Cap6

1530 Words
-Creio eu que tenha sido rude demais com a senhorita Hoffman - Christoff parecia estar com dor enquanto falava com Evangeline, que ria internamente e se segurava para não rir da cara de Christoff, Hans que estava atrás de Christoff gargalhava em silêncio atrás de Christoff, que quando notava certa movimentação do tio atrás dele se virava e Hans fingia seriedade- Senhor Becker pode não dificultar as coisas, fazendo o favor?- Hans ficou sério novamente e Christoff se vira- Voltando...peço-lhe que me perdoe...- Evangeline sorriu -Sim, senhor Becker, eu lhe perdoo por ter sido arrogante, presunçoso e machista.. -Eu não fui machista -Como não? Realmente não acha que eu estragaria o caso pelo simples fato de eu ser mulher? Eu vi em seus olhos, Christoff, não tente negar, mas mesmo que esse pedido de desculpas não tenha sido por livre espontânea vontade e que tenha sido obrigado a isso, eu te perdoo por sua total ignorância- Christoff riu e apontou para ela -Como você quer que eu trabalho com ela? - ele perguntou para o tio- Se esse caso for perdido, não quero que me culpe, Hansal.- ele sai em direção a porta e a bate com força -Christoff...- ele fala mas o sobrinho já tinha saído- Me desculpe por isso Evangeline...- ele se senta próximo a ela -Não entendo mesmo do porque que me colocar nesse caso tio Hans, eu posso até saber de algumas coisas, mas e se ele estiver certo? E se eu estragar tudo? -Christoff está acostumado a ter tudo exclusivamente para ele, ele está com ciúmes de eu dar atenção a outra pessoa que não seja ele, admito, imagino que seja frustrante para ele dividir o caso com outra pessoa, mas é necessário que ele não passe por isso sozinho, eu passei e falhei, um dia ele ocupará o meu lugar e terá que enfrentar tudo sozinho, enfrentará responsabilidades e desafios sozinho, ele só contará com seu cérebro e mais ninguém. Peço-lhe paciência, eu nunca erro quando vejo potencial em alguém, assim como vejo em você minha querida, prometi para seu avô que não permitia que nada de m*l lhe acontecesse e assim farei. Christoff foi criado por um homem que tem o lema "Se seu ego for grande o suficiente, nada conseguirá lhe derrubar, pois ninguém que é grande cai sem antes ter planejado aonde cair." -Isso não faz sentido... -Exato- ele sorri- esse lema é meu, e fiz o melhor que pude para ser um bom pai para ele, mas acredito que não fui 10% do que meu irmão teria sido. Imagino que ele seria mais emoção do que razão, seria mais humano...mas fiz o melhor que pude, e todos os desafios que o coloco é por algum motivo, não é por maldade ou qualquer coisa do tipo -Nunca imaginei que faria algo assim...Meu pai...- ela respirou fundo- amava minha mãe profundamente e durante o pouco tempo que fiquei com ele, ele me falava com ela era, eu não lembro de sua voz, ou de como me chamava, meu pai me chamava de Linn, e eu amava esse apelido, meu avô me chamava de Eva, e meus tios de praga....- ela sorriu- Christoff tem sorte em te ter, Hansal, eu queria ter tido alguém que me viu nascer e está comigo até hoje, sabe...aquela sensação de ter alguém que não se lembra quando conheceu, só sempre esteve lá? Eu não tenho ninguém, primeiro foi a minha mãe, que era órfã, meu pai disse que os pais dela eram de família rica mas não sabia quem era, depois foi meu pai e depois meu avô....Eu queria ter conhecido minha mãe, saber mais sobre ela, meu pai falava muito dela, mas eu era tão pequena, não me lembro de muita coisa... -A cor favorita dela era amarelo...- Evangeline que tinha um olhar perdido olhou atenta para os olhos acinzentados de Hans- ela odiava rosas, mas amava bolo de rosas que a tia Germana fazia, ela amava aboboras, principalmente em Outubro, que tudo era feito de aboboras no interior...- Hans fechou os olhos e conseguiu ouvir a voz de Martina falando sobre Outubro ser seu mês favorito, ele segurou as lágrimas e escutou a voz dela.. "- Eu amo outubro Hans- Martina com seus cabelos loiros como o sol apreciava a brisa do mês- As folhas caindo os tons de laranja e marrom em todas as árvores, o cheiro forte do café e especiarias em todos os restaurantes e casas da cidade, as crianças fazendo suas fantasias para o Halloween na rua. Ha Hans....