Gabriela
Paramos em um corredor onde havia alguns seguranças verificando se as pessoas que estavam entrando não estavam levando nada ilegal. Em vez de passarmos por eles, fomos guiados por outra porta e caímos direto em outro corredor. Dava para ouvir o som, e o Fábio estava todo encantado. Aproveito a distração dele e puxo a Michelle de lado:
— Mi, por que você me trouxe justamente pro clube do seu pai?
— Gabi, eu te trouxe aqui pra você dançar e se distrair — ela diz, como se a pergunta que eu tinha feito não fosse nada.
— Amiga, você não entendeu o que eu te perguntei!
— Sim, eu entendi!
— Então, eu estou querendo esquecer o seu pai, e você me trouxe aqui justamente pra eu acabar vendo ele?
— Gabi, fica tranquila!
— Como assim, é pra eu ficar tranquila? Estou com um sério problema, e esse problema é o seu pai — gemo de frustração.
— Se acalma, Gabi!
— Michelle, eu estou com medo de atacar o seu pai — confesso, ofegante. Meu desejo por ele andava me deixando subindo pelas paredes. Quantas vezes eu tinha que me masturbar para tentar tirá-lo da minha cabeça, e quando eu gozava era sempre ele que vinha na minha mente. OK! Eu sou uma merda mesmo.
— Respira, mulher! — ela brinca, e tenho vontade de dar uns tapas nela. Ela era a minha melhor amiga, mas sabia mesmo como torturar alguém, que neste caso era eu. — Você não deixa eu te dizer que meu pai não veio pra cá hoje!
— Tem certeza?
— Sim! Eu liguei pra ele avisando que iria sair com você, o que é normal. Ele sabe que estamos juntas, e assim ele não fica preocupado com a sua única filha andando por aí sozinha — ela vira os olhos, e dou risada. Ricardo às vezes sabia ser muito protetor em relação à Michelle. Às vezes, eu tinha uma ponta de inveja ao ver como eles dois se davam bem, eu nunca tive esse tipo de relação com o meu pai.
— O que ele disse?
— Ah, pra gente vir pra esta boate que ele comprou recentemente. Eu ainda não conhecia ela e achei que era uma boa hora pra gente vir e ver como era.
— Hum…
— Então ele disse que iria sair com uma mulher e que eu me divertisse e me comportasse — Michelle comenta, meio sem graça, e logo me toco de que era em relação ao pai dela estar saindo com outra mulher sabendo que eu era louca por ele.
— Fica tranquila, amiga! — tranquilizo-a. — Já que esclarecemos o assunto, bora nos divertir! — brinco, mas fico com uma pressão no peito só de ouvir que ele estava com uma mulher.
— Vocês duas vão ficar aí paradas? — Fábio pergunta, todo e******o. No mínimo ele já conhecera o lugar. Michelle e eu nos olhamos e rimos ao ver como ele estava empolgado com a boate.
O lugar era lindo mesmo, Ricardo tinha um ótimo gosto. Logo me toco de que voltei a pensar nele e gemo ao perceber que isso me deixava toda excitada. Nessas horas, eu não gostava de ser virgem. Compraria um vibrador, que me ajudaria a apagar o meu fogo. Aff, por que eu tinha que ser virgem?!
Era frustrante isso, eu não conseguia ver outro homem que não fosse Ricardo. Ele tinha me estragado, pois era sempre assim desde que o conheci. A primeira vez que eu o vi foi quando Michelle me ligou avisando que seu carro tinha quebrado e que não conseguiria sair com ele, e, como ficamos de nos encontrar, acabei falando para ela que iria buscá-la com o meu. Quando cheguei lá, o segurança deu a liberação, por me conhecer, e segui até o estacionamento. Fiquei novamente deslumbrada com a casa.
Era linda e grande, mas não chegava a ser uma mansão. Fiquei encantada quando fui a primeira vez ali, ela me mostrou tudo e me apaixonei. Naquele dia, o pai dela tinha ido viajar a negócios, ele era um tipo de CEO fodão, como a minha amiga dizia, e sempre viajava para ver como estavam os seus negócios. Ricardo era um grande CEO, tinha hotéis espalhados pelo Brasil e era muito rico.
Quando cheguei à casa dela para pegá-la, toquei a companhia, e a Senhora Jany abriu a porta para mim.
