Capítulo 11

1100 Words
Acordei de madrugada e simplesmente a casa estava no maior silêncio, eu gostava do silêncio, mas o barulho que estava fazendo na minha cabeça estava me deixando bastante nervosa. Olívia não estava mais lá e não existiam mais garrafas de vinho dentro da minha casa para aplacar qualquer tipo de sentimento que eu pudesse ter. Eu andei pela casa esperando encontrar alguém, eu andei por todos os lados imaginando que Ethan poderia chegar a qualquer momento e me tirar daquele desassossego pessoal. Eu me deitei no sofá esperando dormir novamente e deixei que minha imaginação me levasse para um pouco mais longe do que eu me deixaria levar normalmente. A campainha tocou no meio do meu quase sono, pesadelo e quase sonho e eu me levantei sem muita expectativa, talvez fosse a minha mãe, talvez fosse Olívia, mas em todos os meus pensamentos mais estranhos não imaginei que seria Ethan na minha porta. E não era. Eu não sei se ouvi o som apenas no meu pensamento, na porta não havia ninguém e o um vento muito forte bateu no meu rosto me obrigando a entender o que estava acontecendo. Me sentei de novo no sofá, desacreditando de qualquer som que eu escutasse a partir daquele momento, eu estava maluca, e eu tinha certeza absoluta disso. No fundo da minha alma, mas só lá no fundo eu queria que fosse Tommy na minha porta, dizendo que tudo aquilo não passou de devaneio da minha cabeça e que ele só tinha ido até o mercado comprar alguma coisa como salgadinhos e chocolate. Mas não importava nada naquele momento, ele havia morrido, e quando mais eu ficava remoendo aquela situação toda pior ia ficando. - Ei – eu ouvi bem no fundo da minha cabeça. Me virei assustada. Sei lá. Eu tinha certeza de que poderia ser algum tipo de fantasma escondido na minha casa, algum tipo de emoção esquisita que se apoderava de mim e da minha alma toda vez que eu pensava no luto. - EI – eu ouvi de novo e agora a imagem de Ethan encostado no balcão da minha cozinha me acertou como uma bala. - O que você está fazendo dentro da minha casa? – falei da maneira mais deselegante possível. - Eu te disse que precisava conversar com você – Ele disse isso e me olhou profundamente como havia feito mais cedo. - Mas eu também fui clara ao dizer que não temos absolutamente nada para conversar! Ou eu não fui clara? – eu disse em tom debochado. - Eu não aceito não como resposta. Precisamos conversar Megan – ele insistiu - Fala logo o que você tem que falar, assim eu me livro o mais rápido possível de você. - Não entendo o motivo pelo qual você está tão irritada comigo na realidade, mas, mesmo assim, o que acontecendo entre nós dois – ele estava enrolando para chegar exatamente no ponto aonde eu queria que chegasse, assim aquela tortura de me sentir culpada pelo que eu havia feito iria acabar de vez. - Diz de uma vez Ethan! – falei mais irritada, eu já não estava no meu juízo perfeito e as lágrimas já estavam me afogando dentro de mim. - O que fizemos aquele dia... - Foi errado! E você sabe disso, aquilo foi totalmente desrespeitoso com a memória do seu irmão, eu me arrependo demais – falei enquanto andava na direção dele, eu não estava mais dentro de mim e toda a agressividade que eu tentei não transbordar desde o recebimento da notícia da morte de Tommy. - Eu não consigo acreditar que isso foi errado Meg, me desculpa! Eu vim aqui dizer exatamente o contrário – ele andou em minha direção e eu estava ciente que se ele chegasse mais perto eu iria ceder. Os olhos dele me confundiam demais. - Então você acredita de todo o seu coração que o que estamos fazendo com o Tommy é certo? – eu disse encarando as expressões dele, enquanto ele ia se aproximando mais e mais de mim. - Megan... o Tommy está morto! E por mais que eu ame muito o meu irmão... ele não vai voltar! E eu estou aqui e quero cuidar de você. - Todos vão nos julgar Ethan, eu sou viúva do seu irmão... A memória dele vai ficar manchada com isso e você sabe! - Eu não ligo Megan – ele disse segurando a minha cintura, eu fechei os olhos tentando pelo menos ter uma reação mais amena ao toque das mãos dele, mas ele não me deu essa opção – e eu sei que o que tivemos... você sentiu o mesmo que eu! Você sentiu isso que eu nem consigo explicar direito, não é possível que eu seja maluco! – ele estava me convencendo fácil, eu não conseguia dizer não. Mas a culpa era algo que não me deixava nem nos momentos em que eu me sentia fraca por Ethan, era como se o fantasma de Tommy estivesse ali olhando tudo o que estávamos fazendo, julgando, se nutrindo da minha indecisão e me apontando! - Diz para mim Meg... Você sentiu o mesmo que eu? Pelo menos um pouco... – ele me puxou para mais perto e respirou fundo contra o meu rosto. - Eu não posso mentir Ethan, eu senti... alguma coisa que eu não consigo explicar, só que eu sou incapaz de... - De tentar algo comigo? Guardamos segredo até você se sentir preparada, nós... damos um jeito! p***a, nós podemos dar um jeito nisso Megan, só não finge que o que tivemos não foi real. Eu conseguia ver dentro dos olhos dele o desespero de ouvir a minha recusa, eu não queria recusar, e isso ficava claro na minha linguagem corporal. - O que você quer tentar? – eu disse encostando a boca na boca dele. - Eu quero você! Eu quero muito você Meg... e se você viesse comigo para a cidade seria mais fácil, não teria o julgamento! - Ethan eu não posso deixar a minha vida aqui só porque eu transei com você uma vez! – eu disse incrédula, ele realmente acreditava no que estava me pedindo algo fácil de ser feito, mudar toda a minha vida para um lugar totalmente fora dos meus planos apenas para viver um amor secreto com o irmão do meu marido morto. - Não seria para sempre, eu realmente me enterraria nesse buraco apenas por você. - Como você tem certeza de que somos feitos um para o outro Ethan? Nós transamos uma vez! - Não importa, eu nunca me senti assim na vida.

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