CAP 5

1201 Words
Mayla Fischer Alguns dias se passaram desde que o meu pai fez o anúncio do meu casamento e é exatamente o período que estou sem dormir direito. Já tive diversos pesadelos sobre acordar com alguém na cama comigo, de estar sendo observada a cada segundo e no fim, sonhei com um homem forte e sem rosto entrando no meu quarto onde ele me observava sem dizer uma palavra. Isso está literalmente acabando comigo! As minhas aulas ainda continuam e por mais que esteja livre de uma prova, ainda tenho outras. Preciso continuar estudando. Me livrei da mais importante, mas, não quer dizer que não terei problemas se tiver uma nota rüim nas outras. A minha rotina continua a mesma, porém, eu não tenho mais aulas de matemática avançada e nem de etiquetas. Continuo apenas com costura, pintura e música que se diga de passagem, são as melhores. Gosto de pintar, de escolher as cores e paisagens, porém, também gosto de tocar piano que me faz viajar para longe e a costura, me faz ter um pouco de controle de mim mesma. Pelo menos o meu pai me permite isso! Por falar nele, não o vejo desde aquele dia e por mais que seja comum, tenho receios pelo que houve. O clima na casa é de completo silêncio como sempre, tem sempre algo pesado tudo isso, pelas câmeras de segurança. Neste momento, eu acabei de finalizar a minha tarefa doméstica e preciso de um banho completo. Estou completamente suada, cansada e acabada. Pego a minha toalha e já e preparo para aquele banho completo com direito a lavar os cabelos, fazer uma pequena depilação e usar um esfoliante. Me sinto tão suja pelo suor! Faço tudo com calma e isso, porque ele não está aqui e como não tenho aula hoje, quero ir ao jardim da casa. Faz tempo que não faço isso. De banho tomado, eu escovo os meus dentes e vou me vestir. Escolho um vestido longo verde de alças finas, uso a escova de cabelos, perfume e coloco algo simples nos pés para descer. Descendo os degraus, decido passar pela cozinha para beber água e encontro a Mabel na pia. — Que perfume! — Ela comenta ao me ver e sorrir me olhando toda. — Está tão cheirosa! — Obrigada, mas nem queira saber como eu estava antes. — Comento do meu estado deplorável. — Espero que isso acabe logo... — Ela olha para os lados e se inclina na minha direção para falar. — Não acho isso justo e nem necessário. — Obrigada pelo apoio! — Sussurro para ela e pego a minha água. — Você está bem? — Sim! Só tenho muita coisa para fazer ainda. — Ela suspira forte e não para de lavar a louça. — Não duvido! — Devolvo as coisas e olho para ela. — Quer ajuda em algo? — Não, jamais! Pode deixar que eu resolvo tudo. — Ela fica louca quando pergunto isso e é até engraçado. — Você sabe se o meu pai vem hoje para casa? — Pergunto curiosa, porque se ele vier, terão que fazer o jantar para ele. — Até agora não me disseram nada, então... — Ela dá de ombros e sinto um certo alívio. Aceno para ela e peço licença. Saio pela porta dos fundos e faço o caminho do jardim. Decido retirar os meus calçados e ficas com os pés na grama mesmo e assim faço. Adoro sentir a sensação da grama nos pés e caminho em passos lentos enquanto vejo o céu um pouco fechado, mas vendo certos pontos azuis. O vento que sinto é leve, fresco e dá um pouco de arrepio, mas, gosto da sensação e decido ficar aqui um tempo. Como está perto de anoitecer, me acomodo no banco de madeira que há bem no centro ao lado do chafariz menor e apenas aprecio as sensações. O ar aqui é mais doce e limpo, o vento é mais forte e vejo bem as flores se moverem. Num ato de coragem, me deito na grama querendo ver melhor o céu e fico sozinha mesmo. Aproveitando a própria companhia. Fecho os olhos brevemente, deixando o vento tocar o meu rosto e braços e sinceramente, nem vejo o tempo passar, mas logo o céu fica mais escuro e fechado. Só ouço o vento! — Mayla? — Estremeço por completo ao ouvir o meu nome e me levanto num pulo. É meu pai. — O que faz aqui, enlouqueceu? — Desculpe, eu só..., queria ficar um pouco no jardim! — Tento explicar e começo a passar as mãos no vestido. — E precisa se deitar no chão? O que você tem na cabeça? — A sua arrogância é enorme e só tento não lhe irritar. Mas a verdade, é que ele não precisa de motivos! — Desculpe... — Peço mais uma vez se ter o que dizer. — Entre e se arrume! Tem uma pessoa que precisa conhecer. — Ele da meia volta e ao olhar à direção que ele anda, vejo aquele mesmo homem ao lado do carro, mas ele não está só. Não acredito nisso! — Por favor..., isso não... — Falo comigo mesma, mas começo a correr para dentro. Pego os meus calçados, entro correndo pela porta dos fundos e uso o corredor para chegar a escada e subir. Chego ao meu quarto e continuo correndo até o closet. Procuro uma roupa bem comportada, que não me mostre em nada e escolho um outro vestido, mas com mangas maus cumpridas. Ele é verde, solto e confortável, então, começo a vestir. Vejo se não estou suja ou com algum resquício de grama, uso mais perfume, penteio os cabelos outra vez e me vejo no espelho. Não querendo, uso apenas um batom na boca, mas faço movimentos com o dedo mesmo para espalhar, apenas para dar uma cor e aperto as bochechas. Se eu descer sem nada no rosto, é motivos para arrogâncias. Na hora de descer, ando em passos lentos pelos degraus e encontro eles na sala, de pé conversando. Está o meu pai, aquele mesmo homem e um rapaz. Eles bebem uísque, falam de coisas que não consigo ouvir, mas, ao ouvir os meus passos, os olhares são para mim. — Aqui está ela! — Meu pai declara vindo até mim. — Mayla, esse é o Lael Funcherst. Ele é filho único do senhor Funcherst. — O meu corpo tensiona por completo com medo do que posso ouvir. — Lael, essa é minha filha, Mayla. Ele estende a mão para um cumprimento e aceito enquanto faço um leve aceno com a cabeça. Ele é um jovem, acho que deve ter no máximo uns vinte e cinco anos, algo assim e ele se parece muito com o pai. Literalmente e a presença deles me deixa em alerta. — Mayla, Lael é seu futuro noivo. — Prendo a respiração nesse momento e fico sem reação. — A cerimônia de noivado será em poucos dias perante a organização e o casamento, depois que fizer os seus dezoito anos. Ele fala numa tranquilidade tão grande que me assusta. Ele faz tudo sem dizer nada, sem contar como será feito, apenas afirma e não aceita questionamentos.
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