— Você está bem, Juju? Eu me assustei com a pergunta repentina. Nos últimos sete dias, eu tinha ficado mais presa do que o habitual em meus pensamentos, e estava agindo no modo automático na maior parte do tempo. Eu nem me lembrava de que tinha acordado cedo naquele dia para dar início a minha rotina de trabalho forçado no bar mais frequentado da favela do Mandela. A dona do recinto, dona Solange, estava próxima naquele momento, observando-me enquanto eu segurava um pequeno copo nas mãos suadas. Eu estava nervosa, constantemente nervosa, apesar da expressão sempre fechada e firme. Naquele dia, às duas horas da tarde, tínhamos fechado a porta e estávamos limpando o local para que eu pudesse ir almoçar e só retornar no dia seguinte, enquanto ela abriria mais uma vez durante a noite, para