Selene

1478 Words
Cento e trinta e um anos se passaram desde que Higor decretou o campeonato para encontrar sua companheira, e a floresta onde ele vivia prosperava sob seu reinado, enquanto também enfrentava desafios ocultos dos que se opunham a seu domínio. Em uma noite fria e escura, muito distante daquele reino, uma figura misteriosa caminhava solitária pelas terras inexploradas. Era uma mulher cujos cabelos brancos pareciam refletir a luz da lua, emitindo um brilho etéreo. Seus passos eram silenciosos, e sua presença parecia se fundir com a própria natureza, tornando-a diferente de todos os seres da Terra. Nos braços da mulher, ela carregava um lindo bebê envolto em um cobertor. O pequeno ser também possuía cabelos brancos como o luar e olhos azuis intensos, e uma sensação de poder e mistério o cercava desde o momento em que veio ao mundo. Era uma criança especial, destinada a desempenhar um papel crucial na história sobrenatural. A mulher misteriosa continuou sua jornada até encontrar uma casa humilde na floresta, onde vivia um casal de lobos amorosos e dedicados. A casa emanava calor e alegria, como se o amor que compartilhavam criasse uma aura protetora ao seu redor. A mulher parando em frente da casa beijou a linda garotinha e sussurrou: “vou te deixar aqui, mas sempre estarei com você, seu poder nascera na adversidade, e seu amor será doloroso mas no final será feliz, confie da mamãe filha da lua" Naquele instante mágico, a floresta pareceu perceber a importância daquele momento. O vento, que antes sussurrava segredos entre as árvores, cessou sua dança, como se estivesse aguardando ansiosamente pela revelação de um destino grandioso. Os animais, de todas as formas e tamanhos, pareciam prestar homenagem à mulher misteriosa e à criança especial que ela segurava. Os olhos das criaturas da floresta brilhavam com uma luz incomum, refletindo o entendimento coletivo de que algo extraordinário estava acontecendo. As folhas das árvores permaneciam imóveis, suspensas no ar, como se estivessem aguardando a resolução de um encanto antigo. Enquanto a mulher se afastava, a floresta, como se despertasse de um profundo sono, começou a reagir. O vento retomou sua melodia suave, os animais retomaram seus murmúrios e as folhas das árvores dançaram ao ritmo da natureza. Era como se a floresta, ao reconhecer a chegada da criança especial, celebrasse a mudança iminente que moldaria o destino do mundo. Naquela noite, sob a lua cheia, a mulher desapareceu nas sombras da floresta, deixando para trás a promessa de um destino extraordinário. Enquanto a mulher sussurrava suas palavras de despedida para a garotinha e desaparecia como um sopro de brisa, algo sinistro e inesperado aconteceu. Um lobo c***l, movido por sua fome insaciável, perambulava pela floresta e avistou o embrulho que parecia se mexer na frente da casa do casal de lobos. Com seus instintos primitivos aguçados, o lobo perverso se aproximou sorrateiramente, curioso com a possibilidade de ter encontrado uma refeição tão fácil. O lobo c***l, envolto em uma pelagem escura e olhos brilhando com malícia, avançou silenciosamente em direção ao pequeno embrulho na frente da casa. Seu faro aguçado capturou o delicado aroma que emanava do bebê envolto no cobertor, uma fragrância que despertou seus instintos predatórios mais sombrios. Esse lobo desregrado parecia ser uma criatura das sombras, uma manifestação do lado obscuro da natureza, vivendo no limiar entre o desconhecido e o sinistro. Seus passos eram sorrateiros, quase inaudíveis, enquanto se aproximava do alvo tentador, movido por uma fome insaciável e desprovido de qualquer compaixão. A atmosfera na floresta, que momentos atrás estava em sintonia com a magia e o amor, começou a se tornar tensa e carregada de uma energia sinistra. O vento, que antes acariciava as folhas das árvores com suavidade, agora parecia carregar consigo um presságio sombrio. Os animais, que antes celebravam em silêncio, começaram a sentir a presença malévola que se aproximava. O lobo c***l, movido por seus instintos selvagens, chegou ao embrulho e começou a farejar com voracidade. Seus olhos brilhavam com a avidez da caça, enquanto suas garras afiadas se preparavam para desvendar o que estava escondido no cobertor. Parecia não haver limites para a malícia desse ser desprezível que se aventurava no lado obscuro de tudo que é desonesto e sombrio. Nesse momento crítico, a floresta, agora consciente da ameaça iminente, pareceu reagir mais uma vez. Os sons da natureza se transformaram em murmúrios de advertência, e as