— Oi, minha linda! — falo para ela, carinhosamente, e a abraço.
— Oi, Senhorita Maldonado, como está?
— Eu estou bem, Jany! Como está? — cumprimento-a, e a lembro: — Ah, meu nome é Gabriela, e não Senhorita Maldonado — brinco. — Onde está a Michelle? — pergunto, ao verificar que só estávamos nós duas ali no corredor.
— A Senhorita Lombardi se encontra no quarto dela, vou chamá-la e avisar que a senhorita já chegou — ela avisa, e desisto de falar para ela parar de me chamar de Senhorita Maldonado.
— Jany, não precisa, pode deixar que eu mesma vou tirar aquela preguiçosa da cama — brinco, e ela agradece. Subo as escadas correndo, ao ver que estávamos ficando atrasadas. É quando dou de cara com um gato musculoso e caio ao chão. Quando levanto a cabeça para ver com quem eu tinha trombado, bam! Tomo um soco no estômago ao ver que era um homem lindo e perfeito.
“Acho que morri e fui pro céu!”, penso comigo mesma. Aquele homem era gostoso pra caramba, e foi naquele momento que descobri que tinha acabado de me apaixonar por esse homem estranho ali na minha frente.
— Você se machucou? — ele pergunta, com aquela voz rouca, e percebo que ele tinha acabado de acordar. Seus cabelos castanhos estavam amassados, e senti uma leve coceira, louca para mergulhar as minhas mãos neles e tocá-los para saber se eram mesmo sedosos. — Senhorita, está tudo bem? — ele me questiona. Abro a boca, e não consigo fazer nenhuma pronúncia. O gostosão estende a mão e me ajuda a levantar. Sinto uma espécie de choque correr pelos meus dedos, e ficamos nos olhando, com as nossas mãos entrelaçadas. Seu toque era gostoso e forte.
— Desculpa, senhor, eu estou bem! — finalmente consigo falar, meio sem graça, e acabo corando com a intensidade do seu olhar, ainda em choque com esse belíssimo homem e querendo saber quem era ele e o que fazia em um corredor só de bermuda. E, por sinal, que pernas espetaculares ele tinha!
— Tudo bem! — ele diz, me tranquilizando, e, me olhando intensamente, fala: — Desculpa, acho que não nos conhecemos, não é?
— Caramba, Gabi, estamos atrasadas! — Michelle grita, e não sei de onde ela apareceu, pois logo desapareceu, eu só ouvi um “já volto”. É quando soltamos nossas mãos, tão rápido, que foi como se tivéssemos levado um choque.
— Hum… então você é a Gabriela, amiga da minha filha? — ele me pergunta, e, quando ouvi o meu nome com aquela voz rouca, fiquei molhada de excitação, e sabia que eu iria precisar trocar de calcinha. Reparo pelo seu olhar que ele estava meio confuso.
— Sou, sim! Desculpa, Senhor Lombardi, por estar correndo pela sua casa assim desse jeito! — me desculpo, sem graça. Então esse homem era o pai da Mi?! Droga, ele é tão lindo, por que eu não me toquei de que ele era o pai dela? Por que eu também nunca pedi para ver alguma foto dele? Se bem que a casa deles quase não tinha retratos.
Fico corada com o olhar que ele me deu, e fez uma coisa que nunca gostei que fizessem comigo: me mediu dos pés à cabeça, e aquilo não me fez ficar p**a da vida, como eu ficava. Sinceramente, eu gostei do olhar que ele me deu, e meu corpo naquele momento ficou mais e******o. Droga, estava perdida mesmo.
— Sem problemas! — ele diz, me olhando ainda tão profundamente, e eu ali trêmula só com o seu olhar.
OK, agora sim estava fodida. Eu estava encantada, apaixonada pelo pai da minha amiga. Gemo frustrada por saber disso. Mas não tenho tempo de falar mais nada quando a Michelle aparece correndo e se despede de seu pai com um beijo. Me puxa pelo braço dizendo algo sobre estarmos atrasadas, e foi assim que soltei a sua mão e saímos correndo.
Com o meu último olhar, vi algo que me fez quase tropeçar em meus próprios pés no olhar dele, um brilho de fogo cheio de promessas, que deixou meu corpo novamente em chamas, e isso foi só com o olhar. Por pouco eu não soltei a mão da minha amiga e fui atrás dele pedir para ele fazer tudo que estava em seu olhar.
