Léo, o alfa - Série Super matilha livro 2

CAPÍTULO 4

Léo

*

Não sei por que Fabiane me intriga. Chame isso de curiosidade mórbida.

Ela não é meu tipo de jeito nenhum, tão responsavél, tão certinha, tão profissional e apropriada. Uma boa menina, uma nerd. Ela tem óculos, pelo amor de Deus. Na sociedade normal isso pode não parecer grande coisa mas, os transmorfos normalmente têm uma visão perfeita, nossas habilidades de cura superam qualquer deterioração da visão.

Eu meio que me lembro de perguntar a minha mãe sobre isso, uma vez e ela me dizer que era algum tipo de característica rara que mãe das gêmeos carregava. Isso foi há muito tempo, então não me lembro exatamente. De qualquer forma, é estranho.

Se nossa interação ontem é alguma indicação, Fabiane claramente não quer nada comigo, o que é estranho, porque eu sou eu. Algumas mulheres se jogam em mim, outras fazem um jogo de gato e rato mas, o resultado final é sempre o mesmo. Até mesmo a garçonete do bar da matilha da lua de sangueque era obcecada por Gael me deixou t*****r com ela no depósito. Aposto que Fabíola também teria, se eu a tivesse alcançado antes de Gael.

Não tenho certeza se gosto de irritar Fabiane ou se estou apenas tentando passar o tempo enquanto estou preso no centro de TI, mas me planto em sua mesa novamente no dia seguinte. Ela nem mesmo olha para mim quando eu arrasto uma cadeira da mesa de

conferência, me inclino para trás e coloco minhas botas em sua mesa.

Hoje ela está vestindo uma camiseta do Nx zero, uma calça jeans rasgada e o mesmo macacão sujo de ontem. Seu longo cabelo loiro está solto, preso atrás das orelhas. Óculos de armação preta empoleirados em seu nariz, seus dedos voam pelo teclado do computador. Suas unhas estão pintadas de roxo e o esmalte descascando.

Eu apenas a observo por um momento, estudando seus movimentos. A curva de seu pescoço, a maneira como ela franze a testa e morde o lábio em concentração. Definitivamente nerd como o inferno, mas também meio... sexy?

— E aí, garota?— Eu pergunto, tirando minha jaqueta.

Lentamente, ela se vira para olhar para mim e eu vejo seus olhos viajarem para o meu bíceps enquanto eu os puxo para fora das mangas da minha jaqueta, para o meu abdômen quando minha camisa sobe.

— Você gosta do que vê?— Eu balanço minhas sobrancelhas.

Ela franze a testa, se virando e retomando a digitação.

— Você vai sentar aqui e me incomodar a tarde toda de novo?— Fabiane pergunta com os dentes cerrados.

— Ah vamos... achei que você gostasse da minha companhia.— Eu lanço um sorriso, mas ela nem mesmo olha na minha direção.

Jogo minha jaqueta nas costas da cadeira, reclinando-me nela enquanto a estudo novamente. Dedos longos e finos deslizam pelo teclado. Sua camiseta larga esconde seu corpo, mas se ela for parecida com sua irmã gêmea, eu aposto que ela é f**a. Seus s***s são um pouco pequenos para o meu gosto, mas eu peguei um vislumbre daquela b***a dela em suas calças de ioga na sala de jantar na noite passada e eu não me importaria de dar outra espiada.

Se ela deixasse a cadeira mais longe da mesa.

Porra, essa garota é obcecada por seu computador.

— Então, Nx zero, hein?— Eu pergunto, tateando no bolso da minha jaqueta para pegar meu lanche da tarde.

— O que?— Fabiane finalmente se vira para olhar para mim, seus grandes olhos azuis piscando por trás dos óculos.

— Sua camiseta. Nx zero.— Eu aponto para ele.

— Ah é.— ela respira e volta a digitar. Clique. Clique. Clique.

— Qual é o seu álbum favorito?— Eu pergunto.

— Você já ouviu Nx zero?— Ela faz uma pausa, me olhando de lado.

— Bem, não, mas se eu quisesse, qual seria o melhor deles?— Eu ri.

Fabiane considera por um momento, os olhos no teto, mordendo o lábio inferior suavemente.

— Em comum, provavelmente. Ou sete chaves.— Eu engasgo com uma risada.

— Esses são nomes de álbuns?— Seus olhos escurecem e voltam para a tela do computador.

Eu suspiro, ainda rindo enquanto tiro minha barra de granola do bolso da minha jaqueta, rasgando a embalagem.

— Eu não disse ontem que você não devia comer aqui?— Fabiane murmura, o olhar ainda paralisado em seu monitor.

Eu dou uma grande mordida, mastigando.

— Tenho que manter este corpo alimentado, garota.— eu digo, dando tapinhas no meu abdômen.

