Cap 7

1079 Words
Não via a hora de chegar em casa, nossa, esses dias tinha sido um pesadelo, era casa mais que imunda, sem lugar pra dormir, comida parecendo lavagem, porque nem isso eles se importavam, tenho até a impressão de que eu recebia o resto da comida daqueles meninos todos lá, fora que ainda tive que aguentar a bipolaridade do tal sub, cara, não foi fácil não. Fico imaginando, "será que é isso que essas menina que ficam correndo atrás dos esquema do morro passam? Eles querem mesmo ser tratadas assim, como resto, na grosseria? Eu hein Cheguei em casa e encontrei minha rainha preparando o café da manhã e enchendo a nossa garrafa da sorte pra levar lá pra loja Peguei ela desprevenida com o abraço por trás que eu dei, tava com tanta saudade, nem quero pensar quantas vezes eu imaginei ela sofrendo tendo que preparar o meu velório - Amore do céu, senti tua falta hein - Eu também filha, mas olha, vô ti conta, quem foi o abençoado que conseguiu ficar do teu lado hein? Filha, tu tá lavada na catinga, bora toma banho e depois a gente conversa E eu tava mesmo, sabe como era meu maravilhoso banho daquela digníssima casa? Era tentando me esconder do olhar daqueles muleques e ainda jogando água na canequinha que eu pegava na pia da cozinha. Tu acha que tinha privilégio? Que a água era quente? Cê acha, ali era no natural mesmo e não vô menti não, escolhia as partes mais importantes pra lavar, era banho de gato e pronto Subi correndo pro meu quarto, a gente era pobre, mas tinha conseguido casa ajeitada, era tudo muito simples, mas pelo menos era limpa Fui direto pro banho e tô pra ti dizer que fiquei ali uns belo de uns trinta minutos hein e sob a bela sanfonia, mais parecida com gritaria, da senhora minha mãe gritando pra eu desligar o chuveiro porque estava gastando água e energia, m*l sabia ela que a ronha tava com uns 2 centímetros e a bucha tava trabalhando adoidado Terminei, me vesti e desci. Pensa numa sensação boa, lavei minha alma, só não consegui lavar a minha mente, a imagem de tudo o que aconteceu tava vivinha da silva, era eu que tentava seguir sem pensar muito, mas o negócio todo tava ali, principalmente a imagem de um brutamontes sentado na beirada da cama, me fitando diferente e que guarda um bicho exótico no meio das pernas, só de pensar me passava um calafrio por todo o corpo - Voltei amada - Agora sim em amore, me conta, como foi o negócio lá? O que tu aprendeu de novo Ela falava debruçada no balcão da cozinha. O negócio não era nada sofisticado, acho até que eu já disse isso, a cozinha era aquela tipo americana sabe, com um balcão que separava a pia da sala de televisão e era lá que minha mãe tava, toda exigindo atenção e querendo saber o que eu fiz nessa "atividade" do curso - Não foi nada de novo não - Credo Jade, mas me conta como foi, a moça disse na ligação que só alguns alunos foram escolhidos poxa, se tu foi, então é importante Eu ia ter que mentir mesmo e aquilo tava era cortando o meu coração. Minha mãe e eu sempre seguimos pela cumplicidade e verdade, a mentira nunca devia estar no nosso meio, mas ali eu me vi obrigada, não podia contar que fui obrigada a salvar o dono do morro sob ameaça de morte - Foi só mais um treinamento mãe, tipo colocar em prática o que a gente aprendeu em sala de aula - E você foi bem - E como fui, acho até que me superei - Sério linda? - Tô ti falando, pensa num trabalho bem feito viu. Tive que até tirar pelo morta do c***a, dar ponto e tudo, ficou uma belezura, ele até me agradeceu, tu precisava de ver a felicidade, fiquei até sem graça com o sorriso Ele tinha sorrido, tenho certeza, só que foi por dentro né, ali ele tava numa alegria só, não tinha como não estar feliz depois de acordar e ver que tava de novo com a vida nas mãos e aquilo ali tinha sido trabalho todinho meu, lógico que o médico tinha dado uma ajuda tirando as balas de dentro, salvando os órgãos e tudo mais, lógico, mas esquece essa parte, vamos focar em mim - Nossa Jade, eu tenho tanto orgulho de ti filha, tenho certeza que vai ser uma ótima profissional - Vamos terminar o curso primeiro né mainha e agora, bora pra loja, eu quero deixar aquele vitrine fodástica - Não sei nem pra quê, a gente até que tem lucro, mas essas raparigas de morro só querem roupa que deixa o ** amostra, os p****s metade de fora e tudo mais - Menina, como pode elas pagarem por esses pedaços de pano que quase nem tapam o bico do peito né? - Isso aí é pra agrada bandido minha filha e elas ainda acham que vão pagar uma de fiel, eu hein - Tá, chega de conversa mole e vamos trabalhar - Mas tu não tá cansada não, você acabou de chegar Jade, só fez tomar um banho e tomar café, pode tirar o dia de folga hoje filha - Não mãe, eu tô mó bem e além do mais eu gosto pra caramba de ficar contigo lá na loja, tenho até medo de ter que escolher entre isso e trabalhar como técnica - Vira essa boca pra lá hein, tu tá estudando pra quê? Só pra falar que tem diploma, se aquiete aí e procure seu rumo viu - Ta bom amore, agora vamos Ela já tava pronta e eu só fiz calçar uma sapatilha confortável. Eu tava cansada sim, mas também não queria ficar sem fazer nada em casa e ainda mais sozinha, o negócio tinha passado, mas tava meio que com um trauminha, vai que o tal de Salô decidisse que eu tinha que ser a empregada particular, eu hein, tô fora A gente saiu, fomos direto pra loja colocar as coisas no jeito. Tava tudo na santa paz e isso foi até a metade do dia, eu disse metade, foi só até eu perceber que o cara chamado de Parça começou a fazer a rua da loja, caminho pros seus esquema "É pra cair a roda da bicicletinha hein, o que ele quer agora?"
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