sombras dançavam de maneira frenética, como se a própria floresta tentasse proteger o destino do bebê especial. Quando o lobo c***l mexeu o focinho no embrulho, seus olhos se arregalaram de surpresa. Era um recém-nascido, pois ele podia ver que o cordão umbilical havia acabado de ser rompido. Para sua horrorizada constatação, era uma menina indefesa. Mesmo em sua natureza selvagem e sanguinária, ele hesitou diante da ideia de atacar uma criança tão vulnerável. Enquanto o lobo indeciso estava prestes a voltar para o seu intento inicial, a garotinha abriu os olhos. Seus olhos azuis pareciam brilhar intensamente e, por um instante, o lobo se sentiu paralisado por aquela presença extraordinária. Os olhos da menina pareciam refletir a sabedoria e a pureza de algo divino, e, mesmo sem palavras, ela parecia transmitir uma mensagem poderosa ao lobo. Como se enfeitiçado por aquele olhar, o lobo sentiu-se amaldiçoado por seus pensamentos predatórios. Sem entender completamente o que estava acontecendo, ele agarrou o embrulho com a boca e saiu correndo dali, deixando para trás o casal de lobos que ainda não tinha descoberto o que lhes fora roubado. O lobo c***l corria através da floresta, levando consigo a garotinha na boca. A cada passo, uma sensação estranha de conexão se fortalecia entre os dois. Ele não conseguia explicar por que se sentia compelido a possuir aquela criança, mas sabia que não poderia abrir mão dela. Devido à beleza única da garotinha e seus cabelos brancos, o lobo c***l a chamou de Selene e a criou como se fosse sua filha. Para o mundo, ele fazia questão de afirmar que Selene era sua descendente, e assim ele a apresentou àqueles que cruzavam o seu caminho. No entanto, por trás da fachada de cuidado e proteção, a realidade era bem diferente. A vida de Selene não foi fácil desde tenra idade, pois Bruce, o lobo que alegava ser seu pai, era um ser perverso e instável. A criança sofreu com os castigos cruéis que Bruce impunha a ela por qualquer motivo insignificante. Embora não pudesse abrir mão dela, pois sentia uma conexão inexplicável com a menina, ele era apenas um peão nas mãos de forças maiores, enviadas pelas trevas para se interpor aos planos da deusa da lua. Bruce sentia ciúmes da aura especial que emanava de Selene. Em vez de protegê-la e amá-la, Bruce a castigava por qualquer motivo, projetando sua própria crueldade sobre a menina indefesa. Desde cedo, Selene aprendeu a conviver com a dor e a adversidade. Os maltratos do lobo perverso eram constantes, e ela vivia em um constante estado de medo e incerteza. Selene cresceu em um ambiente sombrio e hostil, enfrentando abusos emocionais e físicos, mas algo dentro dela permanecia forte e resiliente. Ela tinha o dom de enxergar além das aparências, e sabia que havia algo especial em sua natureza. Enquanto sua beleza e os cabelos brancos atraíam olhares admirados, ela também despertava inveja e medo por suas características diferentes. Ela possuía uma força inabalável, proveniente da conexão com a deusa da lua, que a protegia e guiava mesmo nos momentos mais sombrios. Enquanto crescia, Selene também descobriu que possuía dons e habilidades especiais. Ela conseguia compreender a linguagem dos animais e se comunicar com a natureza de maneiras que nenhum outro ser conseguia. Seu amor pela floresta e seus habitantes a tornava uma protetora nata, mesmo que ainda não pudesse usar plenamente seus poderes. Com o passar dos anos, Selene se tornou uma jovem corajosa e determinada, apesar das adversidades que enfrentava em seu cotidiano. Ela guardava a esperança de encontrar sua verdadeira origem e descobrir por que seus cabelos eram brancos como a lua, diferente de qualquer ser que já vira. Enquanto isso, Bruce continuava a esconder a verdade de Selene, fazendo-a acreditar que ele era seu verdadeiro pai e que seus cabelos brancos eram apenas uma característica peculiar dela. No entanto, a conexão entre Selene e a deusa da lua era poderosa demais para ser silenciada. Em seus sonhos, a figura da mulher misteriosa que a deixara naquela noite a visitava, sussurrando palavras de encorajamento e esperança. Selene sentia que seu destino estava intrinsecamente ligado à floresta, e àquela figura enigmática que parecia ser sua verdadeira mãe. A vida de Selen piorou consideravelmente quando fez treze anos e não se transformou em nenhum ser sobrenatural, nem lobo, nem vampira, para Bruce e todos a sua volta ela não passava de uma humana frágil, e diferente que gostava de conversar com animais.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD