LÁGRIMAS DE SANGUE - MÁFIA

PRÓLOGO

Mayla Fischer

A máfia foi criada por homens movidos pela ganância e interesses e, com isso, o machismo deles foi trabalhado para os favorecerem a todo custo. A ganância é pelo dinheiro, porque quem tem recursos altos compra o que quer. Se compra pessoas, lealdade, lugares, mortes e com ele, se monta a situação que quiser e ainda se ganha o silêncio. Os interesses mostram bem que o egocentrismo predomina e apenas eles que podem ter voz, espaço, vontades e imagem.

Os dois são bem pesados se for colocado na balança, mas quando se junta com o machismo deles o peso é mais que triplicado. O homem é a voz maior, ele que manda e desmanda em tudo e todos. Ele é o único a ter desejos a serem saciados e que tem sonhos a serem conquistados. É ele quem decide como os outros viverão e esse outros, se cai pesadamente sobre nós mulheres.

Quando nascemos, somos vigiadas e orientadas a tudo. Somos ensinadas até como respirar de forma silenciosa e minuciosa. Daí se pode imaginar como deve ser os outros pontos, e o pior, é quando se é a única filha de um sobrenome. Isso mesmo, falo de mim.

Meu pai não teve filhos homens e quando nasci, a minha mãe morreu no parto e ele não quis se casar novamente. Não cheguei a conhecê-la e nunca me falaram muitas coisas sobre ela. Apenas que era uma mulher linda que conquistou o meu pai que fez de tudo para se casar com ela.

Isso, são palavras de funcionárias!

Desde então, cresci sozinha e não tendo nenhum minuto do tempo dele.

Estudei numa escola reservada e tudo de disciplina extra foram feitas em casa. Etiqueta, música, pintura, costura e serviços domésticos. Sim, domésticos. Cresci aprendendo muita coisa, sujando as mãos em panos de chão e usando esfregão e isso, era pra mostrar submissão. Para a máfia alemã, quanto mais de cabeça baixa a mulher estiver, mais é demonstrado o respeito e admiração ao marido.

Mesmo que ele faça o que quiser com você!

Eu fiz tudo certo e do jeito que queriam!

Não reclamei, nunca questionei de forma desrespeitosa, nunca me recusei a algum serviço ou aprendizagem e engoli tudo como queriam, mas não adiantou. Nunca nem pedia para sair e olha que eu só saia para escola e nada mais, mas nada do que fiz foi suficiente. Nunca é para eles. As palavras deles são que só servimos para isso, que todo o sacrifício é somente eles que fazem e que a nossa vida é fácil sendo apenas obedecer.

E obedeci!

Mas, na primeira situação, eu fui humilhada, marcada e jogada como um objeto sem a chance de se defender ou me explicar e agora, tenho a chance de acabar de vez com esse ciclo que me cerca. Não vou voltar, não vou deixar ser tratada como antes ou pior. Não vou suportar.

Estou diante do que mais me feriu, do que mais me humilhou e me difamou, mas o gatilho não está mirado para mim e estou prestes a me livrar de uma vez por todas desse infernö que nasci.