Morte: De Frente com o inimigo

Capítulo 01

Tom narrando

Namoral a Alice me estressa, meus pais voltam de viagem hoje, minha mãe organizou toda uma festa surpresa junto com as minhas tias de cinquenta anos pro meu pai, e a Alice some, eles estão quase chegando e a bonita simplesmente me deu um pinote, eu odeio quando eles viajam e eu fico aqui com ela, porque eu só me estresso, ela gosta de andar na pista, adora ir pra praia com as amigas da faculdade, e eu que tenho que ficar pedindo notícias dela para os seguranças me passar o aval de onde ela está, tá pra nascer uma menina que me irrita mais do que ela, e quando minha mãe tá junto então eu deixo até de lado e meu pai que resolve, porque as duas juntas não dá

- Alice meu pai vai chegar em duas horas e nada de você aqui c*****o - mando o quinto áudio xingando ela

- tua irmã não dá trégua mesmo em - fp fala sentando na sala da boca bolado também

- deixa meu pai chegar que ele corta a onda dela em uma olhada - falo e ele da risada

- aí tio morte marolou nessas férias - ele comenta rindo acendendo um baseado

Meus pais amam viajar, meu pai pagou caro e ainda tem os políticos na mão dele, então eles andam por todo lugar, a liberdade deles foi cara, mas o meu pai faz de tudo pra dar o melhor pra minha mãe, e os dois dessa vez decidiram ir pra maldivas apenas, coisa básica, coroa falou que ainda ia me dar mais um irmão, brinca demais, minha mãe cortou a onda dele na hora

Fui olhar a festa dele que já tá pronta e namoral, maior festão, tá lindo demais, meu coroa merece, cinquenta anos e vivao, continua sendo o bandido mais renomado dessa cidade e ninguém bate de frente com ele

Tem um louco que tentou bater de frente quando eu assumi o comando e ele jurou que ia tirar das minhas mãos, mas óbvio que não conseguiu e nunca vai conseguir, apesar do meu autismo eu tenho uma vida normal, faço tudo como qualquer outra pessoa, tomo meus remédios certinho, faço minha terapia e sou extremamente metódico, ninguém mexe comigo, todos sabem o meu gênio

Costumam dizer que eu sou a cópia fiel do meu pai, respeito e cumprimento todos da comunidade, mas ninguém nunca viu um sorriso meu, sou extremamente sério e quando tem que resolver as coisas que os moradores vem se queixar o fp toma a frente, ele que resolve pra mim, eu faço tudo por trás, não gosto de ter Contatos com as pessoas, isso sempre foi assim

Referente ao toque em mim, isso ninguém tem autorização, apenas meus pais e minha irmã, com meus tios e o fp é apenas aperto de mão, com aliado nem isso, odeio que coloquem a mão em mim, tenho pavor é isso é o meu traço mais forte do autismo, isso eu não consigo superar e dos traumas que eu sofri da safada da Daniela

Eu sei que a Aline não é minha mãe de sangue, mas tudo que eu tenho de memória afetiva é relativo a ela, partiu dela, e se não fosse ela eu não seria o homem que eu sou hoje, se eu tive tratamento e acolhida foi graças a minha mãe, porque se eu dependesse da minha genitora eu estava morto

- Alice chegou acompanhada patrão e tá indo direto pra boca - um vapor fala no radinho

Olho sério pro fp e saímos no pulo da minha sala, vou pra frente da boca quando meu carro encosta, a filha da p**a ainda sai com o meu carro, tem dois, mas escolhe sempre o meu, fico no ódio com isso

- tem celular pra que p***a - falo puto indo na direção dela - qual foi a ordem minha e dos nossos pais - falo com a cara fechada quando ela desce do carro

- primeiro abaixa o tom ok- ela fala autoritária e meu sangue ferve - segundo nossos pais ainda não chegaram e outra - ela fala e uma mina toda machucada desce do carro segurando o braço e eu olho pra ela de cima abaixo - minha amiga precisa de ajuda e eu tinha que ajudá-la - Alice fala e eu só consigo reparar no olhar distante e misterioso da mina

- quem é ela ? Veio da onde ?- falo bolado indo na direção da mina que se encolhe toda na porta do carro