É claro que não fui e não cedi à minha tentação, por mais que eu quisesse. Quando estávamos em meu carro, eu estava trêmula e chocada com a forma como esse homem mexeu comigo. Eu estava mesmo apaixonada? E, sem querer, acabo falando para Michelle:
— Mi, você me perdoa?
Ligo o carro e saio rápido, mas com cautela, tentando controlar o desejo que tinha sido despertado em meu corpo. Reparo que ela estava olhando sem entender nada.
— Não entendi. Você fez alguma coisa errada?
— Oh, sim, eu fiz! — resmungo.
— O que você fez de tão errado, que precisa do meu perdão?
— Acabo de me apaixonar pelo seu pai! — solto, de uma vez. Ela ri, e ao ver que eu estava em silêncio, entendeu, e grita, chocada:
— Meu pai?!
— Não tenho culpa de ele ser tão gostoso e tão lindo, e, quando eu digo que estou apaixonada, estou falando bem sério — olho firme para a minha amiga. No começo, ela não aceitou logo de cara, mas ela não podia fazer nada, ninguém manda no coração. E foi assim que eu, Gabriela Maldonado, me apaixonei pelo pai da minha amiga.
Era insano eu pensar nesses tipos de coisas. Mas, desde que o conheci, sentia essa coisa de possessão, não queria pensar nele com outra mulher e gostava de imaginar que eu era dele e ele era meu.
Meus pensamentos são interrompidos com o grito do Fábio, quando chegamos à sala VIP:
— Hoje vamos dançar muitooooo.
A sala em que estávamos era muito boa, tínhamos bebidas à vontade, petiscos, muitas frutas e também chocolate. Nossa, minha TPM amou ver isso.
— Vamos dançar pra caramba — Michelle grita também, e dou risada desses dois loucos. Nesta sala, tinha um vidro, de onde dava para ver o que estava rolando lá. Só que quem via de cima reparava que tínhamos vidro fumê.
— Vamos beber, Gabizinha! — diz Fábio, e concordo. A boate estava lotada, as luzes meio baixas e o ritmo das músicas que estavam tocando era contagiante. Quando íamos nos servir, apareceu um garçom do nada, e fizemos nossos pedidos. Pedi caipirinha de melancia bem doce, uma delícia. E ficamos ali tomando a nossa bebida.
Michelle estava bebendo tequila, e Fábio, uma bela cerveja, da qual também me deu uma louca vontade, e acabo pegando a de Fábio e dou um longo gole. Começamos a dançar, e acabou não sendo suficiente. Então sugiro:
— Gente, bora ir lá embaixo? — estava louca para me acabar lá embaixo. Eu precisava relaxar, e a dança iria me ajudar, e muito.
— É claro, Gabizinha, bora mexer esse esqueleto — Michelle brinca. Termino de tomar a minha caipirinha e, antes de sair, pego mais um copo que o garçom tinha feito e levo comigo. Já sentia que estava ficando meio alta e meu corpo estava todo relaxado. Eu sentia aquele formigamento, dizendo que era a hora perfeita para dançar, e quem sabe eu não acabava a noite com algum gatinho…
Saímos todos da sala rápido e, quanto mais próximos chegávamos do salão, já ouvíamos a batida do som entrando em nossos ouvidos e passando pelos nossos corpos. Eu estava ansiosa, querendo chegar logo e dançar pra caramba. Via o povo dançando e amava ver a energia boa que as pessoas estavam passando no ambiente.
— Agora sim vamos dançar! — grito alto, e eles gritam de volta. A música que estava tocando era do Maroon 5, “Animals”, e eu a adorava, era viciante e ótima para dançar. Foi o que eu fiz.
Aquilo estava muito bom, eu me requebrava e me remexia ao som da música. Comecei a ficar bem excitada, não sabia se era por causa da música ou porque percebi que estava sendo observada. Acho que era a minha imaginação, ou eu tinha bebido tanto, que já estava vendo coisas.
Decido me entregar à outra música que já tinha começado a tocar, que era da minha diva Pink, “What About Us”. Essa música sabia mexer mesmo com uma mulher que estava em plena excitação.
