Capítulo 3

1173 Words
Todos os músculos do meu corpo estavam tremendo, a firmeza com que Ethan falou do meu maior medo era admirável, embora eu não acreditasse que ele conseguiria convencer o meu marido teimoso de ficar em casa eu joguei o cigarro fora na mesma hora e entrei logo atrás dele, se ele conseguisse eu seria eternamente grata. “Ethan!” - gritou Tommy e logo se levantou para dar um abraço no irmão, dava para ver a conexão deles apenas por aquele gesto. - Olá irmão suicida! – disse Ethan debochando da cara do irmão – ainda bem que te peguei vivo! Eu não podia deixar de sorrir, o cara falou o que eu queria gritar a plenos pulmões sem nenhum problema. Ethan era um tipo atlético, tinha o cabelo maior do que o do irmão, apesar dos olhos iguais as personalidades eram avessas, dava para ver no rosto dele, em suas expressões e principalmente na forma despreocupada como ele parecia agir com a vida. - Não começa Ethan! Você m*l chegou e já está caçando uma confusão! – disse o meu sogro com uma cara de poucos amigos para o próprio filho, era óbvio que ele era a ovelha n***a da família. Eu era esposa de Ethan, e nunca na vida tinha visto o meu cunhado pessoalmente. O que posso entender disso é que ele se mandou no momento em que teve chance daquele umbigo do mundo e foi viver experiências que eu e Tommy nunca viveríamos em nosso interior confortável. - Deixa o Ethan pai, é só uma provocação de irmão! – defendeu Tommy, ofereceu o seu sorriso lindo ao irmão e disse – Eu senti sua falta palhaço, tem mesmo que levar tanto tempo para aparecer na cidade? - Eu pretendia nunca mais voltar, o que me fez vir foi o recado da mamãe. Aquilo me pegou de assalto, ou seja, Tommy já tinha dito para a sua mãe que tinha se alistado, provavelmente aquela megera recebeu a droga da notícia muito mais cedo do que eu! Eu olhei diretamente para os olhos de Tommy que me encarava sem graça. A verdade é que eu estava tão nervosa que eu nem notei que Ethan já tinha deixado subentendido em nossa pequena conversa lá fora. - Então você já sabia Patrícia? – eu disse olhando para ela. - Claro que sim! Eu sou mãe do Tommy... E não precisa fazer essa cara Meg, eu sou mãe dele! – ela disse arrogante. - Sim, e essa é a minha casa... E essa noite acabou! – eu disse gritando – Acabou! - MEGAN! – gritou a minha mãe. - Todo mundo para fora! Eu não aguento mais essa noite, e sinceramente eu quero que todo mundo que concorda com essa missão do Tommy saia da minha casa, inclusive você Tommy! – eu disse olhando firme para ele - Meg, meu amor, se acalma! – ele chegou mais perto Ethan olhava a cena todo com um pouco de humor, e isso estava me deixando irritada demais para continuar ignorando. - E você... eu nem te conheço e você está com essa cara de paspalho rindo do meu surto? – eu disse com o choro preso na minha garganta. - Eu não estou rindo de você e sim com você, eu disse a mesma coisa a mamãe... – disse Ethan olhando para o irmão – Mas acho que podemos conversar disso amanhã, certo Tommy? Tommy não respondeu, apenas fez que sim com a cabeça com o rosto parecendo um tomate de tão vermelho. - Vamos todos... – disse Ethan enquanto minha mãe colocava a droga da mão no rosto me reprovando por minhas atitudes, meu pai continuava o seu ritual de levantar a lata de cerveja quente, ignorando completamente o mundo externo! Minha irmã encarava Ethan com tanta voracidade que me dava nojo. - Eu vou mesmo, não fico onde não sou bem-vinda! – disse Patrícia me encarando enquanto o meu sogro submisso demais para mandar a sua esposa megera á merda! - Amanhã vejo vocês para uma cerveja! – disse Ethan dando mais um abraço no irmão, foram tantos que começaram a fazer sentido apenas como despedida. - Nos vemos amanhã eu vou enfrentar uma fera agora! – disse Tommy tentando manter um sorrisinho tonto no rosto. - PARA FORA, TODO MUNDO! – gritei de novo - E você Ethan, quer ir hoje tomar uma cerveja? – Disse Ashley a minha irmã corrimão. - Façam o que quiserem só saiam da droga da minha casa! Eu estava irritada, eu estava avessa a qualquer contato humano, e a cara de riso de Tommy não estava me ajudando em nada. Assim que fechei a porta atrás de mim ele me segurou bem forte, de costas sem deixar que eu me virasse para encará-lo. - Não estou com vontade de alguma palhaçada Tommy! – eu disse me soltando dele. - Eu sei que você está nervosa, mas olha para mim Megan – ele me puxou mais uma vez – eu já prometi que eu vou voltar vivo! - Você não pode prometer nada disso Tommy, você não pode ter certeza de que não vai acontecer alguma coisa muito r**m, eu consigo sentir, consigo sentir nos meus ossos! – eu disse já começando a soluçar, eu não era chorona, mas aquela situação em particular estava difícil de lidar. Tudo dentro de mim doía de uma forma que me fazia querer morrer. - Eu te amo! – ele segurou o meu rosto – eu sou completamente louco por você e eu vou fazer de tudo todos os dias para te ver de novo, acredita em mim Megan! – ele quase nunca dizia o meu nome, só quando queria chamar a minha atenção para algo grave. Eu não consegui responder, as lágrimas iam descendo as minhas emoções iam ficando a mil e o meu coração ia se desfalecendo aos poucos. Eu tinha um sexto sentido, eu sabia que aquele fato ia mudar a minha vida para sempre, não iríamos passar por aquilo sem que deixasse uma marca enorme no meu peito e no peito de Tommy. Eu conseguia prever o futuro e ele não seria bom. - Eu te amo... Minha Meg – ele segurou os meus cabelos e beijou a minha boca, o gosto de vinho passou da boca dele para mim e entorpeceu todos os meus sentidos. - Eu queria odiar você! – eu olhando os olhos dele. - O que mais me dói é saber que você gostaria mesmo! – sorriu meio melancólico ao mesmo tempo que a campainha tocou. Eu já estava na frente da porta então atendi prontamente. - Oi, eu trouxe algumas cervejas e uns amendoins, querem beber comigo? – disse Ethan parado na porta. Ok, eu deixei o cara entrar, era irmão do meu marido e tudo o que eu queria era alguém para convencer Tommy de ficar ao meu lado, naquela cidade pequena, talvez ter dois filhos, participar dos eventos sociais e viver o mesmo dia várias vezes, mesmo que nós estivéssemos juntos.
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