os lábios, pensativo. Luís Ramona era um dos homens mais ricos da máfia e me casar com a única herdeira dele seria uma boa jogada. Logan era genial. Tentaram controlá-lo, mas ele foi bem mais esperto que todos. Infelizmente, para mim, não poderia me casar com a filha de Marco e atormentá-lo pelo resto da vida, entretanto, seria muito mais fácil não ter contato com o homem. Eu poderia perder o controle a acabar matando o meu próprio sogro. — Logan... — sussurrou Luís. Logan fez um aceno com a mão. — Está decidido. Se é um casamento que querem, então receberão um. Vincenzo irá se casar com Ana Lúcia Ramona. — Olhou para mim, o semblante sério impossibilitava qualquer discussão. — Farão isso em nome da máfia — anunciou, selando a sua palavra de vez. Não havia nada que eu pudesse fazer. Nasci da máfia e morreria por ela. Logan, meu Capo, acima da irmandade e qualquer parentesco, estava impondo sua vontade e autoridade sobre mim. Só me restava acatá-la. Acenei com a cabeça. — E quanto as outras opções? Poderia ao menos deixar o Vincenzo conhecer as garotas e escolher — objetou Marco. Logan me lançou um olhar intransigente, um que dizia que estava ordenando e que eu deveria obedecê-lo. Mantive-me inerte, pois havia algo sobre o meu Capo que eles não sabiam, algo que somente eu, Aurio conseguíamos reconhecer. E eu via isso agora: ele tinha planos e, mesmo que envolvessem a mim, eu não deveria interceder. Ele riu, desviando o olhar para os outros. — Senhores, vamos ser sinceros. Acham mesmo que Vincenzo se importa em conhecer as filhas de vocês? Como todo o homem que se casou por obrigação nesta máfia, ele está fazendo apenas o necessário para proteger a famiglia. Soltei uma exalação silenciosa. — Não tenho interesse em conhecer a filha de vocês, muito menos em participar de um leilão — expressei. — Se meu Capo acha que devo me casar com a senhorita Ramona, assim eu farei. O evento seria catastrófico, tanto para mim quanto para as moças. Elas seriam induzidas e moldadas para me agradar, nada seria verdadeiro, e eu conheceria apenas o que elas foram instruídas para me mostrar. Portanto, preferiria mil vezes me casar com uma desconhecida, alguém que não omitiria sua verdadeira face de mim para conseguir um anel no dedo e assim eu me esquivaria de receber alguma surpresa após o casamento. Marco bufou. — Se esta é a sua decisão final, tudo bem. — Correu os olhos até mim. — Ainda teremos Aurio para outro acordo no futuro. Irmão caçula do logan riu
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