Logo sinto que estou sendo abraçada e, pensando que era o Fábio, encosto a minha cabeça em seu peito. É quando ouço a voz do cara. Não era o Fábio, não era seu perfume. Saio de perto dele, olho para ver onde estava a Michelle e o Fábio e reparo que eles não estavam perto de mim. Não acreditei que eles me abandonaram, aqueles dois iriam me pagar caro, e como! Mas primeiro eu precisava me livrar de um babaca.
— Eu estou louco pra sentir a sua bucetinha no meu p*u, por que você não vem pra minha casa e vamos terminar a nossa noite juntos, gatinha? — ele pergunta, em um tom sedutor, e me puxa para os seus braços com força. Isso me deixa p**a da vida e tento me soltar dele. Como não consigo, dou um pisão em seu pé pela audácia com que ele fala comigo e digo entre os dentes:
— Meu amigo, você pensa que está falando com quem? Eu não quero t*****r com você e nem com ninguém, não estou disponível!
O único homem que eu queria que estivesse comigo naquele momento deveria estar com alguma p**a loira, e com esse pensamento a minha noite acaba de ser estragada.
— Qual, é gatinha, você me quer, eu sei disso! — ele volta a insistir, e resolvo colocá-lo em seu lugar:
— Escuta aqui, seu babaca, eu não estou interessada em você, OK? Agora, faz um favor pra mim, suma da minha vista! — falo entre os dentes. Reparo que havia uns seguranças se aproximando, e um deles pergunta:
— Algum problema, Senhorita Maldonado?
— Nenhum problema — respondo, aliviada. — O amigo aqui está indo embora, né?! — falo, com uma doçura fingida.
— OK, OK! Você não sabe o que está perdendo! — ele diz, provocante, e nem me dou o trabalho de responder. Os seguranças o tiram do meu caminho, mas eu prefiro dar uma volta ao ver que tinha sido abandonada pelos meus amigos.
Preciso beber algo forte, e olha que eu não era de beber, mas aquele momento pedia isso, e era isso que ele iria ganhar. Porém, para isso eu teria que ir atrás daqueles dois loucos.
Quando eu chego, Fábio e Michelle estavam dançando bem colados.
— Eiiii, vocês dois! — chamo atenção deles. — Vocês sumiram, e quando eu olhei tinha um babaca querendo me comer — ironizo. Bastou eu dizer isso, que eles começaram a perguntar se eu estava bem, se eu queria ir embora. Tranquilizo-os: — Não quero ir embora, preciso beber algo, e estou indo pegar uma bebida, vocês vão querer? — eles gritam que não, e me despeço avisando que logo voltaria.
Vou passando pelas pessoas, e volto a ter a impressão de que estou sendo vigiada. Olho para todos os lados, e nada.
— Meu Deus, Gabi, você deve ter bebido muito ou está tendo uma alucinação, só pode — murmuro para mim mesma, e vou em direção ao corredor. Pego um que estava meio escuro e acabo me perdendo. Dou de cara com um peito, na minha opinião bem forte, e acabo caindo. Isso me faz lembrar do Ricardo e dou uma risada.
— Você está bem? — ouço uma voz rouca e logo me vem à cabeça o Ricardo. Balanço-a, achando que eu estava mesmo bem louca ou muito bêbada, ou os dois: estava vendo coisas.
— Me desculpa, eu acabei errando o lugar, o senhor poderia me ajudar a ir até a sala VIP? — pergunto, meio tonta. Acho que a bebida tinha me deixado lenta.
— Você está bêbada? — a voz gostosa do homem me pergunta, incrédula, e ele me pega nas mãos. Volto a sentir o mesmo choque de quando nos tocamos a primeira vez e fico ofegante.
— Acho que sim! — brinco, e sou encostada contra a parede. Sinto seu corpo pressionando contra o meu. Aquele homem era bem forte. Ouço a sua voz, que tinha um tom de brava.
— Você deveria levar uns belos tapas nessa sua b***a gostosa, Dona Gabriela! — diz a voz, e logo percebo que era o Ricardo, ou era imaginação minha? Acho que bebi demais e estou sonhando, só pode!
— Oh, você quer me bater? — provoco-o, e levo uma leve prensa contra a parede, me fazendo gemer de t***o.
— Você não tem ideia de como está linda nesse vestido nesta noite — ele diz, rouco, e passa a mão pelo meu rosto e os dedos pela minha boca. — Você é minha! Está me ouvindo? Minha! Vou te mostrar isso agora — ele fala, bem possessivo, e me beija com força. Acabamos gemendo de t***o.