Seus olhos piscam para meu estômago, depois de volta para seu computador, as mãos digitando furiosamente.

— Então, Nx zero... essa é sua banda favorita?— Clique. Clique. Clique.

— O que você está fazendo?— Ela para, virando a cabeça para olhar para mim.

— O que? Estou apenas conversando. Parece que você usa muitas camisetas de bandas, então pensei que poderia ter alguns sons.— Eu murmuro, a boca cheia de barra de granola. Eu mastigo enquanto ela me olha com ceticismo, engulo.

Estou fingindo inocência, mas estou um pouco e******o por estar irritando sua pele. É divertido.

— A sério?— Eu aceno a cabeça.

— Sério. O que você tem para mim?— Eu me viro na cadeira para puxar meu telefone do bolso da jaqueta e, uma vez que o recupero, a pego dando outra olhada no meu estômago antes que minha camisa deslize de volta para baixo.

Oh sim, baby. Dê uma olhada nesse tanquinho duro como uma rocha.

Suas bochechas coram como se ela soubesse que foi pega e ela começa outra competição de encarar com o monitor do computador novamente.

Eu termino a última mordida da minha barra de granola, jogando a embalagem em sua mesa. Ela olha com aborrecimento enquanto eu desbloqueio meu telefone, abro meu aplicativo Spotify.

— Ok, por onde devo começar?— Eu pergunto, apertando o botão de pesquisa.

Ela me estuda por um momento, olhando do meu telefone para os meus olhos com curiosidade. Como se ela estivesse tentando descobrir meu jogo aqui.

— Bem, que tipo de musica você costuma ouvir?— Fabiane finalmente pergunta, recostando-se na cadeira e virando-a na minha direção. Ela tem uma perna comprida cruzada sobre a outra, balançando a ponta do tênis que hoje é um bem diferente, um all star com uma espécie de salto.

Eu encolho os ombros. — Principalmente Hip hop. O que quer que esteja no rádio, mas estou aberto a sugestões.— Fabiane suspira, revirando os olhos como se meu gosto musical fosse deplorável.

— Aqui, vou compartilhar uma lista de reprodução com você. Qual é o seu nome de usuário do Spotify? Seu email? — Ela pega seu próprio telefone deitado de bruços sobre a mesa, clicando no botão home e navegando até o aplicativo Spotify.

— O que eu registrei minha conta? Você não pode apenas enviar uma mensagem de texto para mim?— Ela geme, e o som é assustadoramente... s****l. Isso faz alguma coisa com meu p*u que pulsou ao ouvir.

— Aqui. Envie para você mesmo.— ela suspira, jogando o telefone no meu colo.

Ela tem uma mensagem em branco aberta na tela com o link de compartilhamento da lista de reprodução pronto para uso. Eu largo meu próprio telefone no meu colo e pego o dela, digitando meu número e pressionando enviar.

Meu telefone vibra na minha virilha. Mensagem recebida.

— Obrigado.— eu digo, entregando o telefone de volta para ela. Eu pego o meu, abrindo a mensagem e adicionando a lista de reprodução que ela compartilhou em minha própria conta do Spotify. Eu começo a rolar por pela lista distraidamente, não reconhecendo metade dos nomes das bandas.

Fabiane retoma sua furiosa digitação. Clique. Clique. Clique.

— Então, você vai sair hoje à noite?— Eu pergunto, ainda rolando.

O clique para e posso sentir seus olhos em mim.

— Sim. vou sair com alguns amigos.— A maneira como ela enfatiza a palavra 'amigos' obviamente indica que não estou incluído em seus planos. Clique. Clique. Clique.

— Legal.Acho que te vejo lá.— Ela para de novo e desta vez, eu olho para cima para encontrar seus olhos. Eles são tão perfeitamente azuis, eu juro que nunca vi olhos tão azuis quanto os dela. Não que eu esteja prestando atenção nos olhos das garotas com frequência. Eu me repreendo mentalmente por ter notado.

Fabiane estuda meu rosto novamente. Ela ainda está tentando me entender.

Ela franze os lábios. — Pode ser.— Eu lanço um sorriso para ela. Um leve rubor se forma em suas bochechas e ela desvia o olhar rapidamente.

Ela me quer totalmente.

Acho que estou progredindo. Com o quê, eu não sei, mas estou satisfeito comigo mesmo por transformar o 'não' de ontem em um 'talvez'.

Há algo em toda a personalidade de 'boa garota' de Fabiane que me excita um pouco. Nunca estive com alguém como ela antes. Eu me pergunto se ela é realmente tão boa, ou se há um lado garota má escondida em algum lugar nela.

Eu não tinha certeza do que queria dizer com ela antes, mas agora eu sei.

Eu definitivamente quero dormir com ela.