IX.

1418 Words
Todos os sete já se encontravam em suas posições: Agatha em Everest, Alice em Denali, Elionore em Vinson, Yantra em Aconcágua, Kilimanjaro e Martha em Elbrus e Hugo em Carstensz. Todos esperando, aflitos e temerosos pelo grande momento do Despertar. A noite estava bem fria, embora em algumas partes do globo estivessem em pleno verão rigoroso, a brisa pairava de modo atormentador sobre os ombros de todos eles. O arrepio já lhes subia as espinhas a medida em que um tremor se espalhava aos quatro cantos. "Já começou" Sussurrou em lamento o necromante que vislumbrava o último feixe de luz lunar ser banhado a escarlate. Neste momento todos se prostaram com tamanha pressão, Hugo podia ouvir as correntes se debatendo nas profundezas das trevas enquanto que uma f***a se abria bem diante dos olhos os quais podia ver do outro lado do véu. Almas condenadas escapavam pela f***a cedida, junto a elas toda a Terra agonizava em lamento. Ele realmente havia despertado e por mais que soasse como algo t**o e suicida aos demais ouvidos, e tentado de mais pra que fosse segurá-lo nas profundezas, o necromante não podia simplesmente quebrar a corrente e desfazer a barreira para proteção dos humanos por um desejo um tanto quanto audacioso de mais, precisavam fazer o que era certo ao momento ou as perdas seriam desastrosas. [•••] Foram momentos de horror que jamais se apagariam de suas mentes. Mesmo em tão pouco tempo, mesmo estando fraco de mais e com os sete a zelar pelo bem maior, não conseguiram ter êxito total no processo. Muitas partes do globo foram afetadas de forma catastrófica e praticamente irreversível. Algumas ilhas acabaram por sumir devido ao magma instável. Muitos mortos não foram encontrados então não havia como o necromante fazer algo a respeito pra que retornassem como se nada tivesse acontecido. O que exigiu muito das três bruxas que conseguiam tecer as memórias das pessoas, para fazer com que esses mortos não fossem mais lembrados. Os edifícios e todo resto ficaram sob responsabilidade dos três restantes, para restituir e deixar o máximo possível como estava antes do despertar. E tudo isso não seria possível se não tivessem em antemão pedido ajuda aos demais guardiões que somente concordaram ajudar e intervir se os sete sobrevivessem a toda essa loucura. Um ato covarde, mas nenhum dos sete argumentou contra uma vez que necessitariam de ajuda, não poderiam se permitir criar mais problemas. Como se somente toda a confusão no mundo não fosse o suficiente. Agora não mais sentiam Khaos, ele simplesmente havia "desaparecido", sem rastro algum. Mas de uma coisa tinham certeza, cedo ou tarde ele seria atraído pra Ela e precisavam agir, agora mais do que nunca. [•••] Dias atuais... Foi difícil. Mas, quando finalmente conseguiu convencer Sarah a sair de perto, jurando respondê-la por mensagens ou ligações, Luce se viu novamente a sós com aquele ser em seu quarto. ── Você é péssima com desculpas. ── Não enche! Você queria o que?? Que eu simplesmente virasse pra eles e dissesse: "Ah! Me desculpem, não posso falar com vocês no momento pois TEM UM MALDITO DEMÔNIO DE ATAZANANDO GRAÇAS À AQUELA BRINCADEIRA i****a NO HALLOWEEN!!! ── exclamou batendo a porta atrás de si mesma. Khaos arqueou uma das sobrancelhas mantendo a feição serena. ── Já disse que não sou um demônio, por que insiste em me comprar com eles? ── Por que será né? ── Certo, vista-se. ── Já estou vestida. ── Tudo bem, se prefere sair assim, então vamos. ── Luce arregalou os olhos e engoliu em seco, se pondo a frente do ser e o parando com ambas a mãos em seu peitoral. Khaos a observou em silêncio. ── Que história é essa? Sair? ── Sim, o que não conseguiu compreender no que acabei de falar? ── Não vou sair a canto nenhum! O que tiver pra me dizer pode ser dito aqui e agora! ── Não vou ficar aqui, esse lugar fede a maldição. E não confio naquela mulher. ── Jura? Então lamento informar, senhor "Demônio" que não é demônio... que, eu, não, vou, sair, daqui. ── Insistiu cruzando os braços. [•••] ── Vocês