Dentro da segurança daquelas quatro paredes metálicas me deixo desabar. As lágrimas rolando pelo meu rosto como se uma torneira tivesse sido aberta. Atravesso a recepção rapidamente com vergonha do porteiro me ver chorando. Relaxo apenas quando chego a rua onde os olhares de desconhecidos não me importam. Dirijo até o hospital. Quero acertar a garantia de internação o quanto antes. Meu pai lá dentro e só mais um número e sem o dinheiro vão mandá-lo para casa sem terminar seu tratamento. Não posso permitir isso. Vou diretamente para o setor administrativo. Diferente dos bancos em hospitais eles trabalham 24 horas. Entrego o cheque que estava dentro do envelope, assino mais alguns papéis e vou para o quarto do meu pai. Entro silenciosamente para não o acordar, aparentemente falhando, já qu