- ela soltou seu nome com um sorriso no rosto e agarrou o colarinho de Hans o fazendo sorrir- Quando nos casarmos quero que seja em Outubro, não me negue isso querido....- Hans concordou e ela sorriu, soltou seu braço e se jogou em um monte de folhas que haviam sido naturalmente juntados -Cuidado Martina, poderia ter algo no meio dessas folhas... -Hansal Becker, você é preocupado de mais, devia relaxar...a vida é mais que casos m*l solucionados e assassinatos m*l executados, meu amor... -Sabe que eu me preocupo muito com sua saúde querida, e você é meio louca- Martina sorriu e se levantou -Deve ser por isso que goste tanto de mim..."- Hans abriu os olhos e Evangeline ainda estava atenta a suas palavras, Hans voltou para aquele dia frio e lindo de Outono por meros 10 segundos mas parecia que tinha vivido novamente o amor daquela época -Ela amava tudo no Outono...imagino que seu nome tenha sido escolhido por seu pai, não foi?- ela sorriu e concordou -Como sabe? -Hans riu  -Ela teria colocado April, ou Áurea, ou Kiona..- ele sorriu- esse último era péssimo mas era o que ela mais gostava ...significa Colina Marrom- Evangeline riu- Não ria, não ria, eu também ri quando ela me disse, ela falou que onde ela tinha crescido havia uma colina marrom que ela ia para cantar... -Meu pai me falou que ela partiu antes que pudesse me nomear, então colocou Evangeline, presente de Deus, algo assim... Mesmo que eu não me sinta assim, eu matei minha mãe, Hans...ela morreu porque eu nasci...- Hans nunca havia a culpado pela morte de Martina, mas ao ver os olhos tristes de Evangeline viu o tamanho de sua culpa -Evangeline nunca se culpe por isso, sua mãe foi uma grande mulher e uma grande amiga....- ele se segurou para não chorar- e o sonho dela, o maior sonho dela, era ter uma filha, independente do nome que você tivesse, você foi a maior realização dela, e como eu sei disso? Eu a conhecia...e sei que ela estaria orgulhosa da mulher que você é, ela diria, Linn, ela amaria esse apelido, é curto e lindo, Linn se você tiver que escolher entre viver anos e ser infeliz e viver apenas 2 meses e ser completamente feliz, escolha a segunda opção, ame com todo o coração, e se não for reciproco vá embora sem olhar para trás, a vida lhe oferecerá algo de maior valor ... Hans se lembrou de quando foi embora depois que ele e Martina romperam, a dor em seu peito, as lágrimas, a sua total covardia de ter permitido que ela fosse embora, Hans voltou naquela época, uma época que ele se recusava a lembrar, fazia anos que ele não revivia aquele dia, aquele terrível e marcante dia "- HANSAL, VOCÊ VAI MESMO ME VIRAR AS COSTAS E PARTIR?- Ele se vira rapidamente -EU SOU r**m MARTINA, E NUNCA VOU MUDAR ... -Nem por mim, Hans? Nem por nosso amor?- os olhos dela imploravam -Casamento, filhos...não é pra mim, Martina, não posso te prender a um futuro que eu não estou disposto a viver... -Eu achei que você me amava, eu não me importo, eu só quero ficar com você...eu só quero você Hansal...- ela se aproxima- Só diz pra mim...diz pra mim que você me ama, e nada de mais importa...- Hans tirou suas mãos de seu rosto -Sinto muito Martina, espero que você encontre alguém que te ame com todo o coração, e se não for reciproco vá embora sem olhar para trás, a vida lhe oferecerá algo de maior valor ...- ele beijou a mão de Martina e ficou parado sério com um olhar frio -Não, Hans, não me faça fazer isso por favor...eu te amo- Hans mesmo a amando profundamente não se moveu- você não me ama mais? - ele permaneceu em silêncio e ela começou a se afastar- Sem olhar para trás não é? é isso que fará você feliz? É ISSO? QUER QUE EU ME CASE COM O... -Não quero saber o nome dele, eu quero que você seja feliz...só isso -Eu só vou ser feliz se você ficar comigo, por favor....-ela chorava -Se você escolheu ficar, eu vou ter que tomar a decisão...Adeus Martina..- Hans virou as costas e foi sem olhar para trás, e aquela foi a pior decisão de sua vida, foi a penúltima vez que ela a viu." -Gostava muito dela, não gostava? -Eu não fui um bom amigo, querida...ela merecia mais, seu pai e você a fizeram muito feliz, saiba disso sempre.- Hans se levantou- Ensaie a Ava, vou atrás do Christoff...boa tarde querida.  
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