não acham... ── Diego começou a se pronunciar assim que já estavam a alguns metros de distância da casa de Luce ── que ela está diferente desde aquele dia? As duas que o acompanhavam pararam no mesmo instante, o observando nos olhos, um tanto confusas já que não conseguiam assimilar bem o que de fato ele queria dizer com aquilo. Para elas, Luce continuava a mesma de sempre. ── Não, por que diz isso? ── questionou Sarah voltando a andar e logo ambos os dois a seguiram. ── Bom... tem todo o lance da brincadeira de invocação e... e depois toda aquela tempestade sinistra. ── ambas as meninas se entreolharam como se não soubessem do que exatamente Diego estaria falando. Ainda assim ele ignorou a troca de olhares prosseguindo: ── E sabemos o quanto Luce e a velha Martha tem suas paranóias com magia e o mundo sobrenatural. ── Você que anda muito preocupado com Luce, Dih. ── Respondeu Samy com ar enciumado, porém oculto ao seu tom dócil e provocativo ao que envolvia o doce rapaz pelo braço o puxando caminho a fora. ── Vamos, hoje o dia está extremamente quente. Merecemos sorvete. E com isso o rapaz se deu momentaneamente por vencido uma vez que seus pensamentos lhe dissessem o contrário e no fundo sentia que algo realmente estava fora do normal. [•••] A garota obviamente teria se colocado contra aquela ideia esquecendo os medos, até mesmo questionando qual a necessidade já que estavam ali poderiam ir diretamente ao ponto. Mas ele se manteve em silêncio observando com aqueles malditos olhos dourados que novamente lhe penetravam a alma e lhe causava um arrepio no âmago, sendo assim, realmente não bastou mais nenhuma palavra pra que a garota engolisse em seco, se colocasse de pé e se arrumasse rapidamente para sair de casa. Martha teria estranhado o fato dos amigos de Luce terem saído na frente e ela um longo tempo depois. A mulher também podia jurar a si mesma ter sentido algo r**m junto da neta que a fez arrepiar dos pés a cabeça. Não poderia ser ele, poderia? Martha balançou a cabeça negando a si mesmo, por mais que a presença fosse fortemente sombria, era fraca de mais para ser aquele a quem temiam se aproximar da garota. Quando finalmente chegaram em um lugar mais reservado e não tão suspeito por ser uma região mais movimentada, Luce agradeceu internamente por ao menos ser em um lugar mais "leve". Uma praça, onde famílias já se encontravam reunidas com seus filhos, alguns casais andavam de mãos dadas e algumas barraquinhas' de lanches já estavam em seus pontos para vender e ganhar o dia. ── Certo, aqui está bom ou... ── Luce se virou e parou por alguns observando bem a coisa, ser, demônio ou o que quer que fosse a sua frente. ── Quando foi que se trocou? ── Questionou agora percebendo que ele usava vestes mais apropriadas para a era que estavam. ── Se preferir posso deixar com que pensem que está falando com o vento. ── Não, espera... eles podem te ver agora? ── Khaos concordou com um singelo aceno. ── você até que tá apresentável... iria parecer mais humano se não fosse seus olhos. ── silêncio. Logo a garota de madeixas loiras sentiu a face esquentar, ruborizando-se de orelha a orelha ao tocar-se de que estava elogiando aquele demônio mesmo que não tão na cara assim. ── O-o que... o que é tão importante a ser dito que foi necessário vir até aqui? ── Estamos conectados. ── Você já disse. ── Você me atrapalha, estando ligado a você eu não consigo ter minha vingança. ── Isso você também já disse. ── Preciso que me diga exatamente o que aconteceu na noite em que conjurou o ritual. Todos os detalhes. Só assim posso tentar compreender melhor o que aconteceu e quanto antes me livrar de você melhor. ── Credo. Você fala como se eu quisesse muito estar presa a você. Eu tinha uma vida perfeitamente normal antes da sua chegada okay? E também concordo que quanto antes me livrar de você, MELHOR. ── Certo, então desembucha logo. ── Luce cruzou os braços e bufou. Como diabos aquele ser conseguia ser tão i****a e irritante? [•••]
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