- ela faz faculdade comigo tom vai devagar aí - Alice fala entrando na minha frente - ela precisa de ajuda eu vou levar ela no postinho tá relaxa - ela fala me segurando pelos braços e eu olho pra ela - vem cá - ela me puxa e quando passa pelo fp ela fecha a cara

Eu me afasto do meu carro palmeando a mina, ela tomou uma surra sinistra, tá toda machucada, mas eu não gosto de ninguém assim na favela, já sei que é problema é pior ainda, vai ser problema pra mim porque é amiga da minha irmã

- fala da onde ela veio ? Quem ela é ? É porque ela tá toda arrebentada ?- eu pergunto de braços cruzados pra Alice na vista da boca

- ela faz faculdade comigo, ela é um período a frente mas temos algumas matérias juntas - Alice explica - ela tem uma relação conturbada com a mãe dela e a mãe dela deu essa surra nela - Alice fala e eu olho estranho

- a mãe dela ?- eu questiono achando estranho e ela concorda

- a história dela é muito triste Tom e ninguém merece passar o que ela tá passando deixa ela ficar aqui hoje- Alice pede e eu coço a cabeça - eu vou levar ela no postinho e provavelmente ela vai ter que ficar lá então deixa eu ajuda essa menina - ela súplica juntando as mãos - irmão olha o estado dela, ela emagreceu mais de cinco quilos porque ela vem sendo espancada a dias, hoje eu fui atrás dela no apartamento dela e ela não queria me atender porque estava com vergonha - Alice fala triste - ela perdeu o semestre porque não foi a semana de provas então deixa eu ajudar ela - Alice implora e eu passo a mão no rosto bolado

- nós vamos levar ela no hospital, vamos na festa do meu pai e eu vou conversar com ele sobre isso e depois falamos com ela Jae - falo sério e a Alice me abraça - tá bom Alice chega - falo tirando os braços dela de mim que dá risada toda feliz e vamos na direção da mina

- amiga foi um erro me desculpa - a mina fala chorando - me deixa no pé do morro que eu vou embora - ela fala toda encolhida e a minha irmã n**a enquanto eu apenas encaro ela

- você não vai embora - Alice fala seria - nós vamos te levar no hospital daqui e você vai ficar lá porque hoje tem a festa do meu pai e depois nós vamos conversar com você tá bom mas fica tranquila- Alice fala abraçando a menina e as duas entram no banco de trás

Faço sinal pro fp ficar de olho em tudo e dou partida pro hospital aqui do morro, reparo a mina pelo retrovisor e ela só chora, a mina tá acabada mesmo, seu olhar é fundo e triste, ela não olha pra mim em momento nenhum

- você tá com celular aí ? - eu falo sério na porta do hospital- tem risco de alguém vim atrás de tu ?- eu falo bolado antes delas descerem do carro

- não trouxe nada vim apenas com a roupa do corpo - ela fala baixo e eu concordo

- Alice entra com ela e eu te espero na festa - falo sério e ela concorda descendo do carro com a menina

Reparo que a mina tá mancando e com muita dificuldade de andar, n**o com a cabeça, essa história tem rolo dos grandes, porque uma mãe faria isso com uma filha, não tem justificativa nenhuma

Dou partida e subo pra casa, ainda moro com meus pais, apesar de ter a minha mansão, mas a dona Aline não deixa eu sair de casa, chora, faz drama, já fingiu até desmaio, aí meu pai logo breca a minha onda por causa dela

Tomo meu banho pra me arrumar pra festa e meus pensamentos vão logo nessa mina, tenho que puxar a ficha dela, saber quem é, isso tudo tá muito suspeito, não gostei nada dessa história, e quando eu fico assim já sei que vem merda das grandes

Termino de me arrumar e vejo mensagem da alice falando que a menina fez vários exames e tá com anemia, que vai ficar internada, mas que ela já tá subindo pra se arrumar, eu vou direto pra festa porque já tá na hora dos coroa chegar e eu tô morrendo de saudade deles, ficaram simplesmente um mês de lua de mel, como diz minha mãe, já tava na hora de voltar pra casa, meu pai vai ficar felizao com a festa, ele sempre arruma uma pra minha mãe e ela pra ele, mas essa aqui ela deu aulas demais, bagulho tá de primeiro mundo