PRÓLOGO
ALINE COOPER
Às vezes me pergunto se mereço tamanha felicidade por ter a melhor família do mundo e o melhor namorado da minha vida. Bem, na verdade, James é meu primeiro tudo: primeiro beijo, primeiro amor, primeiro namorado, minha primeira vez, primeiro homem da minha vida.
São exatos cinco anos de relacionamento e parece que foi ontem quando ele me pediu em namoro; lembro do meu pai ter surtado quando eu cheguei em casa levando James comigo para pedir permissão para namorar comigo. Eu tinha apenas quinze anos e meu pai, no começo, não quis aceitar, mas aí entrou minha heroína, minha mãe! Ela tem o dom de convencer meu pai a tudo e eu acho isso incrível, o amor dos dois é lindo.
— Amor, você está bem? — pergunta James, me tirando dos meus devaneios. São exatamente 19:00 horas e estamos voltando da casa de James; ficamos o dia todo lá, e o que eu achei estranho foi meu pai ter deixado sem hesitar.
— Só estava pensando no quanto eu amo você. — Ele sorri; esse sorriso é lindo.
— E o quanto será que a senhorita Aline Ferreira Cooper me ama, hein? — pergunta, brincando sem tirar os olhos da estrada, afinal já é noite e está m*l iluminada.
— Bem maior que o infinito — digo sorrindo.
— Eu acho que amo você o dobro do infinito. — Como eu o amo.
— Eu sei disso, baby — debocho.
— Nada convencida... Pelo menos não sou eu quem fica mais velho hoje. — Hoje é meu aniversário, estou completando vinte anos de idade e cinco de namoro.
— Ah, que engraçadinho. Não se esqueça que hoje também completamos cinco anos aturando um ao outro.
— Eu que o diga, você é muito chata — diz sério.
— E você é muito mandão — retruco.
— Irritante.
— i****a.
— Chata.
— Teimoso.
— Linda.
— Gostoso.
— Eu te amo.
— Também amo você.
— Casa comigo?
— Deli.... Espera, o quê?! — Eu não acredito que ouvi isso.
— Casa comigo? — pergunta novamente. Deus, eu não acredito nisso! Nunca senti meu coração bater tão forte como agora.
Ele me pediu em casamento!
— Deus, por essa eu não esperava — murmuro em choque.
— Não sou Deus, sou James, querida. — Brinca.
— James, é sério, casamento é um passo muito grande.
— Eu sei. Eu ia pedir você quando chegássemos na sua casa, mas não consegui esperar. Então, você aceita?
— Isso é loucura.
— Loucura é o amor que sinto por você! É tão grande que às vezes me assusta. Eu te amo e daria minha vida por você se fosse preciso.
Nem preciso dizer que estou toda derretida e chorando feito uma doida, não é?
— Eu aceito, meu... — Quando ia terminar a frase, somos surpreendidos por três motos que nos fecham, fazendo James quase perder o controle do carro.
— Saiam do carro, agora! — grita um homem com uma pistola, apontando para o nosso carro. Olho para James, que parece nervoso.
— James, o que vamos fazer? — pergunto com medo.
— Nada, vamos somente fazer o que pedirem. Com certeza são assaltantes, então não vamos tentar nada. Confia em mim, meu amor, eu vou proteger você — disse ele abrindo a porta do carro e eu faço o mesmo; saímos os dois com as mãos na cabeça.
Mas antes de James sair, ele aciona um botão no carro que se conecta ao celular reserva dentro do porta-luvas. O pai dele, que é ex-agente da CIA, mandou implantar isso no carro dele e disse que era para acionar a polícia mais próxima caso algo desse tipo acontecesse.
São no total de seis homens encapuzados, armados e todos tem suas armas apontadas para nós, o que me apavora mais.
Dois deles se aproximam.
— Passem tudo, a chave do carro também — fala o homem que, pelo que percebo, é o líder deles. Entregamos todos os nossos pertences a eles, mas o que mais me deixa com medo é o fato desse líder ficar me olhando de forma assustadora. Não olho para mais lugar nenhum, só escuto seus passos se aproximando mais de mim.
É agora que eu morro!
— Qual é seu nome? — pergunta próximo demais.
— Ali... Aline — gaguejo.
— Você é muito bonita, muito bonita mesmo, e já faz tempo que eu e meus amigos não temos uma mulher, sabe. — Oh Deus, isso não!
— Por favor, ela não. Levem tudo, mas ela não, por favor, eu... — Antes que James termine de falar, o homem que está próximo a ele lhe acerta um soco, o fazendo cair no chão; tento correr até ele, mas sou impedida por outro homem.
— Não! James! — grito em desespero quando vejo outro homem vindo e lhe acertando um chute nas costelas.
— Fique quieta, vai ser rápido — diz o líder, que me joga no chão fazendo minha cabeça bater com força; sinto uma dor terrível.
— Por favor, não façam nada com ele — peço chorando.
— Se ele colaborar vai sair daqui vivo, só queremos brincar um pouco com você, princesa. — O medo me toma; eu não quero passar por isso. Meu Deus, me ajuda!
— Por favor, não façam isso — suplico.
— Calma, lindinha, isso vai acabar logo, logo, e se não fizer, vamos matar seu namoradinho, então colabora — murmura; em seguida, manda todos apontarem as armas para James. O medo que sinto de perdê-lo é grande demais, não posso permitir isso.
Quando o homem se aproxima de mim, tudo acontece muito rápido; James arranca a arma da mão de um dos homens, acertando o líder, que cai no chão com um tiro na cabeça; olho para ele, assustada.
— Corre Aline, agora! — ordena, correndo dos tiros dos outros homens; quando vou correr, escuto dois tiros bem próximos a mim e quando olho para trás, vejo James caído, me jogo no chão para ajudá-lo sem me importar com os assaltantes, logo escutamos o barulho de sirenes e dou graças a Deus por ser a polícia, mas infelizmente eles chegaram muito tarde.
Os assaltantes fogem em suas motos, deixando um deles morto no chão. Olho para James e percebo que ele levou dois tiros, um na barriga e outro no peito.
Esses tiros eram para acertar em mim!
— James, meu amor, por favor fica comigo, tudo vai ficar bem. — Choro, coloco a mão no seu rosto e sinto o quão gelado ele está.
Deus, por favor, não deixe que ele morra!
— Eu disse que iria te proteger, meu amor — sussurra.
— Não fale, por favor, você tem de ficar bem, não gaste suas...
— Eu sempre vou te amar, Aline, o dobro do infinito. — Dito isso ele fecha os olhos, sua respiração para e sua pele, que antes já estava bastante fria, fica mais ainda.
Não!
— James! Acorda, pelo amor de Deus! Fica comigo, meu amor. Você prometeu ficar comigo. Nós temos de nos casar, meu amor, acorda! Não faz isso comigo, eu amo tanto você... Por favor, não me abandona... JAMES! — choro mais ainda, desesperada.