CAP 4

1104 Words
Victória Blant Acordo ao sentir a minha bexiga extremamente cheia e me levanto num pulo. Nessa ação, sinto uma certa tontura que me faz cambalear, mas tento continuar os meus passos e no banheiro, eu me alivio tentando me normalizar. Ao pensar um pouco, além de lembrar do acontecido, eu lembro que pela chateação e por ter engolido o choro a força, eu dormi daquele jeito mesmo e literalmente apaguei na cama. Nem a roupa que estava eu tirei, sendo que eu só durmo sem nada. Enfim, vou à pia para lavar o meu rosto e vejo marcas do cobertor, dos travesseiros e até de alguns dos meus dedos e o meu rosto está bem rosado. Sabe aquela visão de que você dormiu de qualquer jeito e fica com a cama literalmente desenhada em você? É isso mesmo que eu vejo em mim. Começo a escovar os meus dentes, a retirar a minha roupa e aproveito para começar o meu banho. Opto por uma água mais fria para me despertar, porque me sinto sonolenta ainda. Depois do banho, vou me vestir e já pego um short mais confortável, uma blusa folgada e começo a minha seção de produtos de pele. Juro que ainda estou passando na minha cabeça sobre ontem e não consigo ainda entender o que anda acontecendo. Antes de eu dormir, eu vi algumas mensagens de Collin na tela do meu celular, mas, não abri nenhuma e desconectei a rede para ter um pouco de paz. Ao ficar arrumada para o café da manhã, vou organizar a minha cama e saio do quarto com o celular na mão. — Idiotä... — Resmungo ao ver as mensagens. “Vic, ainda não entendi o que aconteceu! Vamos conversar?” “Me responde, amor! Não gosto de brigar com você” “Atende o celular, por favor...” “Vic..., amor, fala comigo!” Essas são algumas, porque tem muito mais, porém, ignoro todas e vou para a sala de jantar. Vejo a mesa toda pronta, mas os meus pais ainda não desceram e me sento para esperar por eles, enquanto isso, fico no celular vendo as redes sociais e faço um post de bom dia como de costume. — Bom dia, meu amor! — O meu pai chega sozinho e vem me dar um beijo. — Tudo bem? — Sim, onde está a mamãe? — Pergunto não a vendo e nem ouvindo mais passos. — Daqui a pouco ela desce! — Ele se senta na sua cadeira de sempre e já pega a sua xícara marcada. — Ela recebeu uma ligação de uma amiga e já sabe, a conversa vai ser longa! — Sorrio com ele e largo o celular. — Vamos agradecer? — Aceno com a cabeça já a inclino. Faço uma prece breve de agradecimento como de costume e quando termino, começamos a nos servir mesmo sem a minha mãe à mesa. Pego um pãozinho com creme, um pouco de ovos mexidos, torrada com geleia, café e uma maçã. Meu pai pega praticamente e tudo um pouco e como sempre, ele faz uma bela mistura no prato e começa a comer como se não houvesse amanhã. Meu pai prioriza muito uma alimentação farta, porque ele nasceu com períodos de dificuldades e veio de baixo. Ele já passou fome, já dormiu no chão duro e frio, teve que sair de casa cedo e história de vida ele tem para contar. Por isso, desde que nasci eu fui ensinada a agradecer por tudo, a cuidar do que tenho e sempre ter bons pensamentos. Ele teve anos de dificuldades para chegar aonde chegou, quase desistiu e quando se casou, foi que as coisas foram melhorando. A minha mãe fez muita diferença no crescimento de tudo e foi o alicerce dele. Quando nasci, eu fui programada e muito desejada por eles, mas, a minha mãe teve problemas no parto e por isso, ela nunca mais tentou engravidar. — Já começaram sem mim? — A minha mãe chega e nos olha como se tivesse nos pegado no flagra. — Que tanta fome, em! — Ela fica espantada com o prato dele. — Sempre estou com fome! — Sorrio bebendo o meu café e a vejo se acomodar. — Então, Vic! Vi que Collin foi embora bem cedo ontem. O que aconteceu? — A pergunta já faz o meu bom humor recente despencar. — Nós só tivemos um desentendimento, nada demais! — Respondo mentindo na cara dura e desvio o olhar deles. — Logo agora? — A minha mãe pergunta com a testa franzida. — O jantar de noivado de vocês é hoje, meu amor! — Eu sei, mãe, mas não foi nada demais e vai dar tudo certo hoje! — Digo sem muito ânimo. Recebo um olhar curioso do meu pai e outro duvidoso da minha mãe, mas o que vou dizer? Como posso explicar que desconfio de que Collin não goste tanto de mim, que recusa os meus toques e qualquer coisa mais íntima? Só de pensar, além de me sentir muito errada eu fico com uma vergonha enorme. Sim, sinto vergonha disso e a sensação é que tem algo de errado comigo. Depois do café da manhã, a minha mãe me chamou para irmos a uma loja comprar mais algumas flores e um novo vestido para ela. Já sei qual eu vou usar, como me aprontar para mais tarde e por isso, estou tranquila e confesso que não sinto uma gota de ansiedade. Definitivamente tem algo errado! {...} O dia passou tão rápido que me assustei, mas foi bem proveitoso! Apesar de ter separado tudo o que iria usar, eu vi um vestido lindo numa loja central e fui provar. Ele é lindo num tom azul pastel delicado, longo de mangas curtas e com um caimento perfeito. Ele é todo de seda legítima, macio, faz uma modelagem no corpo bem elegante e o escolhi para usar. Já está chegando a noite e acabei de sair do banho. Já escovei os dentes, passei um óleo corporal para me perfumar e já começo a me aprontar para a maquiagem. Sim, eu mesma vou me arrumar e isso é por falta de ânimo para ter alguém para me produzir toda a algo que eu sinto uma sensação estranha. É hoje que tomo uma decisão se aquilo tudo continuar! Me sento na minha escrivaninha do closet, abro a minha gaveta de maquiagem para decidir o que fazer e a vibração do meu celular chama a minha atenção. Ao clicar nas notificações, o susto vem grande que me faz paralisar e nem sentir a força para mover um dedo sequer.
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